Discurso durante a 17ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Autor
Lucas Barreto (PSD - Partido Social Democrático/AP)
Nome completo: Luiz Cantuária Barreto
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Publicação
Publicação no DCN de 03/10/2019 - Página 13

     O SR. LUCAS BARRETO (PSD - AP. Para discursar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ao cumprimentar V.Exa., cumprimento todos os integrantes da Mesa, os Srs. Senadores, o Deputado Rodrigo Maia, amigo, os Deputados Federais, esta Casa e o Congresso por esta união pelo Brasil.

     Quero aproveitar também para fazer um pedido ao nosso Presidente, que é amapaense, ao Presidente Rodrigo Maia, ao Senador Flávio Bolsonaro e ao pai de S.Exa. Quando ouço falar em Estados produtores que vão receber 3%, vamos ao Brasil, na Amazônia Azul, o mar brasileiro, que vai do Amapá até o Rio Grande do Sul. Sabemos que, no Amapá, a PETROBRAS e um consórcio fizeram um investimento monstruoso. Fizeram mais de 200 poços e identificaram que ali há todas as possibilidades de haver a maior reserva de gás e de petróleo do Brasil.

     No Amapá, Senador Flávio Bolsonaro, as empresas que estão fazendo essa pesquisa não conseguem autorização do IBAMA, porque ali está localizada a foz do Amazonas. Quando o Brasil todo poderia compartilhar essa riqueza, vemos que isso é possível a 100 quilômetros do Amapá, na Guiana Francesa, em Caiena, no Suriname, em Georgetown e na Venezuela, mais lá na frente, que compõem essa plataforma esponjosa em que se encontram o gás e o petróleo, fruto do depósito de 400 milhões de anos de sedimentos nesses 300 quilômetros da foz do Amazonas, que formaram os hidrocarbonetos. Mas nós não conseguimos obter licença para pesquisa, para realmente sabermos o que há lá.

     Então, aqui fica o meu apelo ao Senador Flávio Bolsonaro, ao Líder do Governo. E o apelo não é só pela pesquisa de petróleo no Amapá. Fazemos parte da Amazônia Azul, como falei. Lá é perto de Pernambuco, ao lado de Abrolhos, em que existem corais visíveis, e ali estão sendo autorizadas as pesquisas e até a exploração. No Amapá, houve fake news, disseram que existiam corais ali, e, por isso, suspenderam essa licença. No Arco Lamoso não existem corais; existiram há 19 mil anos, de acordo com os nossos cientistas, de acordo com a Marinha.

     Fica este pedido, para que nós possamos ter essa licença e que o Brasil compartilhe essa riqueza.

     Fora isso, há também o compromisso do Presidente Bolsonaro, que foi ao Amapá e disse de público que iria abrir a RENCA. A RENCA é uma das maiores reservas minerais do planeta, é a maior província mineral do mundo. De acordo com o Instituto Hudson, que é o centro de estudos que assessora o Pentágono, só na RENCA há 1,7 trilhões de dólares em minerais - isso, em valores não atualizados; isso, sem os valores dos nossos minerais mais valorizados que há lá, sem a nanotecnologia. Imaginem os senhores se o Brasil abrir a RENCA à exploração. E só se pode explorar 23% dela: a parte sul. Para que os senhores tenham ideia, no lado do Pará dessa reserva, há cinco montanhas riquíssimas, e se estima que tenham milhões e milhões de toneladas de fosfato, que é um macronutriente que faz a base da agricultura do Brasil. Isso está a 60, 70 quilômetros do porto. E nós importamos da Rússia 95% do fósforo que o Brasil consome, enquanto a distância do Amapá é bem mais próxima.

     Que se olhe para isso. Que esta Casa, que está fazendo esse pacto federativo - com o senhor aí, na Presidência, e eu cobrando todo dia para que nos ajudem, e quero ainda pedir ao Deputado Rodrigo Maia, aos Deputados - , veja o Amapá com outros olhos. Nós somos uma ilha do outro lado. Entre o Pará e o Amapá, há 2 mil ilhas que compõem o arquipélago da Ilha de Marajó. E ali há 1 milhão de pessoas. No Amapá, são 845 mil habitantes, Sr. Presidente. Mas nós temos esse 1 milhão de pessoas que se socorrem no Amapá. Macapá é uma UTI social. Nós temos que garantir educação e saúde para todo esse povo.

     Aqui fica o nosso pedido para que olhem a riqueza do Amapá, porque, hoje, além de ser o Estado mais preservado do mundo, é um dos mais ricos do Brasil. Mas lá o nosso povo, volto a dizer, está na pobreza, contemplando a natureza.

     Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 03/10/2019 - Página 13