Discurso durante a 212ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o Projeto de Lei Complementar que define as regras de aposentadoria para trabalhadores do Regime Geral da Previdência Social expostos a atividade de risco e a agentes nocivos à saúde.

Comentário sobre a PEC nº 133/2019, PEC Paralela da Previdência.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL:
  • Preocupação com o Projeto de Lei Complementar que define as regras de aposentadoria para trabalhadores do Regime Geral da Previdência Social expostos a atividade de risco e a agentes nocivos à saúde.
PREVIDENCIA SOCIAL:
  • Comentário sobre a PEC nº 133/2019, PEC Paralela da Previdência.
Publicação
Publicação no DSF de 06/11/2019 - Página 95
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL
Indexação
  • APREENSÃO, MOTIVO, PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR (PLP), ASSUNTO, REGULAMENTAÇÃO, ATIVIDADE, TRABALHADOR, REGIME GERAL DE PREVIDENCIA SOCIAL, RELAÇÃO, APOSENTADORIA ESPECIAL, PERICULOSIDADE.
  • COMENTARIO, ASSUNTO, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), OBJETIVO, REGULAMENTAÇÃO, CONCESSÃO, PENSÃO, MOTIVO, MORTE, TRABALHADOR, REGIME GERAL DE PREVIDENCIA SOCIAL, REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL.

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05/11/2019


    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, creio ser um equívoco votar a toque de caixa, apressadamente, da noite para o dia, propostas que dizem respeito a vida de milhões de pessoas.

    É preciso ir com calma, analisar nos detalhes, ouvir todas as partes envolvidas, especialistas, realizar debates e audiências públicas.

    Caso contrário, poderemos cometer graves erros que irão prejudicar essas milhões de pessoas. Vejamos dois casos: Notícias dão conta que projeto de lei complementar que define as regras de aposentadoria para trabalhadores expostos a atividades de risco e a agentes nocivos à saúde (periculosidade) já está circulando. Falei com o autor e com o relator. Acredito que podemos avançar.

    Há 95 categorias neste cenário. Todas estariam contempladas? Quais os critérios? Qual o princípio para a regulamentação? É obvio que haverá muitas dúvidas.

    Por isso, repito, é necessário mais tempo para a realização de debates, análises, mudanças que por ventura devem ser feitas. Não podemos errar.

    Outra proposta é a da PEC Paralela da Previdência.

    Hoje é dia 5 de novembro. Falam que ela poderá ser votada na próxima quarta-feira, dia 6, na Comissão de Constituição e Justiça desta Casa e votada no Plenário no mesmo dia. Acho precipitado. Não há motivo para correria.

    A PEC Paralela, PEC 133/2019, inclui Estados e Municípios na reforma e trata de outras mudanças, a exemplo de regras para pensão por morte, aposentadorias especiais.

    Eu entendo que é, também, muita correria para votar uma proposta que vai decidir o futuro de milhões de vidas. Não temos motivo para votarmos assim.

    É como diz o ditado popular "cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém". Vamos usar a nossa sabedoria, sermos prudentes, precavidos.

    O próprio governo disse que os problemas da PEC principal da Previdência seriam resolvidos na Paralela. Mais um motivo aí para sermos cautelosos.

    Alguns pontos:

    Carência (tempo mínimo de contribuição): todos deveriam ser de 15 anos; Valor da aposentadoria por incapacidade permanente; Reversibilidade das cotas da pensão por morte; Cálculo dos benefícios 100% da vida laboral: hoje é 80% das maiores contribuições; Contribuição dos servidores inativos a partir de um salário mínimo; Alíquota extraordinária no RPPS quando houver déficit atuarial; Contrato de trabalho intermitente; Privatização dos benefícios não programados: auxílio doença, auxilio acidente, pensão, aposentadoria por incapacidade, auxilio maternidade; Privatização da previdência complementar; Conversão do tempo especial em comum:10 anos para 14; Aposentadorias especiais; Regra de transição só atinge 20% dos trabalhadores da área privada e pública: 40 anos de contribuição/65 anos.

    Sr. Presidente, faço um apelo a V. Exas.: vamos ter mais tempo para o debate. A discussão é saudável, dá legitimidade ao processo. Não há motivo para fazermos as coisas aos atropelos.

    Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/11/2019 - Página 95