Discurso durante a 218ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Manifestação favorável ao restabelecimento da prisão em segunda instância.

Reflexão sobre a importância de abrandar a polarização política no País.

Expectativa pela abertura dos processos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Leitura do texto “Futuro e nós”, de autoria de Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PODER JUDICIARIO:
  • Manifestação favorável ao restabelecimento da prisão em segunda instância.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Reflexão sobre a importância de abrandar a polarização política no País.
PODER JUDICIARIO:
  • Expectativa pela abertura dos processos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
HOMENAGEM:
  • Leitura do texto “Futuro e nós”, de autoria de Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2019 - Página 36
Assuntos
Outros > PODER JUDICIARIO
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • DEFESA, EXECUÇÃO PROVISORIA, PENA, CONDENAÇÃO, SEGUNDA INSTANCIA, CRITICA, DECISÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, MODERAÇÃO, OPOSIÇÃO, CONTEXTO, EXCLUSÃO, NATUREZA POLITICA, COMENTARIO, CORRUPÇÃO.
  • EXPECTATIVA, ABERTURA, PROCESSO, IMPEACHMENT, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), CRITICA, OMISSÃO, SENADO.
  • LEITURA, TEXTO, AUTORIA, FRANCISCO CANDIDO XAVIER.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE. Para discursar.) – Muitíssimo obrigado, Senador Mecias de Jesus, que agora preside esta sessão desta segunda-feira.

    Saúdo a todos aqui presentes. É muito bom ver este Plenário e essas galerias com movimentação, nesta que é uma Casa do povo brasileiro, dos Estados da Federação.

    Eu subo a esta tribuna, em primeiro lugar, agradecendo a Deus pela oportunidade de, mais uma vez, estar aqui com saúde, com serenidade, podendo combater o bom combate em mais uma semana de trabalho, quando as expectativas do povo brasileiro estão voltadas especialmente para o Senado Federal, para a nossa Casa, a Casa onde vocês estão, a Casa que vocês estão vendo, a Casa que vocês estão ouvindo também.

    Esta é uma semana que promete, é uma semana que será decisiva para quem quer o fim da impunidade no Brasil, para quem quer o restabelecimento da prisão em segunda instância em nosso País. A decisão do Supremo Tribunal Federal, há duas semanas, deixou o nosso País numa situação extremamente desconfortável em relação a todos, praticamente todos os países do mundo inteiro. O Brasil, e eu digo isso constrangido, digo isso com certa vergonha, foi o primeiro país a voltar atrás na prisão em segunda instância.

    Eu acho que isso transcende a questão de esquerda, de direita, de centro; isso transcende a questão de políticos condenados por corrupção terem sido liberados. É uma questão de quem quer o fim da corrupção no nosso País, de quem quer que a justiça seja para todos. Com essa decisão vergonhosa do Supremo Tribunal Federal, nós tivemos a possibilidade de libertação de pedófilos, de homicidas, de traficantes, de empresários corruptos e também de políticos poderosos e corruptos.

    Eu tenho muita esperança na decisão dos Senadores lá na CCJ, na quarta-feira, e depois aqui no Plenário. Eu tenho muita esperança de que o Brasil vá restabelecer a prisão em segunda instância. Sabem por quê? Porque, se há uma coisa que político respeita – eu estou aprendendo isto agora, estou há pouco tempo na política, estou completando dez meses –, se há uma coisa que eu já percebi que político respeita, é um povo organizado, é um povo que cobra e que se aproxima desta Casa que é dele.

    Eu recebi centenas de mensagens neste final de semana. E não houve nenhuma dessas mensagens que dissesse o contrário, todas querem o retorno da prisão em segunda instância no Brasil.

    Eu queria dizer que eu estive num evento este final de semana em São Paulo em que eu fiquei muito grato, Senador Paulo Paim. Eu fiquei extremamente grato de ter podido participar lá no Museu da América Latina de um evento que reuniu rabinos, pastores, padres e espíritas. Eu saí muito feliz, porque a discussão era em torno da paz do movimento chamado Você e a Paz, idealizado pelo médium Divaldo Pereira Franco, um grande humanista, pacifista do Brasil. E eu tive a benção de poder participar desse evento de alto nível, de altíssimo nível. Ai como eu queria trazer esse evento – e vou me esforçar para trazer esse evento – aqui para o Senado Federal, porque eu acho que é disso que a gente está precisando aqui nesta Casa.

    No momento de tanta polarização no Brasil, a gente precisa pensar juntos. Todos nós temos nossas qualidades, nossos defeitos. Nós estamos aqui para evoluir, para aprender uns com os outros. Ninguém é dono da verdade. O Brasil tem que ultrapassar essa polarização, esse discurso, muitas vezes, de exclusão, de raiva, de ódio. Chegou a hora de darmos as mãos e reconhecermos as potencialidades que cada um tem, independentemente de partido político. Todos os Senadores têm pautas boas aqui. Eu tive a oportunidade de conhecer, de conversar, um lado humanizado, e está sendo um grande aprendizado para mim nestes dez meses de mandato.

    Eu queria, para me encaminhar para o encerramento da fala, fazer uma pergunta: o que que nós estamos fazendo com o povo brasileiro? O que nós estamos fazendo? A pergunta empodera quem a faz, gera reflexão. Ontem, em várias capitais do Brasil, nós tivemos o pedido de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. E não há outro lugar que possa dar essa resposta senão esta Casa, mas o Senado está se omitindo. O Senado não está deliberando algo que precisava deliberar, que é sobre esses pedidos de impeachments de ministros do Supremo Tribunal Federal, que têm fatos determinados, ressaltando que a instituição é importante para o País, que a maioria dos ministros é cumpridora dos seus deveres, mas há alguns que nós precisamos dar resposta para a população, que quer a verdade sobre a sua Justiça. Eu também cobro e cobrarei uma posição desta Casa para deliberar os impeachments que estão engavetados na Presidência do Senado Federal.

    Para encerrar, eu quero terminar com uma mensagem, Senador Paulo Paim. Se você me der mais um minuto, eu consigo encerrar com uma mensagem que é muito inspiradora para a gente começar esta semana tão decisiva para o País: "Futuro e nós".

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Já está dado.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE) –

Comecemos avaliando a importância de compreender e servir.

Esqueçamos ressentimentos e sombras, lembrando-nos de que a prática do amor é trabalho para todos os dias.

Não reclamemos dos outros aquilo que possamos fazer por nós mesmos.

Entendamos que os nossos problemas não são maiores do que muitas das dificuldades que afligem os semelhantes.

Melhoremos a nós próprios, a fim de que as nossas experiências se elevem.

Vejamos, em cada criatura, um mundo à parte e, por isso, aceitemos os nossos companheiros de caminho, tais quais são, sem exigir-lhes demonstrações de santidade ou grandeza.

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE) –

Busquemos o trabalho constante no bem de todos por ação capaz de impulsionar-nos para adiante, livrando-nos de fixações pessoais em grades de sombra.

    O autor é Emmanuel, que é o mentor do grande pacifista e humanista brasileiro Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier.

    Uma ótima semana a todos.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2019 - Página 36