Discurso durante a 213ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de reunião com o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Dias Toffoli, na qual lhe foi entrega carta aberta assinada por 43 senadores, em defesa da execução provisória da pena após condenação do réu em segunda instância.

Autor
Lasier Martins (PODEMOS - Podemos/RS)
Nome completo: Lasier Costa Martins
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PODER JUDICIARIO:
  • Registro de reunião com o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Dias Toffoli, na qual lhe foi entrega carta aberta assinada por 43 senadores, em defesa da execução provisória da pena após condenação do réu em segunda instância.
Aparteantes
Arolde de Oliveira, Carlos Viana, Eduardo Girão, Jorge Kajuru, Juíza Selma, Oriovisto Guimarães.
Publicação
Publicação no DSF de 07/11/2019 - Página 64
Assunto
Outros > PODER JUDICIARIO
Indexação
  • REGISTRO, REUNIÃO, DIAS TOFFOLI, MINISTRO, PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ASSUNTO, ENTREGA, CARTA ABERTA, EXECUÇÃO PROVISORIA, PRISÃO, CONDENAÇÃO, SEGUNDA INSTANCIA.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS. Para discursar.) – Muito obrigado, Sr. Presidente Antonio Augusto Anastasia.

    Senadoras, Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, estudantes de Direito de Caruaru, que ocupam grande parte das nossas galerias, cumprimentos pelo aniversário do Senador Randolfe, um dos mais atuantes Senadores desta Casa.

    Presidente, eu venho à tribuna para informar a V. Exa. e aos demais Senadores que ontem não puderam integrar o grupo...

    Saúdo o Senador "Karuru", que está me pedindo uma saudação: está feita.

    Ontem, Sr. Presidente, Srs. Senadores, nós fizemos uma visita ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Dias Toffoli, para entregar a ele uma carta aberta em que 43 Senadores pediam e pedem maior reflexão no julgamento que vai se realizar amanhã, provavelmente encerrando a votação e discussão da prisão após julgamento de segunda instância.

    Fomos levar, Sr. Presidente, Srs. Senadores, um apelo institucional ao Presidente do Supremo para este julgamento. E por que digo apelo institucional? Porque, grandiosamente, para todos nós que defendemos esta causa, nós levamos ontem um pedido da instituição Senado Federal. Digo isso com grande alegria, porque a carta aberta que levamos ao Presidente do Supremo tinha a subscrição de 43 Senadores. Isso equivale, senhores telespectadores da TV Senado, isso significa que o Senado Federal é a favor da prisão em segunda instância. A Casa da Federação tomou posição, e este fato merece o reconhecimento, a reflexão e o respeito do eminente Ministro do Supremo. Esta Casa Legislativa quer a manutenção da prisão em segunda instância. É o que retratam as 43 assinaturas que foram levadas a esta carta aberta ontem. Esse é o primeiro aspecto.

    O segundo aspecto foi a receptividade, a educação, a fineza do Sr. Presidente do Supremo, ao receber o grupo que foi ao seu encontro para entregar a carta e depois ouvir um a um, com suas razões, os Senadores que lá foram. Foi uma visita de 1 hora e 5 minutos. E, após as explanações de cada um dos integrantes do grupo, o Sr. Presidente do Supremo, evidentemente, disse que não iria revelar o voto, uma vez que provavelmente ele vai proferir amanhã o voto de Minerva, considerando os boatos, as especulações de que haverá um empate, num julgamento parcial até agora, de 3 a 2, a favor da prisão em segunda instância... Um empate, 4 a 3 – corrija-me o Senador Kajuru –, mas se descortina até agora um empate em 5 a 5.

    Disse o Presidente do Supremo que era importante observar o seu ponto de vista de que não há reconhecimento, longe disso, de uma cláusula pétrea com relação à prisão em segunda instância. É verdade que há, nesse entendimento, um recado a nós, Parlamentares, de que já deveríamos ter resolvido essa questão há algum tempo, mas, por outro lado, ele facilita a nossa perspectiva de que o que está ocorrendo até agora é o entendimento pessoal, é a interpretação...

(Soa a campainha.)

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – ... de cada um dos ministros do Supremo Tribunal quanto a esse julgamento tão ansiosamente aguardado para amanhã.

    Nós continuamos com a esperança de que o Supremo Tribunal Federal mantenha a prisão em segunda instância, sob o risco, numa votação contrária, de que se abram as portas das cadeias do Brasil e se coloquem fora, já na semana seguinte, 4,9 mil reclusos, entre eles em torno de cem envolvidos e presos por causa da Lava Jato.

    Por outro lado, o julgamento de fim da segunda instância para a prisão significará o enfraquecimento do instituto da delação premiada, porque os delatores poderão dizer que não têm mais motivo para delatar. É outro aspecto que deve ser levado em conta.

    E, por fim, abriria esse julgamento a oportunidade aos delinquentes que querem continuar ou querem vir para o Brasil delinquir porque aqui não mais haverá prisão, a não ser lá adiante, no chamado trânsito em julgado. Portanto, nessa hipótese, o Brasil se tornaria...

    O Sr. Oriovisto Guimarães (PODEMOS - PR) – Senador Lasier, depois me dá um aparte?

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Já lhe passo.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Eu pedi primeiro.

    O Sr. Eduardo Girão (PODEMOS - CE) – Eu também.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Já me pedem apartes o Senador Girão, o Senador Oriovisto...

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Eu pedi primeiro.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Em primeiro lugar o Senador Kajuru.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Até porque eu vou citar o Oriovisto e o Girão.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Perfeito.

    Aí teríamos aqui, estou concluindo, um paraíso para os delinquentes, porque saberiam das facilidades de cometer os crimes e permanecerem em liberdade.

    Com a permissão do Sr. Presidente dos trabalhos, Antonio Anastasia, eu concedo aparte ao Senador Jorge Kajuru.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para apartear.) – Inicialmente, Senador Lasier Martins, sempre coerente, ético, permita-me uma brincadeira respeitosa. Nós somos amigos desde 1982, no Sarriá, na Copa da Espanha. E o senhor, de repente, na primeira vez, sem querer evidentemente, quando citou o meu nome, o senhor falou "Karuru"...

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Não. Eu citei os estudantes de Direito de Caruaru que estão aqui.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Então, já que o senhor falou "Karuru", eu vou devolver uma brincadeira.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Eu fiz um misto, então.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Nós dois ontem fomos motivo de uma entrevista em um telejornal importante do Brasil, colocando a tua declaração e a minha, e eu senti que nós dois fizemos uma tabela Pelé-Coutinho, não é Coutinho?

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Então, você era o Pelé.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Então, é para devolver o "Karuru".

    Mas falando sério, primeiro a alegria do Estado de Goiás, um dos poucos, talvez o único, que obteve sintonia. Os três assinaram um documento em relação à prisão em segunda instância: o Senador Luiz do Carmo, Senador Vanderlan e eu.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Isso me leva a pedir que V. Exa. não mais critique os seus colegas goianos.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – É verdade. Meu amigo, se eu pudesse de joelho pedir desculpas, eu pediria.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Isso é ótimo.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Aliás, eu só quero brigar com os Felicianos da vida. Com esse eu quero, até porque mexeu com o Randolfe. Mexeu com o Randolfe, mexeu comigo.

    Então, é o seguinte, lembrar, porque é importante, até porque ele permitiu... O Senador Girão se lembra, o Senador Oriovisto foi educadíssimo e de uma inteligência! Ele colocou para o Ministro Dias Toffoli nessa nossa reunião de ontem o seguinte: "O senhor tem uma oportunidade na quinta-feira de ser herói nacional ou não". Correto? E ele ali sentiu, ou seja, foi cirúrgico o Senador Oriovisto.

    O Senador Girão, da mesma forma. A gente foi respeitoso com ele porque ele o foi com a gente, como o senhor colocou muito bem.

    Então, eu só queria pedir a sua permissão para citar aqui, porque nós representamos 43 colegas: o Lasier, Oriovisto, Alessandro, Girão, Mara Gabrilli, Carlos Viana, Styvenson, o capitão, Rodrigo Viana, que, aliás, contou uma história emocionante dos seus pais, assim como a Mara contou também algo que eu não sabia... Desculpe, foi o Rodrigo Cunha, de Alagoas, meu amigo. A Mara também contou uma sobre o Celso Daniel, emocionante, que ela viveu. E o Major Olimpio, o Arolde de Oliveira e o Marcos do Val. Então, foram 12, correto?

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Correto.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – E só registrar – porque o senhor falou, mas não deu o nome – o 43º nome, que ligou do Rio de Janeiro pedindo que o senhor acrescentasse, porque ele fazia questão de participar desse grupo de maioria, de 43 Senadores, que foi o Senador Flávio Bolsonaro, ou seja, que nos acompanhou nesse documento.

    Então, só para fazer este registro e aproveitar para citar dois momentos rápidos. Um, lembra quando o Ministro Dias Toffoli olhou para mim e falou: "Kajuru, você que é do mundo esportivo, mesmo que esse julgamento de quinta-feira cause surpresa negativa, a bola vai continuar pingando", lembra que ele falou isso?

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Foi. E nem foi picando, foi pingando.

    O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – E a outra coisa, Senador Lasier, que o Senador Oriovisto pediu a ele se a gente podia dar publicidade a essa sua declaração, e ele permitiu, em relação à cláusula pétrea, perfeito?

    Era a minha observação, para que a gente fique aqui de forma a esperar por este julgamento de amanhã e saber se ele vai querer ser herói nacional ou não. Espero que sim.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – É o que todos nós esperamos.

    Muito obrigado pelo aparte, Senador Jorge Kajuru.

    Quando disse o Senador Oriovisto que o Presidente do Supremo se tornaria um herói, isso já faz pressupor que seria um Ministro que poderá andar livremente pelas ruas, entrar nos aviões de carreira, algo que hoje a gente sabe que não está podendo acontecer e lamenta até por isso.

    Eminente Senador Eduardo Girão.

    O Sr. Eduardo Girão (PODEMOS - CE. Para apartear.) – Senador Lasier, eu queria, neste momento, manifestar minha gratidão a V. Exa. por ter nos dado a oportunidade de ir em grupo ontem junto não apenas ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, mas também ao Procurador Aras, com quem nós estivemos na mesma tarde.

    Eu quero dizer que foi muito interessante a conversa. Foi um posicionamento institucional bacana de um grupo de Senadores, são 43 Senadores, ou seja, a maioria absoluta da Casa, de quem V. Exa. recolheu pessoalmente essas assinaturas em uma semana. Muitos, inclusive, gostariam de assinar, estão aderindo, mas não tiveram a oportunidade por estarem em outros compromissos, foi muito rápido tudo. Mas o importante é que nós criamos um fato novo – fato novo, inclusive, reconhecido pelo Dr. Aras. O Ministro Dias Toffoli ouviu de forma muito atenciosa os Senadores.

    A carta, como dito pelo Procurador, foi um divisor de águas. Então, a gente acredita, tem esperança, o povo brasileiro e, aproveitando aqui a TV Senado, que está transmitindo esta sessão, é muito importante que se deixe aflorar essa esperança, porque amanhã é o julgamento mais importante do ano do Supremo. Já houve outros importantes, mas amanhã é o mais importante.

    Decisões, muitas vezes, Senador Lasier, frustraram os anseios do povo brasileiro, que quer o combate à corrupção como prioridade neste País. Que continue a ser, porque, nos últimos cinco anos, nós tivemos um avanço fabuloso que mostrou que a lei é para todos. Nunca tivemos empresários corruptos presos, nunca tivemos políticos poderosos presos. Então, a esse julgamento amanhã o Brasil vai parar para assistir e, pelo andar da carruagem, a decisão vai ser do Presidente do Supremo. Ele vai ter a oportunidade de melhorar a imagem do Supremo Tribunal Federal, que está altamente desgastada na sociedade com as últimas decisões. Ele tem amanhã essa chance. Eu acredito ser um homem inteligente, acredito também na sensibilidade dele ao clamor nacional pela prisão em segunda instância. Nenhum país do mundo, tendo prisão em segunda instância, voltou atrás.

    Então, o Brasil... Espero de coração, com aquele apelo ontem que todos nós fizemos, que o Supremo se abra para essa possibilidade mais forte ainda na questão da ética, por um Brasil melhor para os nossos filhos e netos.

    Então, eu me congratulo com V. Exa., que nos deu essa oportunidade, fazendo essa articulação belíssima com 43 Senadores.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (PODEMOS - CE) – Espero que o Supremo respeite o desejo desta Casa, da maioria dos Senadores, e que amanhã a gente consiga que o povo brasileiro saia realmente vitorioso.

    Muito obrigado.

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – Senador Lasier...

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Muito obrigado. É importante...

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – Senador Lasier, permita-me também um minuto.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Pode ser pela ordem?

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – Claro.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Porque ainda há o aparte do Senador Oriovisto e, depois...

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – Perfeitamente.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – ... da Senadora Selma.

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – Perfeitamente.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Depois, o Senador Carlos Viana.

    Eu queria dizer que essas manifestações são muito importantes também por um aspecto. Nós estávamos recebendo muitas críticas pelas redes sociais de que o Senado não estava fazendo nada diante desse julgamento que monopoliza e preocupa a população brasileira. Pois nós tomamos uma das raras medidas que seriam possíveis, porque nós não podemos influir.

(Soa a campainha.)

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Nós temos que respeitar a independência dos Poderes. O máximo que poderíamos fazer seria levar uma carta e pedir aos ministros reflexão, cuidado, preocupação com o que pensa a sociedade brasileira. E foi o que fizemos ontem.

    Eminente Senador Oriovisto Guimarães.

    O Sr. Oriovisto Guimarães (PODEMOS - PR. Para apartear.) – Senador Lasier, é muito importante que eu complemente uma reflexão a respeito dessa nossa visita ontem ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Toffoli. O mais importante para mim, nessa entrevista, é que o Ministro deixou muito claro que é papel do Congresso Nacional, é papel do Senado fazer a lei. Também deixou muito claro que ele não vê nenhuma cláusula pétrea na Constituição que seja ferida por essa lei.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Oriovisto Guimarães (PODEMOS - PR) – Deixou, no meu entender, muito claro que, se a decisão do Supremo... E disse inclusive que vai constar no voto dele que a obrigação é do Senado, que a obrigação é da Câmara dos Deputados. Isso deve nos levar a uma reflexão muito séria, muito séria. Se hoje existe uma pressão contra o Supremo Tribunal Federal no sentido de que ele não autorize a liberdade ad infinitum com os recursos e que acabe com a prisão em segunda instância, a partir da semana que vem, toda essa pressão será contra nós Senadores. A população vai exigir que nós desempenhemos o nosso papel, que nós possamos dar uma resposta, e acho que este Senado precisa dar essa resposta; precisa dar essa resposta e mandar para a Câmara dos Deputados, e aí será a responsabilidade da Câmara dos Deputados completar a resposta à população ou decepcionar a população. Mas o Senado, já que tem 43 Senadores apoiando essa PEC, certamente vai votar e vai atender a população.

    Eu já recebi um projeto de emenda do Senador Marcos Rogério que melhorou a PEC, recebi uma ideia do Senador Rodrigo Pacheco, que ainda está pensando, ainda não formalizou a PEC, mas que também enriqueceria muito, e acho que essa PEC pode sair como um grande acordo de todos os partidos, de todos os Senadores, e vai ser uma PEC perfeita. Com as contribuições da ideia do nosso Senador Rodrigo Pacheco e do Marcos Rogério, a PEC chega à perfeição: ela resolve o problema da velocidade da tramitação da nossa Justiça, ela satisfaz a população e ela não tira o direito de defesa das pessoas. É preciso analisar por inteiro o conjunto de ideias que tem, que ficou realmente muito boa.

    Era isso, Senador.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Muito obrigado, Senador Oriovisto. Eu também aproveito para cumprimentá-lo, porque V. Exa. tem a autoria de uma proposta de emenda à Constituição que está aguardando pauta desde abril deste ano.

    E até aproveito para perguntar ao nosso Presidente, para pedir ao nosso Presidente Davi que, logo que possível, possa pautar essa PEC do Senador Oriovisto sobre a prisão em segunda instância, que está aguardando pauta.

    Bom, eu ouço com muito prazer a Senadora Juíza Selma.

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – Eu queria, Senador... Eu vou passar para a Senadora Selma...

    A Sra. Juíza Selma (PODEMOS - MT) – Pois não.

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - AP) – Senador Lasier, eu queria aproveitar essa pequena interrupção de V. Exa. na tribuna. A gente... Está na pauta já a votação da PEC 133, que é a PEC paralela da reforma da previdência, que inclui Estados e Municípios. Nós temos um quórum de 59. Eu queria pedir para os Senadores que eles possam ficar em Plenário para a gente votar em primeiro turno a PEC 133 ainda agora e que os Senadores ficassem para votar a PEC do feminicídio logo em seguida, que é um pedido das Senadoras. Mas eu queria iniciar com a PEC 133, a PEC paralela, aproveitando a presença do quórum dos Senadores, e convidar os Senadores para que venham ao Plenário, para a gente iniciar a votação assim que o Senador Lasier concluir o seu pronunciamento.

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) – Presidente Davi.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Muito obrigado.

    Eu aproveito, ainda no final da minha intervenção, para ouvir o aparte da Senadora Juíza Selma.

    A Sra. Juíza Selma (PODEMOS - MT. Para apartear.) – Senador Lasier Martins, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu quero ser muito breve, até porque o que tinha que ser dito nesta tarde já foi muito bem dito pelos que me antecederam. Quero apenas ratificar e reforçar, Sr. Senador, a minha admiração pela sua atitude. Ao levar as assinaturas de 43 Senadores, o senhor levou junto a assinatura e a vontade de todos os eleitores que elegeram, que colocaram essas pessoas aqui nesta Casa. Então, o senhor conseguiu mostrar ao Supremo Tribunal Federal muito mais do que 43 assinaturas. O senhor conseguiu mostrar ao Supremo Tribunal Federal a vontade do povo brasileiro, que deve ser respeitada. A responsabilidade que o Supremo Tribunal Federal tem em proferir uma decisão e saber medir as consequências sociais dessa decisão, ficou muito clara ontem, através da sua medida, da sua ideia, da sua ação aqui no Plenário.

    Então, fica o meu agradecimento especial à sua iniciativa.

    E também dizer aqui ao caro Senador Oriovisto, na qualidade de Relatora da PEC da qual ele é autor, que estamos prontos já com o relatório incluindo as modificações necessárias e, se Deus quiser, vamos encaminhar esse relatório já para votação na CCJ, no próximo dia 13, salvo engano. Então, se Deus quiser, vamos conseguir galgar esse degrau. O Brasil vai conseguir sair dessa insegurança jurídica que nós vivemos hoje e vamos superar mais uma das crises causadas pela omissão do legislador ou pelo ativismo judicial.

    Muito obrigada.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Eu que agradeço sua intervenção e sua colaboração nessa causa, Senadora Selma.

    A propósito, o Senador Alessandro chegou a fazer um cálculo do que está expresso nessas 43 assinaturas, que refletem a posição do Senado sobre a prisão em segunda instância e chegou à conclusão de que 43 assinaturas equivalem à vontade de 70 milhões de eleitores brasileiros que querem essa decisão do Supremo para manter a prisão em segunda instância.

    O Sr. Arolde de Oliveira (PSD - RJ) – Senador Arolde quer um aparte.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Logo depois do Senador Carlos Viana, se V. Exa. permitir.

    Senador Carlos Viana.

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG. Para apartear.) – Senador Lasier, demais Senadores e Senadoras, quero dizer rapidamente da minha satisfação em ter estado com V. Exa. lá, ontem, quando fomos recebidos pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Num primeiro momento, quando cheguei lá e vi o Senador Kajuru com um terço nas mãos, pensei: será que viemos para expulsar um satanás aqui? (Risos.)

    Mas não! Nós fomos lá para mostrar a harmonia, o respeito entre os Poderes, o equilíbrio...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Carlos Viana (PSD - MG) – ... e o desejo de que a população continue sentindo que há de nós, Senadores, a vontade e a determinação de combater a impunidade e principalmente combater a corrupção no Brasil, o que, infelizmente, desanima tanto os brasileiros e nos empobrece.

    Portanto, meus parabéns a V. Exa. pela iniciativa e a minha satisfação em ter participado, assinado a carta aberta pela prisão em segunda instância.

    Muito obrigado.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Eu cumprimento V. Exa., Carlos Viana, pela manifestação muito bem colocada durante a recepção do Ministro Toffoli.

    Meu prezado conterrâneo que abandonou o Rio Grande do Sul – São Luiz Gonzaga – para ser Parlamentar do Rio de Janeiro, Arolde de Oliveira.

    O Sr. Arolde de Oliveira (PSD - RJ. Para apartear.) – Obrigado, nobre Senador Lasier Martins.

    Na realidade, não abandonei o Rio Grande do Sul, conquistei mais um Estado para o meu coração que é o Rio de Janeiro.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Perfeito.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Arolde de Oliveira (PSD - RJ) – Eu gostaria também de realçar a importância e de cumprimentá-lo, Senador, pela iniciativa desta carta que expressa a unidade da maioria absoluta dos Senadores da República e que foi entregue ontem, de forma muito cordial, mas com posicionamentos muito próprios, muito firmes, de cada Senador que lá esteve presente.

    É preciso realçar também a lhaneza, a fidalguia com que formos recebidos pelo Presidente Toffoli. Ele nos recebeu, ouviu e depois inclusive fez as suas ponderações de forma bastante profissional, com muita lisura. Fiquei muito feliz de ver aquele grupo representando a maioria absoluta do Senado Federal...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Arolde de Oliveira (PSD - RJ) – ... e a grande maioria dos votos e Estados do nosso País.

    Parabéns, mais uma vez, a V. Exa.

    Muito obrigado.

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS) – Cumprimentos a V. Exa.

    Sr. Presidente Davi Alcolumbre, era isso o que nós precisávamos relatar a V. Exa. e aos brasileiros que nos acompanham pela TV Senado e pela Rádio Senado. Nós descobrimos que o Senado Federal, por ampla maioria, está de acordo com a manutenção da prisão em segunda instância. Isso é muito importante e quem sabe lá, talvez, que assim seja, possa influenciar no julgamento de amanhã.

    Obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/11/2019 - Página 64