Discurso durante a 223ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a celebrar a canonização da brasileira Irmã Dulce pelo Papa Francisco.

Autor
Telmário Mota (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
RELIGIÃO:
  • Sessão Especial destinada a celebrar a canonização da brasileira Irmã Dulce pelo Papa Francisco.
Publicação
Publicação no DSF de 22/11/2019 - Página 20
Assunto
Outros > RELIGIÃO
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, CANONIZAÇÃO, IRMÃ DULCE, PAPA, LOCAL, VATICANO, IGREJA CATOLICA.

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RR. Para discursar.) – Sra. Presidente, Senadora Kátia. Quero cumprimentar também o Senador Otto Alencar, o Senador Angelo Coronel, o Senador Jaques Wagner, que já teve que se retirar. Quero também cumprimentar o Deputado Federal Osires Damaso; o Ministro do Superior Tribunal Militar, Sr. Almirante de Esquadra Alvaro Luiz Pinto, o Vereador do Município de Araguaína e Presidente da União dos Vereadores do Estado do Tocantins, Sr. Terciliano Gomes; e o representante da CNBB, Reverendo Padre Paulo Renato Campos e a todos que estão hoje aqui, senhoras e senhores. Quero também registrar aqui a presença da Dra. Fabiana Costa Oliveira Barreto, Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e também do Promotor Moacir Reis Filho, todos que estão aqui presentes.

    Presidenta, eu ia viajar hoje, Senadora Kátia, e fiquei sabendo dessa justa homenagem. Então, pedi para adiar a minha viagem para amanhã. São várias as razões. Liguei para o meu gabinete e falei: "Prepara aí um discurso, porque hoje vão homenagear a Irmã Dulce e eu quero, naturalmente, fazer as minhas homenagens".

    Ao chegar aqui a este Plenário, eu recebi coisas lindas sobre a Irmã Dulce. Mas eu olhei aqui para a Presidente Kátia Abreu, olhei o busto de Rui Barbosa e falei: "Meus assessores e eu não temos Rui Barbosa ou os adjetivos e o vocabulário que S. Exa. tinha para homenagear essa mulher". Então, eu falei: "Eu vou agora... Seja curto para agradar". Eu pensei logo nisso. Eu vou discorrer a biografia dela todinha depois de ouvir esses três monstros sagrados, baianos, Senadores.

    O Senador Otto viveu, junto com Irmã Dulce, parte da grande obra dela. O Jaques, como Governador, oportunizou as obras dela. O nosso Coronel, como Deputado, como homem público, naturalmente disse aqui tantas coisas bonitas das suas obras. E o que eu pensei? O destino, às vezes, nos dá grande oportunidade. Eu nasci em Roraima, sou Senador por Roraima. Sou filho de Roraima. Minha mãe é uma empregada doméstica; meu pai, um vaqueiro. Os dois estudaram na escola do mundo, semianalfabetos.

    Meu pai, montado numa burra, foi Prefeito do terceiro maior Município do meu Estado e minha mãe, uma empregada doméstica, no final da vida dela, se encarregou de rezar pelas pessoas. A casa dela vivia cheia. Tanto meu pai quanto minha mãe diziam: "Meu filho, estude". Ele tinha um ditado engraçado, em que dizia assim... Ele não mandava ler, ele dizia assim: "Veja as letras" – ou coisa dessa ordem. O que ele queria dizer? Vá aos livros e capte mais a cultura do povo, acumule, faça isso.

    Mas olha como o destino é bom comigo: eu estou aqui porque a minha vida acadêmica e a da minha esposa, Senadora Kátia Abreu, foram na Bahia. Eu morei 14 anos na Bahia. Eu era auditor de banco na Bahia. E ali eu me formei em economia e a minha esposa se formou em medicina, por isso eu sou conterrâneo dos nossos Senadores e da Irmã Dulce.

    E olha como o destino realmente capricha e é maravilhoso: eu, como auditor, um dia ia visitar, fui lá falar com um dos diretores do banco em que eu trabalhava, e a Irmã Dulce estava ali sentadinha. Ela tinha um olhar tipo Tancredo Neves, para baixo. E o Senador Otto disse com muita propriedade: ela tinha dificuldade de respiração. Ela ficava ali, naquele seu um metro e quarenta, sentada, esperando. Vários outros empresários queriam falar com o diretor do banco. E eu perguntei: essa não é a Irmã Dulce? Aí, o rapaz que estava comigo, o Luciano, que trabalha hoje até com o Governo da Bahia, disse: "É". Aí, eu entrei lá com o diretor e ele falou: "A Irmã Dulce está aí, acho que ela está atrás de doações".

    Então, veja você, olha como a vida é interessante. Há um ditado que diz o seguinte: não espere ter tudo para aproveitar a vida; você já tem a vida para aproveitar tudo. Olha como Deus mede as pessoas: Irmã Dulce não esperou ter tudo para fazer as suas obras; ela aproveitou a vida para fazer as obras maravilhosas sobre as quais aqui foi muito bem discorrido. Deus não mede as pessoas, Senadora Kátia, pelos seus olhos azuis, pela sua cor, pelo seu tamanho ou pelo seu patrimônio, mas mede pelo seu amor. Mede pelo seu amor.

    Por isso, eu queria dizer o seguinte: o amor está sobre todas as transgressões, todas, todas. E a Irmã Dulce era isso: um metro e quarenta de amor.

    E, para encerrar, para não ser longo, eu queria aqui fazer um pedido especial para vocês, para todos que estão aqui presentes. Quando eu disser "quem na Terra foi amor?", eu gostaria que todos dissessem "Jesus". Quando eu disser "na Terra, quem foi o anjo do amor, na Bahia, e que hoje está sendo homenageada?", digam "Irmã Dulce". Vamos ensaiar?

    Na Terra, quem foi amor?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RR) – Na Terra, quem foi o anjo do amor, na Bahia, que está sendo homenageada hoje?

(Manifestação da plateia.)

    O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RR) – Para você, Irmã Dulce, para você Jesus, que implantaram o amor. É com amor que nós vamos reconstruir esta Nação, é com amor que nós vamos fazer as obras que a Irmã Dulce fez.

    Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/11/2019 - Página 20