Discurso durante a 237ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda Dorina de Gouvêa Nowill.

Autor
Zenaide Maia (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda Dorina de Gouvêa Nowill.
Publicação
Publicação no DSF de 04/12/2019 - Página 19
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, PREMIO, CONDECORAÇÃO, COMENDA.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para discursar.) – Bom dia a todos e a todas aqui presentes. Eu quero cumprimentar os colegas Senadores – a nossa Presidente Daniella; os Senadores Marcos Rogério, Flávio Arns, Soraya Thronicke – e todos aqui presentes.

    Sabe o que é que nos chama a atenção aqui e nos enche de alegria? É saber dessas pessoas e entidades, como Dorina de Gouvêa – a Comenda tem o nome dela –; a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação; o Hospital Santa Marcelina de Rondônia; o Instituto dos Cegos de Campina Grande; Izabel Maria Madeira; Marcos Antônio Teixeira; Dr. Ricardo Tadeu, Desembargador; Rosalina Lopes Franciscão; Sociedade Professor Heitor Carrilho, do meu Estado; Sônia Regina e Ulisses de Araújo.

    Isso é como se entrasse uma brisa para a gente, dando esperança e visibilidade. Eu costumo dizer que quem cria as barreiras é a sociedade. Um país que não consegue acolher ou abraçar mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência... Nós temos que reconhecer que o deficiente é este País, é a sociedade. A gente sabe que, se todos os livros publicados neste País, a moeda deste País e as mercadorias dos mercados tivessem informação em braile, não existiria nenhuma barreira para as pessoas com deficiência. Por isso que eu afirmo: a deficiência é da sociedade. (Palmas.)

    Se todos os meios de comunicação tivessem o cuidado de botar a janela de libras, o intérprete de libras ou então uma tradução... Eu ouço muita gente que tem deficiência auditiva que diz que não assiste aos filmes brasileiros, porque nem tem a janela de libras, nem tem a tradução para eles lerem.

    Então, afirmo: a sociedade é que está deficiente; não são as pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade. E a gente ouve as pessoas com deficiência visual pedirem que as informações dos produtos que estão nas prateleiras para serem vendidos tenham a leitura em braile ou em outra tecnologia assistiva. Eles dizem que não têm interesse, Senadora Soraya, porque precisam de alguém dizer o que está escrito sobre aquele produto e qual o valor. Então, eles perdem o interesse.

    A gente sabe que esse projeto de lei aqui tem dificuldades, porque os empresários acham que vão ter custos para isso. E eu costumo mostrar que tem uma parte grande da sociedade que vai ser consumidora. Se eles não mostram interesse, fazer o quê? Precisam de algum familiar ou alguém dizer o que é que existe na mercadoria.

    Então, quero parabenizar e dizer a cada um dos agraciados que isto é um conselho e que não foi só Zenaide que indicou a Clínica Heitor Carrilho, que tem importância fundamental na história de inclusão das pessoas com deficiência do Rio Grande do Norte: fomos todos nós que aprovamos todos, inclusive o de indicação da nossa Mara Gabrilli. Se aonde o cadeirante for houver acessibilidade, deixou de ser uma barreira para ele.

    Então, gente, eu queria dizer que a gente respeita e que esta comenda não é só para agraciar vocês, mas para dar visibilidade neste País de que é necessário, sim, haver uma política cada vez mais de inclusão, não restringindo a inclusão.

    Contem com esta Senadora e com todos nós que estamos aqui. Numa sociedade que não abraça nem inclui as suas pessoas com deficiência, quem é deficiente é essa sociedade.

    Muito obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/12/2019 - Página 19