Discurso durante a 239ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Contentamento com a sanção, pelo Presidente Jair Bolsonaro, da Lei Complementar nº 169/2019, que autoriza a constituição de sociedade de garantia solidária e de sociedade de contragarantia.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Contentamento com a sanção, pelo Presidente Jair Bolsonaro, da Lei Complementar nº 169/2019, que autoriza a constituição de sociedade de garantia solidária e de sociedade de contragarantia.
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/2019 - Página 7
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • ELOGIO, SANÇÃO, JAIR BOLSONARO, ASSUNTO, FAVORECIMENTO, EMPREENDEDORISMO, LEI COMPLEMENTAR, LEI GERAL, MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA, ESTATUTO, AMBITO NACIONAL, CRIAÇÃO, PESSOA JURIDICA, EMPRESA, FORMAÇÃO, CAPITAL SOCIAL, SOCIEDADE, SOLIDARIEDADE, GARANTIA, SOCIEDADE ANONIMA, PARTICIPAÇÃO, INVESTIMENTO, SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) – Primeiro, quero dizer da minha grande satisfação de vê-lo na Casa, vê-lo presidindo a sessão, já que eu custei a vê-lo hoje pela manhã. V. Exa. é sempre muito assíduo e geralmente o primeiro a chegar à Casa.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – É que eu abri a CDH às 8h30.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – Mas eu me confortei quando, na televisão...

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Percebeu que eu estava lá.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – ... pude vê-lo já obrando na CDH.

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Fiz um balanço dos trabalhos da CDH hoje pela manhã.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – É sempre uma alegria. Eu costumo dizer que, quando eu chego aqui e não o encontro na sua cadeira, aqui no cafezinho, no Espaço Senador Luiz Henrique da Silveira, eu sinto que há algum problema e procuro saber. Hoje não havia problema.

    Quero saudar igualmente a Senadora Simone Tebet, que tem exercitado com muita competência os seus talentos na Presidência da Comissão de Constituição e Justiça, particularmente neste final de ano em que nós temos matérias muito importantes para deliberar, se Deus quiser, a começar pela questão da prisão em segunda instância. A sociedade exige uma posição Comissão de Constituição e Justiça e, se possível, tão rápido quanto possível, do Senado Federal. Acho que é um dever impostergável, improrrogável e irretorquível – se alguém quiser acrescentar – o dever de decidir, de deliberar. E também questões como a do pacote anticrime, que em boa hora a Câmara votou – e é importante quando o Parlamento decide – e que ao Senado cabe revisar.

    Mas eu gostaria de aproveitar, Sr. Presente, para solicitar à Taquigrafia que complementasse a minha fala de ontem, quando eu celebrei os 50 anos de formatura... O senhor não acredita que eu me formei em Administração há 50 anos, em 1969; eu, que tenho muito menos cabelo branco do que V. Exa. (Risos.)

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – O senhor não acredita, mas é verdade!

    O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Mas acredito, sim, pela qualidade de todos os seus pronunciamentos.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) – Eu mencionei com muita satisfação o papel da Esag, da Universidade do Estado de Santa Catarina, e na atualização acabei omitindo da expressão "Centro de Ciências da Administração" o complemento, que é "e Socioeconômicas", "Ciências da Administração e Socioeconômicas". Eu pediria que fosse acrescentado esse apodo, esse complemento ao curso, até porque, numa demonstração de que houve repercussão, eu não serei perdoado se chegar à celebração da formatura e não mencionar esse complemento, assim como acrescentar que, no Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas, desde 2008, funciona também a graduação em Ciências Econômicas. Portanto, é Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas, porque, desde 2008, tem acrescentado ao curso de Administração o curso de Ciências Econômicas.

    Mas eu quero ocupar a tribuna hoje para fazer uma celebração parcial. Desde 2011, ano em que eu apresentei o projeto de lei, nós esperávamos que prosperasse um projeto que fora apresentado na Legislatura anterior pelos Deputados Fernando Coruja e Eni Voltolini, projeto de lei autorizando a constituição de sociedades de garantia solidária.

    E a verdade é que nunca houve boa vontade por parte das autoridades monetárias do País, leia-se Banco Central, em favorecer a criação de novos organismos que modernizassem o sistema financeiro do nosso País.

    A realidade é que hoje nós temos fintechs, fundos de investimento em direitos creditórios; temos ONGs e OSCIPs destinadas ao microcrédito; temos cooperativas de crédito; temos novos bancos de alta tecnologia, que estão agregando ao sistema financeiro convencional – digamos assim – novos agentes que poderão permitir o acesso a crédito a novos pequenos empresários, inclusive os emprestadores individuais, assim homologados por legislação recente.

    A sociedade de garantia solidária passou a ser lei com a sanção pelo Presidente Jair Bolsonaro e publicação no Diário Oficial de terça-feira desta semana da Lei Complementar 169, que autoriza a constituição de sociedade de garantia solidária e também de sociedade de contragarantias. O que isso significa? Quero recolher o exemplo trazido por Muhammad Yunus. Senador Paim, Muhammad Yunus, o criador do banco dos pobres, em Bangladesh, portanto o pai do microcrédito moderno, ganhou o Prêmio Nobel não de Economia, mas da Paz. Ele conquistou, Senador Paulo Rocha, o Prêmio Nobel da Paz com um mecanismo de financiamento. Curioso, não é? O sujeito que inventou um modelo de banco devia ganhar o Prêmio de Economia; não, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2006, porque, quando você consegue permitir empreendedorismo, quando você consegue democratizar o acesso a crédito, quando você permite que o empreendedor procure deslanchar, quando dá uma oportunidade, você está ajudando a disseminar o espírito de paz.

    Então, com essa homenagem a Muhammad Yunus, eu quero destacar uma das frases dele: "O sistema financeiro convencional só empresta dinheiro a quem pode oferecer garantia, e o pobre, o pequeno, o que não tem nada não tem garantia para oferecer. Portanto, a exigência da garantia perpetua a pobreza e a miséria".

    A sociedade de garantia solidária, que agora passa a ser lei – e dentro de 180 dias teremos, se Deus quiser, uma regulamentação eficaz para esta lei –, tem como objetivo não emprestar o dinheiro, mas avalizar a possibilidade de sucesso do empreendimento, do projeto, da ideia.

    O que são as startups? No meu Estado, nós temos tido a ventura de ver startups surgirem, especialmente na área da nova tecnologia, da tecnologia da informação e da comunicação, temos visto o sucesso das startups. O que é uma startup senão um projeto, uma ideia, um plano de negócio – para usar a linguagem apropriada. Ela não tem garantia para oferecer, mas precisa de crédito, de capital para deixar de ser uma ideia e passar a compor o campo da realidade, da luta. E não é fácil ver uma pequena e microempresa sobreviver, especialmente na sua primeira infância.

    Então, eu quero celebrar, cumprimentar o Governo pelo gesto da sanção deste projeto, que foi aprovado aqui no Senado no final de outubro, por 65 votos a 0, numa demonstração de que a Casa deu atenção. Quero também agradecer ao Senador Cid Gomes, que foi o Relator.

    E agora quero convocar todos aqueles que apostam no microcrédito, no empreendedorismo a ajudarmos o Governo a regulamentar esta lei, de sorte a ver disseminadas pelo País as sociedades de garantia solidária e fazer votos de que elas permitam mais empreendedores, de que ajudem a boa competição para reduzir as taxas de juros, para participar do crescimento que nós queremos que beneficie o Brasil.

    Ouso dizer, encerrando essas minhas palavras, que nós vamos ter, no ano que vem, a possibilidade de superar 2,5% de crescimento econômico. Essa é a minha expectativa. Tenho certeza de que iniciativas como essa – como essa que está contida na Lei Complementar 169 – vão contribuir muito para que nós tenhamos mais empreendedores, mais geradores de emprego, mais carteiras assinadas, mais riqueza e mais paz no nosso País.

    Concluo as minhas palavras voltando a solicitar às associações de pequenas e microempresas – a começar pela Ajorpeme, lá em Joinville, a maior das associações –, às organizações não governamentais destinadas ao microcrédito – a começar pelo Banco do Empreendedor e todos os seus congêneres–, à própria Federação das Indústrias, às associações comerciais e empresariais... Quero agradecer pela oportunidade que tive, hoje de manhã, de falar sobre o assunto para entidades que se reuniram no âmbito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Enfim, quero que a inteligência de quem empreende nos ajude a obter a melhor regulamentação possível para a Lei Complementar nº 169, sancionada no último dia 3, pelo Presidente da República.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/2019 - Página 7