Discurso durante a 26ª Sessão Conjunta, no Congresso Nacional

Discurso de posse de S. Exa., primeiro Suplente da Senadora Rose de Freitas.

Autor
Luiz Pastore (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Luiz Osvaldo Pastore
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Discurso de posse de S. Exa., primeiro Suplente da Senadora Rose de Freitas.
Publicação
Publicação no DCN de 21/11/2019 - Página 61
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • DISCURSO, POSSE, ORADOR, SUPLENTE, MANDATO, SENADOR, REPRESENTAÇÃO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), SUBSTITUIÇÃO, ROSE DE FREITAS.

    O SR. LUIZ PASTORE (Bloco/MDB - ES. Para discursar. Sem revisão do orador.) – Exmo. Sr. Presidente do Congresso Nacional, Senador Davi Alcolumbre, que me acolheu tão bem nesta Casa, Sras. e Srs. Senadores, meus familiares, minha querida esposa Carolina, minha filha Mia, meu filho Luiz, muito obrigado por estarem comigo neste momento tão importante de minha vida.

    Meus amigos, agradeço todo o apoio que sempre me deram. É uma honra retornar hoje a esta Casa e fazer o meu primeiro pronunciamento deste mandato, neste dia tão significativo para o Brasil, que é o Dia da Consciência Negra.

    Agradeço ao MDB, meu único partido em 33 anos, na pessoa do meu Líder, o Senador Eduardo Braga.

    Retorno ao exercício do mandato como Senador, substituindo a Senadora Rose de Freitas, mulher devotada à vida pública, que começou a sua exitosa trajetória ainda nos movimentos estudantis. Como todos sabem, uma mulher guerreira, intransigente na defesa de valores democráticos, na defesa das mulheres. É um orgulho, Senadora, ser o seu suplente.

    Com o apoio de V. Exas., a Senadora Rose aprovou recentemente projeto de lei que consagrou a não prescrição dos crimes de feminicídio, prática covarde e perversa na sociedade brasileira. Pauta a atuação no municipalismo, especialmente dos Municípios capixabas, valorizando o poder local.

    É a segunda vez que assumo este mandato de Senador nesta Casa. A primeira, substituindo o saudoso Senador Gerson Camata, que deixou um legado incomparável na luta pelos interesses do povo brasileiro e do povo capixaba.

    Quando aqui estive, fiz muitas amizades, que me foram muito caras e importantes, como a do Senador Pedro Simon e a do Senador Ramez Tebet, então Presidente desta Casa.

    Senadora Simone, seu pai me acolheu aqui como se fosse uma pessoa de sua família, com aquela qualidade e aquele humor libanês com que ele e a D. Fairte a criaram. É um orgulho estar na Casa em que a senhora também se encontra.

    Grandes e honrados amigos, orgulho-me de ter aprendido com esses expoentes.

    Outro de que não me esqueço é o excepcional Senador Luiz Henrique da Silveira, de quem me tornei amigo fraterno. Era um homem visionário, competente, honrado, um homem à frente de seu tempo. E aqui rendo as minhas homenagens, na pessoa da queridíssima viúva, D. Ivete.

    Minha história com o Espírito Santo e os capixabas vem de longe, do início dos anos 70, época em que comecei a empreender no Estado nas atividades de comércio exterior e agrícola. Já se vão 50 anos. Que bom tempo! Meu caso com o Estado é um caso de amor recíproco. E a ele devo eterna gratidão.

    Retorno à Casa numa quadra desafiadora para o País, quando o Parlamento se afirma com vigor, com protagonismo reformista na busca de um Estado mais eficiente para que possamos satisfazer a expectativa do povo brasileiro. Exemplo deste momento de coragem é o trabalho das Sras. e dos Srs. Senadores na aprovação da reforma da previdência, fundamental, porém insuficiente, porque os desafios vão muito além. E é preciso que tenhamos a mesma coragem para mudar o sistema tributário brasileiro.

    O Brasil quer crescer. Queremos combater o desemprego, que faz tanto mal ao nosso País. Temos um grande desafio pela frente. Entendo que devemos dar um passo de cada vez, mas com firmeza, e que esse passo comece pela simplificação do sistema tributário, melhorando a relação do Estado com o contribuinte, seja ele pessoa física, seja jurídica.

    Nunca é demais lembrar que o Estado não gera riqueza. Quem gera riqueza são os empreendedores. E eles têm que ser lembrados sempre de que geram riqueza e de que o nosso País tem muito a ver com eles.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, contem comigo para permanecermos firmes no caminho, com a mesma energia usada na reforma da previdência, e assim alcançarmos a reforma tributária e o pacto federativo. Nosso sistema tributário é um freio de mão puxado e gera imensa insegurança jurídica.

    Outro tema que desejo abordar é a sustentabilidade, fundamental para atingirmos a desejada prosperidade compartilhada. A sustentabilidade pressupõe, antes de tudo, o respeito que devemos ter com as gerações futuras. Não são temas excludentes desenvolvimento e consciência ambiental, são exatamente complementares, haja vista que os recursos naturais são finitos e que devemos preservá-los, tratá-los com respeito por nós, por nossos filhos e por nossos netos. Nunca foi tão importante pensar global e agir local para ir muito além dos discursos, com atitudes e práticas adequadas.

    Ainda quero destacar que aqui pretendo ter um convívio com todas as Sras. e Srs. Senadores independentemente de ideologia que me permita aprender com a experiência e a maturidade de cada um e tendo sempre como princípios a cordialidade, a civilidade e o respeito nas relações.

    Devemos buscar o diálogo, Senadora Rose, e é com essa disposição e espírito que quero me associar a esta Casa e aprender com ela. Tenho imenso respeito pelo Parlamento e por todos que aqui chegaram, pois chegaram pela livre escolha do voto popular e soberano. O diálogo é uma ferramenta importantíssima na busca do entendimento e da superação dos problemas do País. Esse é o nosso verdadeiro desafio. O Congresso, pelo papel de protagonismo que exerce neste momento, recupera a confiança do povo brasileiro.

    Com essas palavras, Sras. e Srs. Senadores, eu quis apenas que conhecessem um pouco de minhas ideias e me coloco à disposição do Parlamento.

    Muito obrigado de coração. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 21/11/2019 - Página 61