Discurso durante a 238ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos ao apoio e à solidariedade dos Parlamentares e amigos após S. Exa. ter passado mal em Plenário no último dia 19 de novembro.

Autor
Jorge Kajuru (CIDADANIA - CIDADANIA/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Agradecimentos ao apoio e à solidariedade dos Parlamentares e amigos após S. Exa. ter passado mal em Plenário no último dia 19 de novembro.
Aparteantes
Plínio Valério.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2019 - Página 13
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • AGRADECIMENTO, BANCADA, SENADO, MOTIVO, APOIO, PROBLEMA, SAUDE, ORADOR, LOCAL, PLENARIO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para discursar.) – Brasileiras e brasileiros, meus únicos patrões, Pátria amada, o seu empregado público Jorge Kajuru está em felicidade plena ao voltar a esta tribuna e estar na Presidência da sessão esse estimado amigo – e encho a boca para falar –, exemplo de Minas Gerais, Senador Antonio Anastasia, que me deu uma alegria, momentos atrás, fora do microfone, ao saber que ele é amigo e gosta muito de meu ídolo do Manhattan Connection, Lucas Mendes, mineiro de Pitangui. 

    Na mesa, uma pessoa especial para mim, que me visitou após a UTI e disse palavras das quais eu jamais vou esquecer, o Senador Plínio Valério, que hoje conta com a presença aqui de Vereadores do seu Estado, os quais ele citará daqui a pouco.

    Quando eu falo de palavras das quais eu não vou me esquecer, eu também aqui registro o Senador Eduardo Girão, um homem de Deus, que foi importante demais em minha recuperação.

    Aqueles que me conhecem sabe que gosto muito de pronunciar uma frase companheira desde sempre: quem não tem gratidão não tem caráter. Apesar do meu gostar, hoje vou substituí-la por outra que chegou aos meus ouvidos recentemente, durante o período de convalescença, que é a seguinte: a gratidão é a memória do coração. Passei a adotá-la depois de puxar da memória um breve texto do grande intelectual brasileiro de origem paraibana – e encho o coração para falar no seu nome – sei que ele é querido aqui pelo Senador Paulo Paim...

    Que alegria revê-lo, irmão, exemplo que eu tanto admiro e tanto gosto!

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Vou dar um abraço, aqui na tribuna, por retornar. Que bom que você retornou.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Que alegria!

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Estamos juntos.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – E eu pensei assim: Ele vai ser o primeiro a falar hoje. Aí eu ia pedir permuta, Senador Paim.

    Mas Suassuna, aquele que falava assim, Presidente Anastasia, qualquer coisa ele falava assim: "Pois bem". Lembra Suassuna, Ariano Suassuna? "Pois bem." Ele era impagável. É ainda, porque gente como ele para mim não morreu. Mas ele dizia: "Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre" – Suassuna.

    Lembrei-me da frase porque quase cumpri minha sentença aqui neste Plenário, no dia 19 de novembro último. E não o fiz porque, graças aos desígnios superiores, não havia chegado a hora, Deus, pelo simples fato de que – e não é ironia – eu me encontrava no lugar certo, na hora certa. Estivesse eu convulsionado em outro ambiente, possivelmente não estaria aqui hoje lembrando a história. Se me encontrasse em outro espaço, que não este Plenário, eu não teria sido socorrido, imediatamente, por três colegas que naquele momento, para mim, encarnaram verdadeiros anjos, os médicos, meus salvadores. Eu os chamo de meus salvadores agora: Otto Alencar – para mim: Otto de Deus –, Nelsinho Trad e Marcelo Castro.

    Nelsinho Trad está com a minha marca no seu dedo. Eu mordi o dedo dele violentamente e peço desculpas aqui.

    Começo, então, por eles as minhas palavras de agradecimento neste retorno à tribuna depois de duas semanas ausente. Obrigado, Otto, Nelsinho, Marcelo, por eu aqui estar. Estendo o reconhecimento aos demais colegas que se manifestaram com visitas, mensagens escritas, telefonemas ou nas redes sociais. Falar nome é muito perigoso, porque você acaba esquecendo de um ou de outro. Em nome de todos aqui, porque... Senador Amin, se eu for exigir da minha memória, talvez de 81 Senadores, só dois não tiveram preocupação comigo, exatamente os dois que eu queria mesmo, porque aqueles que eu queria, que eu amo de coração e respeito, falaram comigo pessoalmente ou por telefone. Evidentemente, eu não vou falar o nome desses dois. O contrário do amor não é o ódio a mim, que é o nosso culto de frases. O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. E como dizia o argentino Borges, na altura de sua cegueira: "O esquecimento é o único perdão e a única vingança". Perfeito?

    Eu estendo, então, esse reconhecimento a alguns que não estão aqui no Senado, mas que me causaram emoção: narrador esportivo, monstro sagrado, Silvio Luiz; meu amigo, padrinho e pai, Chaim Zaher, empresário do bem; outro, Edminho Pinheiro, de Goiás; meu irmão e pai José Luiz Datena; além de toda a minha equipe de assessores aqui e em Goiânia. Rendo também graças ainda ao serviço médico do Senado, onde fui atendido antes de ser encaminhado a um hospital particular de Brasília, cujo nome eu posso falar, até porque ele não me atendeu de graça, cobrou – mas ele é muito bom hospital –, o Sírio-Libanês. Manifesto, então, publicamente, a minha gratidão.

    Cabe aqui um parêntese: na noite em que fui hospitalizado, recebi uma mensagem de apoio, como eu lembrei aqui, que está no meu "zap", que nunca mais vou esquecer cada palavra. Foi do gigante da narração esportiva brasileira Galvão Bueno e sua esposa Desirée. Por ironia, Presidente Anastasia, do destino, dois dias depois do meu ocorrido, fui eu quem tive solidariedade, prazerosamente, a ele, Galvão Bueno, que se encontrava internado em hospital de Lima, no Peru, para onde viajara a fim de narrar a final da Taça Libertadores da América.

    Galvão não pode ainda publicamente registrar a incrível vitória do Flamengo sobre o River Plate, por causa de problemas cardíacos, felizmente já superados. Como se tornou público, ele teve de se submeter a um cateterismo, mas o que nem todo mundo sabia é que ele foi operado por um profissional peruano, porém monitorado, Senador Amin, pelo seu médico, em São Paulo.

    Na volta ao Brasil, Galvão me pediu para que, um dia nesta tribuna, eu falasse da excelência da Medicina brasileira. Aqui faço, Galvão, com prazer, um registro, com satisfação, citando...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Para concluir.

    ... os médicos Protásio da Luz; o Senador Anastasia me ajudou a lembrar do famoso Adib Jatene, que certamente o Senador Amin conhece; e, daqui de Brasília, Marcos Suzuki; Vitor Caldas; Luciana Barbosa; Rodrigo Medeiros; Rafael Gadia; o meu amigo, reconhecido no mundo inteiro, Aureo Ludovico; a minha amiga, de Ribeirão Preto, Dra. Francine Sirino; e outros tantos.

    Como aqui eu nunca gostei de desrespeitar o tempo dedicado a cada um e tem oradores inscritos que vão fazer uso da palavra aqui...

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Senador Kajuru...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – ... como o Senador Plínio Valério. Senador, só rapidamente...

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – O.k. Eu aguardo.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – São 30 segundos.

    Eu só quero dizer que eu não poderia deixar de usar esta tribuna para um aspecto, Senador Amin, que o senhor conhece melhor do que eu aqui nesta Casa. Senador Anastasia, a Pátria amada precisa saber de algo. Quando você julga um Senador da República, você precisa antes saber como ele é como ser humano, porque, antes de Parlamentar, ele é um ser humano: ele tem coração, ele tem família, ele tem filhos.

    Então, eu saio desta tribuna – dando um aparte ao Senador Plínio, em primeiro lugar – só agradecendo a cada um e não importa aqui... Senadora Simone Tebet, que me deu tanto carinho ao ouvir a sua voz depois da UTI – ela que é mãe de filhas maravilhosas e humanas –, eu quero aqui publicamente dizer: não importa a posição política de alguns aqui que eu já discordei publicamente, sempre respeitosamente, o que vale, gente, é o lado humano de cada um, o lado solidário de cada um...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – E esse lado eu vi agora. Portanto, eu nunca vou esquecer.

    Agradecidíssimo de coração e contem comigo em quaisquer horas.

    Senador Plínio, é um prazer ouvi-lo, como foi um prazer recebê-lo em meu pequeno apartamento com suas palavras que eu as guardo para sempre.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM. Para apartear.) – Senador Kajuru, eu não poderia de nenhuma forma deixar passar em branco o seu pronunciamento e dizer que, quando o senhor fala que o mais importante é o ser humano, claro. As pessoas me perguntam, às vezes: "E aí o Kajuru? Como é que é o jeito dele?" O Kajuru é um príncipe.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – É louco mesmo?

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Kajuru é... E eu fiz o que um irmão mais velho deveria fazer: na realidade, eu puxei a sua orelha.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Foi.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Porque eu sou testemunha aqui de que você não quer perder nenhuma votação, porque a sua missão é importante. Eu tenho dito: claro que é importante, mas a saúde primeiro. E eu tenho feito o que um irmão mais velho faria: puxar a orelha, pedir para que você cuide da saúde. Eu aproveitei que você estava sem poder falar muito e descasquei a banana.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – E eu ouvi e aprendi.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Eu quero reiterar aqui o carinho que todos nós temos neste Senado por você. V. Exa. fica para lá, é você mesmo.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Claro.

    O Sr. Plínio Valério (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - AM) – Eu sou testemunha de que nós gostamos muito de você e digo: você é muito importante para este Senado, portanto, cuide-se, cuide da sua saúde. Continue sendo esse Kajuru que sempre foi com um pouquinho mais de cuidado com a saúde. Está bom? Eu estou te ouvindo. É sempre um prazer te ouvir, Kajuru.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Obrigado, Plínio, de coração.

    E só para não atrasar, eu vou aqui usar uma frase – Senadora Zenaide, ontem eu a encontrei lá na Câmara, dei um abraço carinhoso nela, esse ser humano que ela é, a preocupação que ela tem com o próximo, ou seja, quem não ama o próximo pelo menos não o prejudique –, a frase é curta, Amin. Aprendi essa não com o Amin, porque o Amin me ensina frase toda hora, eu aprendi com João Saldanha, o comentarista que o Brasil inteiro consagrou, gaúcho de Alegrete, Paim.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) – Ele diz o seguinte: "Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ele ainda é seu amigo".

    Agradecidíssimo.

    Desculpa o tempo que passei aqui.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2019 - Página 13