Pronunciamento de Paulo Paim em 10/12/2019
Discurso durante a 245ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal
Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda Zilda Arns.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda Zilda Arns.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/12/2019 - Página 20
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, CONDECORAÇÃO, COMENDA, ZILDA ARNS.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Exmo. Sr. Presidente da sessão, Senador Veneziano Vital do Rêgo, em seu nome eu cumprimento todos. Senhores e senhoras que estão no Plenário, cumprimento todos os homenageados, familiares e amigos que estão aqui.
Falar da Comenda Zilda Arns... Como eu tenho muitos anos nesta Casa – com este mandato vou para 40 anos de Congresso, diretos – eu tive a alegria de recebê-la aqui, Flávio Arns, na Comissão de Direitos Humanos, e ela veio dar apoio aos Estatutos do Idoso, da Igualdade Racial, da Pessoa com Deficiência, da Juventude, ainda nas discussões preliminares. Essa imagem que eu tenho dela, de quando eu a conheci.
E me permitam vocês e meu querido irmão – não Irmão Miguel; meu irmão, Irmão Miguel – Miguel Antônio Orlandi, porque o seu currículo é longo. A minha assessoria fez lá 20 páginas, mas eu prometi para o Esperidião Amin que eu não iria ler e não estou lendo. Mas você pauta a sua vida na defesa dos mais pobres, dos mais vulneráveis nas favelas, daqueles que juntam o lixo. Lá você está – o Leonel acompanha – e dá formação para eles. Busca as crianças, os meninos, os adolescentes e para eles dá também essa formação.
E, por isso, vinculando o seu nome ao da nossa querida sempre, sempre líder desses movimentos, Zilda Arns, eu diria que hoje, na verdade, é um dia de homenagem bonita, mas a vontade é de chorar; chorar pelo que aconteceu lá em São Paulo, na cidade de Paraisópolis, onde 5 mil jovens estavam se divertindo num baile funk, 5 mil adolescentes, e nove foram pisoteados, num confronto que, em tese, dizem, houve entre a polícia e dois marginais, tiro para cima e a moçada correndo. Por que a minha tristeza? Zilda morre no Haiti, defendendo exatamente esse povo mais pobre. Calculem os senhores se fossem os nossos filhos. Eu tenho cinco filhos. Digamos que o meu filho fosse a um baile funk; tiro para todo lado; se sentindo encurralado e correndo, desesperado. E nove ali foram assassinados. Nove foram mortos. Doze, hospitalizados.
Eu vou usar o meu minuto final para pedir para vocês: isso não pode continuar acontecendo no nosso País. Se a nossa querida Zilda Arns estivesse viva, tenho certeza de que no mesmo dia ela estaria lá. Que isso nunca mais se repita!
E nós não fizemos aqui no Congresso ainda o gesto que nós vamos fazer agora – e aqui eu termino. Eu queria que todos nós levantássemos, ficássemos de pé por um minuto em solidariedade às famílias dos que faleceram. É um gesto que a gente faz seguidamente aqui quando alguém da elite morre, quando uma grande figura morre. E eu faço também sempre com a maior segurança, mas eu queria que a gente ficasse um minuto de pé em solidariedade a essas famílias dos nove que faleceram. Eu tenho certeza de que, se Zilda Arns estivesse aqui, ela estaria lá e aqui de pé neste momento.
E aqui eu encerro. Não quero palmas, um minuto só de silêncio.