Discurso durante a 246ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2019 - Página 26
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CONDECORAÇÃO, COMENDA, DIREITOS HUMANOS, DOM HELDER CAMARA.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE. Para discursar.) – Muito bom dia! É uma honra e uma alegria muito grande estar aqui neste momento, nesta solenidade que faz uma justa homenagem a algumas personalidades que muito contribuem para o nosso País.

    Eu faço uma pergunta – estava ali na mesa conversando –, o que seria do Brasil, eu pergunto a vocês, o que seria do Brasil se não fossem essas entidades que hoje estão aqui sendo homenageadas, essas personalidades e tantas outras que de 2010 até hoje foram agraciadas? O que seria do Brasil se não fossem as igrejas, com o trabalho que fazem aonde o Governo não consegue chegar? A gente tem muito é que agradecer. Acho que a palavra-chave, Senador Flávio Arns, é gratidão. Eu estou usando esta tribuna aqui onde 15 minutos atrás esse meu irmão, colega e amigo, Senador Flávio Arns, a utilizou. Não sei se vocês sabem, mas o Senador Flávio Arns é sobrinho de outra grande pacifista da humanidade que o Brasil teve a bênção de receber nessa existência, que é a nossa querida Zilda, Zilda Arns.

    O nosso querido Dom Hélder Câmara, que é cearense, Senador Alessandro Vieira – ele é cearense –, morou grande parte da vida, fez todo o seu trabalho em Pernambuco, ali em Olinda, mas é da minha terra natal, da terra de Olga Freire, que está ali, da Associação Peter Pan, junto com o Fernando, superintendente dessa Associação Peter Pan, que ganhou o prêmio, na semana passada, da melhor ONG do Brasil. Trabalho revolucionário, amoroso no combate ao câncer infantil, que, como bem coloca o Fernando, não machuca só a criança, mas também a família inteira adoece.

    Então, eu estou muito honrado, muito feliz em estar participando deste evento, que tem como um dos agraciados – e eu sei que todos são muito valorosos aqui – Frei Hans. Frei Hans, eu já estive na Fazenda Esperança do Piauí, sei do trabalho que é desenvolvido em todo o País, um trabalho corajoso, ousado no bem, no resgate humano. Este é o papel nosso: amar, perdoar, acolher o nosso próximo. E esse trabalho que a Fazenda Esperança faz é um trabalho que toca a alma e que tem resgatado muitas vidas no Brasil. Muito obrigado.

    Para encerrar a minha fala, Senador Alessandro Vieira, eu queria também falar de uma pessoa muito especial, que eu tive a oportunidade de conhecer aqui nos corredores do Senado Federal, uma idealista de marca maior, Senadora Leila, uma pessoa que tem um coração enorme. E, se o Brasil hoje – olha só a comenda que a gente vai entregar aqui de direitos humanos –, se o Brasil hoje não legalizou, Frei Hans, o aborto, eu posso dizer que o trabalho de Damares Alves foi fundamental neste Parlamento para garantir esse direito humano primordial, o primeiro de todos, que é o direito à vida, e para que o aborto não tivesse sido legalizado. O Brasil é símbolo de resistência internacional na vida desde a concepção. E a coerência de Damares Alves, a coerência dela, de tudo que ela fez na vida, ela está aplicando com muito amor, com muito respeito a quem pensa diferente, mas levando a verdade sobre esse assunto e tantos outros no Ministério da Família, dos Direitos Humanos e da Mulher. (Palmas.)

    Eu queria encerrar – pouca gente entende esse assunto, é um assunto que é colocado embaixo do tapete muitas vezes, ninguém quer olhar para isto –, eu queria encerrar com uma imagem. Eu não sei se dá para a câmera aproximar.

    Eu estou muito honrado, Damares. Eu quero quebrar o protocolo hoje, se o Presidente da sessão permitir. Se a minha irmã Soraya Thronicke, que foi a responsável pela sua indicação – e nós tivemos a honra de votar juntamente com outros aqui –, deixar que eu entregue junto com ela esse prêmio, eu vou ficar honrado.

    Está aqui, gente – a Damares tem várias causas, mas esta é uma causa de direitos humanos, pela qual eu me apaixonei há muitos anos por uma questão de justiça –: é um bebê de 11 semanas de gestação, já com o fígado todo constituído, os rins, já tem até unhas esse bebe, e o aborto é feito nessa época aqui, desse tamanhinho. Geralmente, é aqui que se toma a decisão pelo aborto. E não só é a vida desse bebê que é destruída com o aborto, mas a saúde da mulher fica comprometida para o resto da sua existência. A ciência mostra isto, as estatísticas sociais mostram isto: a mulher fica com uma maior propensão a ter crises de ansiedade, depressão, envolvimento com álcool e drogas e suicídio.

    Damares, que Deus te abençoe nessa sua jornada; que Deus abençoe Frei Hans e todos os outros agraciados, que merecidamente vão receber a comenda de um homem fantástico, de um cearense, de um brasileiro que é um grande humanista e um pacifista de todo o Planeta Terra.

    Que Deus abençoe a todos!

    Parabéns ao Senado Federal!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2019 - Página 26