Discurso durante a 246ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara.

Autor
Styvenson Valentim (PODEMOS - Podemos/RN)
Nome completo: Eann Styvenson Valentim Mendes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão de Premiações e Condecorações destinada à entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2019 - Página 32
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, CONDECORAÇÃO, COMENDA, DIREITOS HUMANOS, DOM HELDER CAMARA.

    O SR. STYVENSON VALENTIM (PODEMOS - RN. Para discursar.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    A todos os Senadores que compõem o conselho: último dia, três dias seguidos conhecendo pessoas incríveis, pessoas com propósitos, pessoas que têm motivação, pessoas que, querendo ou não, viveram algo ou conheceram alguém que passou por algo, pessoas que, mesmo com todas as críticas, mesmo com todas as decepções, mesmo sem recursos, com dificuldades, ainda insistem, ainda buscam. Isso é o que faz todos vocês diferentes.

    Dentre milhões de brasileiros, alguns buscam, através da humanidade e do amor, fazer a verdadeira política, ajudar o próximo, tornar alguém feliz, tornar a vida de alguém útil. Foi isto que eu disse ontem e repito hoje: todos vocês ensinam a gente a fazer política. Política é isto: política é doação, é compromisso. Política é generosidade, é empatia, é respeito, é olhar para o próximo.

    Uma pessoa, hoje de manhã, quando eu vinha para cá, pediu que eu baixasse o vidro para comprar um chiclete, Senador Girão, e disse: "Senador, compre um chiclete". Eu vi que os dedos dela estavam queimados e perguntei: "Não vai sair da droga?" É essa importância que a gente tem que dar às pessoas, ao nosso semelhante. É essa importância, Senado, que a gente tem que dar a quem está do lado de fora. É preciso ser humano de verdade, estar próximo.

    Eu creio que vocês praticam isso todos os dias por estarem próximos demais da população, por estarem próximos demais de quem precisa, por terem a sinestesia do tocar, do ver, do cheirar, por sentirem o problema do próximo. Isso faz todos vocês, entre outros brasileiros, mais humanos que outros. É esse amor que traz vocês aqui.

    E essa homenagem é pouca, porque a homenagem maior vocês recebem todos os dias de quem vocês ajudam. Vocês ainda nem foram homenageados por quem ainda vão ajudar. Esta é a verdadeira política de que este Brasil precisa: ajudar as pessoas, retirar as pessoas de condições miseráveis de rua, tirar as pessoas das drogas, mesmo que tenham uma recaída, mesmo que voltem, como o João. A gente precisa acreditar que essas pessoas precisam da nossa força, não só como ministro, não só como Senador, mas como ser humano. Muita gente diz que a gente perde tempo quando estende a mão para alguém. Muita gente diz e critica que a gente não vai ganhar nada, que não tem jeito, que a pessoa merece aquilo, que ela não é vítima, mas causadora. A falta de empatia que este País tem e que os políticos estão tendo – eu digo isso porque estou aqui há dez, onze meses junto com os outros, com a maioria aqui – com a população brasileira causa esse descrédito por esta Casa, pelas instituições, pelas igrejas, por todas as outras entidades.

    Nada mais justo do que trazer essa homenagem a todas as senhoras e senhores. Continuem lutando! Por mais que falem que a gente é bobo, idiota, que não vai conseguir nada... É só um grãozinho, mas, sem esse grão, não se faz parte de nada. Um brasileiro, entre tantos outros, que baixa o vidro, que estende a mão, que dá uma roupa, que dá um alimento, faz a sua parte. É melhor do que ficar reclamando e tentando desmotivar quem quer mudar este País e ajudar.

    Então, parabéns a todos que estão aqui presentes!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2019 - Página 32