Discurso durante a 252ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Engenheiro e o 86º aniversário do Sistema CONFEA/CREA.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Engenheiro e o 86º aniversário do Sistema CONFEA/CREA.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2019 - Página 40
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, ENGENHEIRO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CONSELHO FEDERAL, CONSELHO REGIONAL, ENGENHARIA, AGRONOMIA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para discursar - Presidente.) – Bem, eu quero mais uma vez parabenizar a iniciativa do nosso colega, amigo, Senador Petecão, que infelizmente não pôde estar aqui hoje, mas fico muito feliz também de poder estar presidindo esta sessão tão importante. A gente pôde perceber nos vídeos e nas falas o que representa a engenharia para o ser humano e para o País.

    Eu, aqui no Senado e no Congresso, sou Presidente da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Inovação e Pesquisa e sou Vice-Presidente da Comissão Mista de Educação, inclusive o Relator da educação este ano. E a gente percebe realmente, por mais que seja óbvia a importância da engenharia, que as pessoas não reconhecem, não conhecem. Parece que é óbvio, mas não é. Por isso é que talvez a pesquisa, a ciência, a tecnologia não são valorizadas, porque as pessoas não sabem. Se não fosse a pesquisa, se não fosse a tecnologia, se não fossem os engenheiros, nós não teríamos o celular. Não teríamos nada, estaríamos na época das cavernas ainda, provavelmente.

    Agora, isso tem que ser divulgado. As pessoas precisam entender isso. A população precisa acompanhar isso. Aqui nesta Casa, no Congresso Nacional como um todo, há projetos de lei de toda ordem. Como foi dito aqui, a PEC 108, que extingue ou libera totalmente a questão das profissões. Se nós tivéssemos pelo menos uma educação de qualidade, mas não temos.

    Fiz um discurso hoje de manhã. Nós estamos no rabo da fila do Pisa. Saiu agora o resultado do Pisa, que é uma avaliação internacional da educação, e nós estamos exatamente como estávamos em 2009, estagnada a nossa educação. Projeto de lei, essa semana mesmo, eu participei de uma audiência pública para discutir o projeto, onde houve a iniciativa de reconhecer todos os diplomas, porque sabemos que hoje existem fábricas, falsificações. Até porque os concursos hoje, a grande maioria deles obrigam e exigem curso superior.

    Então, hoje para fazer um diploma, uma coisa simples, tinha um projeto para consolidar isso e discutir na Justiça. Imagine um engenheiro que não fez o curso e que tem um diploma atuando no mercado, o que representaria isso. Então, óbvio que pode ter algum conselho que a gente possa abrir mão, mas óbvio que Engenharia, Medicina... Imaginem extinguir o Conselho Regional de Medicina e deixar qualquer um exercer essa profissão. Eu, que sou contador, auditor, também sofremos muito. Estão aí as empresas quebrando, muitas delas por incompetência de gerenciamento, de resultado.

    Então, determinadas profissões precisam ser realmente fiscalizadas, acompanhadas. Ainda mais agora que nós temos sérios problemas com a educação. A nossa formação está péssima. Não temos professores, porque quem forma o engenheiro são os professores, professores que ganham um salário mínimo, que não têm valorização nenhuma, e não há mais respeito nenhum pelo professor.

    Então, de fato, essa participação no Congresso de o assessor parlamentar acompanhar a tramitação dos projetos é de suma importância, até porque muitos Parlamentares acabam votando determinadas matérias em função de orientações de Liderança. Então, vocês, nos Estados, nos Municípios, precisam compartilhar, conversar com seus representantes para que cheguem aqui e façam a defesa do que é correto, do que é bom para a sociedade.

    Então, quero aqui parabenizar e reconhecer realmente a própria política da educação. Nós temos aí o Fies, nós temos o Prouni dando bolsas a milhões de alunos de Administração e de Economia que ficaram desempregados, e faltando engenheiros no País, não é? Então, nós temos que concentrar o pouco recurso que temos e otimizar a aplicação desse recurso. Temos que investir mais na Engenharia: quanto mais engenheiro, melhor para o País. Então, são políticas públicas que são feitas que, muitas vezes, não são observadas, ou por desconhecimento ou por falta de atuação.

    É muito importante esse trabalho que vocês estão desenvolvendo do acompanhamento aqui no Congresso Nacional, seja na Câmara, seja no Senado, seja nas Assembleias Legislativas, para que a legislação não prejudique o nosso País. Imaginem, a nossa Presidente Fátima disse, antes de ontem... E no Brasil é assim, é cultural. A gente só reconhece o erro... O aluno, desde criança... Sempre se convoca os pais para chamar a atenção daquele aluno que não conseguiu a nota melhor; nunca se chama o pai para elogiar os melhores alunos. Então, é a cultura. Você pode fazer 500 coisas certas, mas se fizer uma errada, esta é que vai ser destacada. Na imprensa, inclusive, a mídia gosta de divulgar os erros e não reconhece as coisas boas: se o cachorro morde a pessoa, isso não tem problema nenhum; agora, se a pessoa morde o cachorro, isso é manchete nacional. Então, só reconhecem o que não presta. A gente precisa valorizar mais aquilo que é bom.

    Eu quero aqui reconhecer, elogiar e torcer para que a gente tenha mais engenheiros neste País, porque a gente só vai avançar realmente na ciência, na tecnologia e na educação de qualidade havendo valorização, reconhecimento e recurso.

    Eu sempre falo aqui que a gente tem que compatibilizar o discurso com o recurso, porque discursar, falar... Todo mundo aqui neste Congresso defende a educação, mas agora mesmo, como Relator, tentei aprovar um projeto aqui, e, em uma semana, se a gente tivesse o esforço, a gente o aprovaria e poderia implementar mais R$9 bilhões da educação. Aí vem o discurso e atrapalha, e acabamos não conseguindo, a tempo, votar a matéria que abriria um espaço violento para a educação. Então, há uma diferença muito grande ainda no País entre o discurso e o recurso, entre o discurso e a ação. A gente tem pouca ação e muito discurso nessas áreas.

    Então, eu quero aqui parabenizar todos os engenheiros do País, e a Agronomia também, porque, se temos hoje um superávit na balança comercial, devemos isso a... Agora, antes de ontem, na Comissão de Orçamento, eu tive que interceder, apelar, implorar para aprovar uma emenda da Embrapa, pois tiraram R$1 bilhão da Embrapa; e no PPA tivemos que insistir para aprovar essa emenda – que foi aprovada, graças a Deus. A Embrapa é uma instituição que é reconhecida internacionalmente, e, se temos hoje a melhor produtividade do País e o que temos na agricultura, devemos muito à Embrapa.

    Então, são essas coisas que a gente precisa valorizar e reconhecer. Vamos popularizar a Engenharia, a importância do engenheiro. Está aí o vídeo, botem isso na mídia. Tem que fazer uma mídia própria nas redes sociais – ainda bem que agora existe rede social. Vocês podem divulgar a importância da Engenharia para o País.

    Parabéns a todos os engenheiros!

    Cumprida, então, essa finalidade aqui da sessão, agradeço a presença de todos e declaro encerrada a sessão.

    Muito obrigado. (Palmas.)

(Levanta-se a sessão às 12 horas e 08 minutos.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2019 - Página 40