Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para a importância de se aprovar até o dia 5 de março do corrente a Medida Provisória nº 899/2019, que trata do Contribuinte Legal, a fim de tornar mais eficiente e menos litigiosa a recuperação dos créditos tributários da União.

Autor
Luiz Pastore (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Luiz Osvaldo Pastore
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Destaque para a importância de se aprovar até o dia 5 de março do corrente a Medida Provisória nº 899/2019, que trata do Contribuinte Legal, a fim de tornar mais eficiente e menos litigiosa a recuperação dos créditos tributários da União.
Publicação
Publicação no DSF de 11/02/2020 - Página 48
Assunto
Outros > ECONOMIA
Matérias referenciadas
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), TRIBUTAÇÃO, CONTRIBUINTE, RECUPERAÇÃO, CREDITO TRIBUTARIO, DIVIDA ATIVA, UNIÃO FEDERAL.

    O SR. LUIZ PASTORE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, visitantes que aqui estão, dando orgulho a esta Casa porque estão vindo aqui para entender como funciona este Congresso, como funciona este Senado, como fez o Senador Girão um grande discurso, um discurso emocionado, bonito, de um tema tão forte, tão caro e tão sério aos brasileiros, eu queria dizer que é um privilégio falar depois dele.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, meu objetivo é reforçar a importância de aprovarmos, até o prazo final de 5 de março, a Medida Provisória 899, conhecida como a MP do Contribuinte Legal, encaminhada pela Presidência da República em outubro do ano passado.

    A medida promove a autocomposição e a transação como instrumentos de resolução de litígios em causas de natureza fiscal. Trata-se de uma demanda antiga, que foi objeto de diversos projetos de lei e preenche uma lacuna enorme do Código Tributário Nacional. Sr. Presidente, isso tem impedido uma recuperação mais ativa dos créditos inscritos na Dívida Ativa da União.

    A relevância da MP pode ser avaliada pelo número de emendas apresentadas à Comissão Mista, que tenho a honra de presidir. Foram 220 emendas propostas no prazo regulamentar. Tivemos também um requerimento de realização de uma audiência pública encaminhado pela Senadora Soraya Thronicke.

    O importante, Sras. e Srs. Senadores, é que aproveitamos a oportunidade para tornar mais eficiente e menos litigiosa a recuperação dos créditos tributários da União.

    O estoque da dívida da União é alto, e o contencioso tributário é longo e dispendioso. Precisamos agilizar o processo de recuperação dos recursos até hoje embargados, principalmente no atual cenário de crise em que estamos. Graças a Deus, parece que estamos saindo da crise, como há pouco nós dois comentávamos, no seu Estado e no meu Estado, o Espírito Santo, já que começa a haver um alívio, especialmente na construção civil.

    Parece evidente que a política tradicional de refinanciamentos e parcelamentos extraordinários de créditos atrasados, bem como a extensão de prazos e concessão de descontos, os chamados Refis, tem se revelado pouco efetiva, além de pouco associada ao ideal da justiça fiscal.

    A proposta do Governo inverte a direção do movimento e inspira-se na Offer in Compromise, praticada pela Receita Federal americana. Seu objetivo não é apenas a redução de custos, mas a liquidação mais ágil dos créditos tributários. De resto, a participação ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional em todo o processo garante que o interesse público seja preservado e que os contribuintes sejam tratados com isonomia.

    É evidente que, antes de aprovar uma medida provisória, o Congresso Nacional deve promover uma análise profunda da proposta e discuti-la com a sociedade. Esse é o papel da Comissão Mista, tanto que, na tarde da última quarta-feira, dia 5, aprovamos um plano de trabalho proposto pelo nosso Relator, Deputado Marco Bertaiolli, inclusive com a realização de audiências públicas e reuniões técnicas – reuniões técnicas, inclusive, que serão feitas na Fiesp e na Associação Comercial de São Paulo, para entendermos qual é a visão que têm os contribuintes e o Estado.

    O Deputado Bertaiolli, que, por muitos anos, foi Vice-Presidente das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e, por várias vezes, Presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, tem o conhecimento e a sensibilidade necessária para a apreciação cuidadosa do projeto pelo Executivo.

    Com os aperfeiçoamentos que o Legislativo pode e deve fazer à proposta original e com a colaboração dos Senadores e Deputados para a aprovação tempestiva da medida provisória, tenho certeza de que conseguiremos fazer avançar, de forma respeitável e em benefício de todos, a relação entre o Estado e os contribuintes brasileiros.

    Essa é a missão da Comissão Mista que por ora presido, Sr. Presidente, e em cujo nome peço o apoio de todos. Meu objetivo é garantir um parecer que, ao chegar ao Plenário das duas Casas, contenha o máximo de consenso possível, facilitando a aprovação desta matéria pelas duas Casas no tempo mais rápido possível.

    Só posso agradecer por estar aqui mais uma vez para falar da tribuna.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. Agradeço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/02/2020 - Página 48