Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre o lançamento, pelo Exército brasileiro e pelo Governo Federal, do projeto de cabos de fibra ótica seguindo o Rio Amazonas e seus afluentes, que proporcionará avanço na interligação da Amazônia.

Registro sobre a atuação de S. Exª. como superintendente da Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A (Embratel).

Autor
Arolde de Oliveira (PSD - Partido Social Democrático/RJ)
Nome completo: Arolde de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO:
  • Comentário sobre o lançamento, pelo Exército brasileiro e pelo Governo Federal, do projeto de cabos de fibra ótica seguindo o Rio Amazonas e seus afluentes, que proporcionará avanço na interligação da Amazônia.
TELECOMUNICAÇÃO:
  • Registro sobre a atuação de S. Exª. como superintendente da Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A (Embratel).
Publicação
Publicação no DSF de 12/02/2020 - Página 53
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO
Indexação
  • COMENTARIO, LANÇAMENTO, EXERCITO, GOVERNO FEDERAL, DEFESA, PROGRAMA, LIGAÇÃO, MUNICIPIOS, REGIÃO AMAZONICA, FIBRA OTICA, BANDA LARGA.
  • REGISTRO, ATUAÇÃO, ORADOR, SUPERINTENDENTE, EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A (EMBRATEL), INTEGRAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, SATELITE.

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ. Para discursar.) – Obrigado Presidente.

    Colegas Senadoras e Senadores, aproveitando os pronunciamentos dos Senadores Omar Aziz e Zequinha Marinho sobre a nossa Amazônia, eu tive o privilégio de tomar conhecimento mais aprofundado sobre este projeto de lançamento de cabos de fibra ótica pelo Exército Brasileiro e pelo Governo Federal, naturalmente, seguindo tanto a Bacia Amazônica quanto os seus afluentes.

    Este é realmente um fato novo em que nós vamos abandonar as tecnologias do passado para entrarmos efetivamente nas tecnologias do futuro de fibra ótica, com banda larga e com alta velocidade. Eu falo isso com muita alegria.

    Poucos talvez saibam que eu tive o privilégio de viver as primeiras ondas de integração, de interligação da Amazônia com o resto do Brasil. A primeira onda: eu fui o superintendente da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), no final dos anos 60 e começo dos anos 70, quando tive o privilégio, durante quatro anos, de fazer com que os sistemas de tropodifusão da época, que era a tecnologia de micro-ondas troposféricas, pudessem ser utilizados e interligassem 20 cidades da Amazônia Legal, 60% do Território brasileiro. A sede da Embratel era em Belém e eu, durante quatro anos, os dois primeiros voando a Amazônia inteira de monomotor, voando em aviões como Catalina, hidroavião, e andando, subindo rios de Toc Toc, embarcações, para alcançar as populações e as cidades onde nós íamos instalar essas estações. E sempre tivemos o apoio das Forças Armadas, porque sem esse apoio naquela época não teríamos condição de fazer essa implantação. O sistema foi inaugurado em 1972, em outubro, em Manaus, no Teatro da Paz. Foi um grande evento de que eu tive o privilégio de participar integralmente e viver intensamente.

    Mas quis ainda o destino, menos de dois anos depois, que eu, já como Diretor de Desenvolvimento da Embratel, responsável pelas áreas de engenharia e de planejamento, fizesse também a instalação das primeiras estações terrenas e o projeto para instalarmos as estações terrenas de comunicação via satélite. Então, foi a segunda onda, mais completa, levando inclusive, além de telefonia, também sinais de áudio e vídeo, numa faixa mais larga, televisão, como nós falamos na época. Então, a Amazônia se integrou efetivamente, nessa época, através de satélite.

    E essa integração foi tão importante que mais tarde eu fui para os Estados Unidos integrando a representação do Brasil como governador da Intelsat, na época, que era a Organização Internacional de Telecomunicações por Satélite. E esse fato de termos estações terrenas na Amazônia nos garantiu um lugar muito importante entre os signatários desse grande acordo, que era a Intelsat, que, já na época, integrava mais de 105 países. E por quê? Porque a Amazônia foi considerada área de acesso intransponível por comunicações terrestres. E a comunicação, o tráfego de entrada e de saída, na Região Amazônica era considerada pela Intelsat como tráfego internacional, dando ao Brasil a quinta colocação entre essas 105 nações que estavam, na época, representadas.

    Falo dessas coisas porque para mim é uma alegria ter vivenciado todo esse tempo. E hoje, quando vemos a integração com fibra ótica, abandonando as leis de Maxwell, as leis do eletromagnetismo, eu fico muito feliz porque hoje a Amazônia vai então ter a possibilidade de ter acesso com banda larga nesse tempo de janela que se abre para o Brasil com as tecnologias de 5G, de inteligência artificial e toda essa convergência que nós estamos vivendo. Colocar fibra ótica na Amazônia é a integração maior que pode acontecer, colocar os Estados que compõem a Amazônia no mesmo nível de todas as demais regiões do País, no mesmo nível de todos os Estados brasileiros.

    Parabéns, mais uma vez, ao Exército Brasileiro, braço forte e mão amiga, que uma vez mais está levando essa que tem sido uma marca ao longo da sua história, sendo um fator de integração nacional.

    Muito obrigado, Presidente. Muito obrigado, colegas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/02/2020 - Página 53