Interpelação a Ministro de Estado durante a 39ª Sessão para Comparecimento de Autoridade, no Senado Federal

Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.

Autor
Weverton (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MA)
Nome completo: Weverton Rocha Marques de Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a Ministro de Estado
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2020 - Página 29
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SESSÃO, COMPARECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ESCLARECIMENTOS, INFORMAÇÕES, PROVIDENCIA, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), SAUDE PUBLICA, ESTADOS, MUNICIPIOS.

    O SR. WEVERTON (Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA. Para interpelar Ministro.) – Sr. Presidente, colegas Senadores, Sr. Ministro, em primeiro lugar, eu gostaria de desejar sorte a V. Exa. neste momento difícil que o Brasil está vivendo; e, além de sorte, gostaria de pedir – fazer este apelo, como todos os representantes da Federação estão fazendo o apelo neste momento – à autoridade máxima na área da saúde no País que olhe, de verdade, para os Estados e comece a levar soluções.

    Eu estou, confesso-lhe, muito preocupado, principalmente depois da sua apresentação e da sua fala aqui, Sr. Ministro, porque, neste momento que estamos vivendo de pandemia e de crise, falar que vai realizar estudos para entender o que vai acontecer é muito grave.

    A cada 24 horas, nós temos milhares de casos – nós estamos falando de 6.276 casos nas últimas 24 horas. Nós já estamos falando de 78.162 casos registrados, como foi falado aqui, fora os subnotificados, que nós não temos dúvidas de que é um número enorme no Brasil. Nas últimas 24 horas, morreram 449 pessoas – no total, já são 5.466 mortes notificadas. Isso tudo é muito grave e me deixa preocupado, primeiro, porque, além de nós não percebermos nenhuma ação concreta até o momento – e eu estou aqui fazendo este apelo a V. Exa. para que diga o que, de forma concreta, o Ministério está fazendo para poder ajudar os Estados –, até agora não houve nem sequer um desejo de reportar-se ou de dar os pêsames às famílias ou às pessoas que estão sofrendo, infelizmente, com essa contaminação, que hoje já atinge milhares de famílias no País.

    O Estado brasileiro, o Governo Federal anunciou já cerca de R$226 bilhões de investimento. O Estadão fez uma matéria e lá registrou que, dos R$226 bilhões que foram anunciados, apenas R$56 bilhões efetivamente foram pagos, e, desses R$56 bilhões, apenas 25% foram desembolsados. Acontece, Sr. Ministro, que, nessa mesma matéria, fala-se que para a saúde foram destinados apenas R$5,4 bilhões, ou seja, nem 10% desses recursos foram destinados para o Ministério da Saúde. Isso para nós mostra não só uma falta de prioridade, mas também uma desorganização do Governo Federal no que diz respeito à matéria da saúde.

    A falta de diálogo também atrapalha, porque, se nós pegarmos países como a Alemanha, que já está investindo 37% do seu PIB nessa crise; os Estados Unidos, 6,5%, e já está discutindo chegar a 11%; e a Espanha, 17%, veremos que o Brasil ainda está falando em 4%. Mesmo assim, esse dinheiro não está chegando à política de combate à pandemia.

    Eu encerro aqui a minha participação, Ministro, perguntando sobre o meu Estado do Maranhão. Nas últimas 24 horas, só lá, como eu registrei, foram vários maranhenses irmãos que perderam a vida. Para o senhor ter uma ideia, o Ministério prometeu 100 leitos para o Maranhão, mas chegaram 20 até o momento, sendo que esses 20, Sr. Ministro, não chegaram com respiradores. As UTIs não têm como ser instaladas, porque só chegaram lá os leitos e outros equipamentos, mas o principal, que é o respirador mecânico, não chegou, ou seja, até o momento nós não temos uma UTI instalada pelo Governo Federal no Estado do Maranhão.

    Então, nós gostaríamos de pedir a ajuda do Governo Federal e a atenção de V. Exa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2020 - Página 29