Interpelação a Ministro de Estado durante a 39ª Sessão para Comparecimento de Autoridade, no Senado Federal

Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.

Autor
Kátia Abreu (PP - Progressistas/TO)
Nome completo: Kátia Regina de Abreu
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a Ministro de Estado
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2020 - Página 34
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SESSÃO, COMPARECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ESCLARECIMENTOS, INFORMAÇÕES, PROVIDENCIA, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), SAUDE PUBLICA, ESTADOS, MUNICIPIOS.

    A SRA. KÁTIA ABREU (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO. Para interpelar Ministro.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Eu gostaria de cumprimentar o Ministro e dizer-lhe que sou do Estado do Tocantins.

    Em primeiro lugar, queria me solidarizar com as mais de 5.450 famílias que perderam os seus entes queridos de forma trágica. Alguns tiveram a sorte de falecer numa UTI, mas outros faleceram em corredores de hospitais, em casa, dentro de ambulâncias, correndo para cima e para baixo, e muitos tiveram enterro sem velório. Nós, que somos um País cristão, sabemos o que isso significa para uma família. Quero dizer que sinto a dor que vocês estão sentindo.

    Aproveito para mostrar a minha indignação, como mãe, avó, mulher, pela declaração do Presidente da República. É o momento apropriado, embora o Ministro não seja responsável pelo que o Presidente diz – "E daí? Sou Messias, mas não faço milagres". Quero dizer ao Senhor Presidente que nós não esperamos dele milagres. Milagre, quando nós queremos, nós pedimos a Deus, à Santíssima Trindade e aos santos – eu, especialmente, à Nossa Senhora de Fátima. O que nós queremos do Presidente da República é atitude, espírito público e sentimento de urgência, porque, depois da declaração dele, nós sabemos que não podemos esperar solidariedade. Demonstrou desprezo pela vida, demonstrou desprezo pela dor do outro e demonstrou desprezo pela ciência, Sr. Ministro. Foi isso o que ele demonstrou nessa fala de ontem e o que tem demonstrado ao longo de todo esse período.

    Número 1, proposta clara, Sr. Presidente. Faço meu o sentimento de Tasso Jereissati e do Senador Alessandro. Eu já estava ficando preocupada, sem saber se estava ficando maluca aqui nessa história. Eu não estou satisfeita com as suas respostas. Respeito o seu currículo, respeito a sua história, mas, sinceramente, quero saber: isolamento ou não isolamento? Se o senhor vai fazer o não isolamento, qual é a sua capacidade de respiradores, de ventiladores e de UTIs neste País? O senhor tem que dar conta de nos responder sobre isso. O senhor disse que o isolamento é a atitude de quem não sabe o que fazer e que há cem anos nós estamos fazendo a mesma coisa. O senhor sabe o que fazer? Se o senhor também não sabe, vamos seguir com o isolamento.

    Gostaria muito que o senhor, enfim, falasse sobre os protocolos que o senhor tem para os Estados, respeitando a região, a dificuldade, o Estado. Não importa, cadê o protocolo oficial? O que vou apresentar para o meu Estado do Tocantins? O que devemos fazer? Em que pese estarmos com uma mortalidade baixa, graças a Deus, já se amplia com velocidade. Precisamos de protocolos oficiais! Os Governadores precisam de orientação, Ministro. Estamos esperando isso com ansiedade. Para quê? Para evitar as mortes, mais 5 mil mortes no País. O Presidente pode dizer "E daí?", mas nós não, nós não queremos mais 5 mil mortos no currículo do Brasil.

    Esperamos respostas mais concretas para as seguintes perguntas. Quanto de equipamento? Que dia chega? Quantas UTIs? Quanto de dinheiro vai para os Estados? No mínimo isso, Ministro! Nos perdoe, mas nós somos muito cobrados porque fomos eleitos para representar o Estado brasileiro.

    Desejo boa sorte ao senhor e que toda a Santíssima Trindade, todos os santos e anjos possam iluminá-lo – com sinceridade – para que o senhor possa nos tirar dessa tragédia, dessa catástrofe, dessa hecatombe que o Brasil vive hoje.

    Por favor...


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2020 - Página 34