Interpelação a Ministro de Estado durante a 39ª Sessão para Comparecimento de Autoridade, no Senado Federal

Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a Ministro de Estado
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Sessão destinada a receber, por meio de videoconferência, o Ministro de Estado da Saúde, Sr. Nelson Teich, para que apresente esclarecimentos sobre as providências a serem tomadas para socorrer Estados e Municípios no combate à Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2020 - Página 65
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SESSÃO, COMPARECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ESCLARECIMENTOS, INFORMAÇÕES, PROVIDENCIA, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), SAUDE PUBLICA, ESTADOS, MUNICIPIOS.

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PE. Para interpelar Ministro.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, Sr. Ministro da Saúde, eu quero, antes de mais nada, fazer absolutamente minhas as palavras do Senador Tasso Jereissati e as preocupações dele. Eu vejo com muita preocupação esta audiência de hoje, esta oitiva, porque a mim me parece que a atual gestão do Ministério da Saúde está sem um norte, está sem um planejamento, sem uma proposta, sem saber o que fazer.

    Na verdade, nós estamos vivendo uma crise da maior gravidade. Hoje os relatores da Organização das Nações Unidas para Direitos Humanos disseram claramente que no Brasil há políticas irresponsáveis aplicadas pelo Governo que estão colocando vidas em risco.

    Então, numa situação como essa, não pode haver ambiguidade. Ou a gente está de um lado, que é o lado da ciência, da orientação que tem dado certo em outros lugares, ou não está. O Ministro utiliza o tempo inteiro o argumento de que não deve haver essa polarização, que isolamento social depende disso, há outras doenças. Não! No mundo, não há essa polarização e essa ambiguidade, não; é só aqui no Brasil e em alguns outros pouquíssimos países onde nós temos governantes negacionistas que, ao invés de unirem o povo para garantir a superação desse problema com as medidas que são óbvias, são óbvias, é isolamento social principalmente, enquanto nós não temos uma outra forma de enfrentamento para esse vírus... Então, o senhor tem que ter uma posição clara. O senhor é o coordenador da saúde no Brasil. A sua opinião, a sua recomendação e a sua orientação são cruciais. A sua posição tem que ser clara: é isolamento social ou não. Essa ambiguidade é o que está fazendo com que o Brasil sofra agora esse pico dessa forma violenta que pode se transformar numa grande tragédia.

    Mas eu quero fazer uma pergunta, Sr. Ministro, repetindo a mesma pergunta que vários fizeram. Todo o Brasil está enfrentando problema no que diz respeito a recursos humanos. E como é que o Brasil, que tem aqui pelo menos 15 mil profissionais médicos, alguns que já trabalharam no Mais Médicos, outros que se formaram recentemente e que podem começar a trabalhar sob supervisão, por que é que o Ministério da Saúde não faz como no período do Mais Médicos e atribui o registro provisório para que essas pessoas possam trabalhar? No Mais Médicos, eu quero que alguém diga quais foram os casos de erros médicos, como diziam as corporações, naquele período. Nada disso aconteceu. No entanto, a desassistência aumenta a cada dia.

    Sr. Ministro, se o senhor não assumir uma posição clara, não tiver uma posição clara, vai sair em breve desse Ministério, vai sujar a biografia que eu já tive a oportunidade de ver que o senhor tem.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2020 - Página 65