Comunicação inadiável durante a 47ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Manifestação acerca de fake news a qual foi vítima S. Exa. e seu filho Otto Alecar Filho. Crítica ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, por compartilhar a referida notícia falsa. Comentário sobre a apresentação de representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apuração do caso.

Autor
Otto Alencar (PSD - Partido Social Democrático/BA)
Nome completo: Otto Roberto Mendonça de Alencar
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Manifestação acerca de fake news a qual foi vítima S. Exa. e seu filho Otto Alecar Filho. Crítica ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, por compartilhar a referida notícia falsa. Comentário sobre a apresentação de representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para apuração do caso.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2020 - Página 10
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIA FALSA, VITIMA, CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, COMPARTILHAMENTO, REGISTRO, APRESENTAÇÃO, REPRESENTAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), APURAÇÃO, INQUERITO JUDICIAL.

    O SR. OTTO ALENCAR (PSD - BA. Para comunicação inadiável.) – Sr. Presidente, V. Exa., inclusive, me prestou solidariedade. Eu fui vítima, aqui na Bahia, de fake news promovida por pessoas ligadas ao Presidente da República. Inclusive, um dos que nós identificamos já está sendo processado, o Sr. Ernando Peixoto, com a camisa do Aliança pelo Brasil, que é o partido que o Presidente está formando. Nós o identificamos e, para nossa surpresa, Sr. Presidente, essa fake news foi enviada daqui da Bahia para o telefone privado do Presidente da República, ou seja, os informantes a que ele se referiu existem aqui na Bahia. Só que o informante dele aqui mandou uma mentira contra a minha pessoa e a do meu filho, querendo deslustrar a nossa imagem.

    Sr. Presidente, não é difícil fazer lembrar que eu tenho 35 anos de política e, graças a Deus, não tenho denúncia no Ministério Público, não tenho nenhum processo a responder na Justiça, pela minha preocupação com minha honra, ao contrário dos que estão envolvidos hoje em acusações graves que envolvem, inclusive, uma coisa muito rasteira, que é a questão da rachadinha, que estava tatuada na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

    Eu vi que o Presidente da República, que, ao contrário de tomar a dianteira, a vanguarda nas ações do Governo para combater o coronavírus, os efeitos danosos à economia, pegou essa mensagem e a passou para o ex-Ministro Sergio Moro, que a divulgou. E, divulgando essa mensagem, me dá a condição, Sr. Presidente – como eu, o meu filho Otto Alencar Filho e o Presidente da CPMI, o Senador Angelo Coronel, vamos fazer –, de entrar com uma representação para abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal, inquérito que já está em andamento, que é o Inquérito 4.831, que está aberto e tem como Relator o Ministro Celso de Mello.

    Com isso, Sr. Presidente, nós queremos que sejam apurados os fatos, porque me causa estranheza e até perplexidade saber que o Presidente da República continua com o hábito, com o defeito de, ao contrário de cuidar das ações do Governo, ficar compartilhando fake news, mentiras através das suas redes sociais, o que nos leva a dizer a V. Exa. que eu não esperava que isso acontecesse, até porque, neste momento, a ação do Governo tem que ser em benefício do povo brasileiro.

    Já estamos entrando com uma representação, hoje, no Supremo Tribunal Federal e vamos acompanhar. Enquanto tiver o meu mandato, terei a altivez para combater um Presidente da República que não tem as mínimas virtudes para continuar no poder e que devia respeitar o cargo que ocupa.

    Não vou falar da reunião ou dos palavrões, não, porque isso já era anterior à posse dele. Não deixa e não faz surpresa. Faz-me surpresa, Sr. Presidente, é ele, na reunião, defender o empresário Luciano Hang, quando diz: "Vou demitir a diretora do Iphan porque está prejudicando uma obra de interesse desse empresário".

    Nesta República, não falta mais nada. Um ano e quatro meses de Governo, um ano e quatro meses de crises, infelizmente, todas elas gestadas pelo Presidente da República.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2020 - Página 10