Pronunciamento de Paulo Paim em 22/06/2020
Interpelação a convidado durante a 58ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de Debates Temáticos destinada a debater sobre o adiamento das eleições municipais durante a pandemia.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Interpelação a convidado
- Resumo por assunto
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ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
- Sessão de Debates Temáticos destinada a debater sobre o adiamento das eleições municipais durante a pandemia.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/06/2020 - Página 38
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
- Indexação
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- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DESTINAÇÃO, ADIAMENTO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, TEMPO, DURAÇÃO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para interpelar convidado.) – Salve o Relator Weverton e os demais colegas nesta sessão sobre as eleições municipais.
Cumprimento com muito carinho o Ministro Luís Roberto Barroso, Presidente do TSE, e os demais convidados.
Meus amigos, é fundamental que as eleições municipais, no meu entendimento, sejam este ano. Adiar o primeiro turno para 15 de novembro e o segundo para 20 de dezembro demonstra que estamos no caminho certo. Esse movimento vai fortalecer a democracia.
Claro que há problemas! Lá no meu Rio Grande, por exemplo, a bandeira vermelha avança. Estamos diante da maior crise sanitária dos últimos 100 anos.
Queridos convidados e demais presentes, o mundo já tem quase 9 milhões de infectados e o número de mortos passa de 450 mil. O Brasil ultrapassou 1 milhão de infectados e mais de 50 mil óbitos.
Pesquisas mostram que o Governo só gastou até o momento 28% dos R$44 bilhões de recursos destinados à saúde. No total, as despesas emergenciais autorizadas para o Governo Federal somam R$404 bilhões, dos quais só 34% foram gastos. Portanto, ninguém venha com o discurso de querer tirar o fundo eleitoral, pois o fundo eleitoral é que vai permitir aos pobres participarem da disputa, sejam homens, sejam mulheres, sejam brancos, sejam negros, sejam indígenas! Quanto mais o fundo for democratizado, mais a sociedade estará representada.
Lembro que pesquisa da FGV aponta que o desemprego aumentou 45% nos setores mais vulneráveis. O Brasil virou uma embarcação à deriva: não há timoneiro, estamos sem comando, vamos para aonde o vento nos levar. A Alemanha e o Reino Unido já falam em boicotar os nossos produtos agroalimentares. Portugal estuda barrar a entrada de brasileiros, seguindo a União Europeia e os Estados Unidos, que já proibiram.
Esta crise toda, Sr. Presidente, está nos fazendo refletir: que mundo nós queremos? Que Brasil nós temos em mente? A saúde é o principal bem que temos. Ela é tudo: é princípio, é meio e é fim. Sem saúde, não há democracia, mas, sem democracia, não há saúde, não há vida, não há trabalho, sonhos e esperanças! O Covid-19 é uma flecha que nos atinge para dizer que somos frágeis.
Somente com as eleições – quero reafirmar – livres e sem fake news é que nós podemos sair desta tempestade que atinge a nossa jovem democracia. Eu reafirmo o que tenho dito há muito tempo, Sr. Presidente: é fundamental termos também como norte fortalecer a democracia e mantermos o que diz a Constituição. As eleições este ano fortalecem o princípio democrático.
Repito e termino, Sr. Presidente: com a democracia, tudo; sem a democracia, nada!
Senador Weverton, confio em V. Exa. como Relator. Haveremos de construir um grande entendimento, fortalecendo a democracia e toda a nossa gente.
Obrigado, Presidente Weverton.