Discurso durante a 56ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão Temática destinada a debater as perspectivas das Eleições de 2020 e eventuais medidas legislativas necessárias.

Autor
Nelsinho Trad (PSD - Partido Social Democrático/MS)
Nome completo: Nelson Trad Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Sessão Temática destinada a debater as perspectivas das Eleições de 2020 e eventuais medidas legislativas necessárias.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2020 - Página 36
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, ELEIÇÕES, ANO, ATUALIDADE, POSSIBILIDADE, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS. Para discursar.) – Boa noite a todos.

    Eu começo a minha fala mostrando aqui para vocês uma matéria colocada no Terra no dia 22 de abril de 2020. Não sei se vocês conseguem ler.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA) – Sim, dá para ver.

    O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS) – Vamos lá.

    "Pandemia do coronavírus já adiou 47 eleições em todo o mundo". Quem quiser buscar essa reportagem, saiu no dia 22 de abril de 2020. Ou seja: todo o poder emana do povo, desde que o coronavírus não esteja ao nosso lado como ele está, porque acho que é inédito uma Casa como a nossa, política, que acaba definindo o destino dessa questão, procurar uma reunião com especialistas nesse assunto para poder nos balizar.

    Eu fui, estudei essa questão, até porque eu tinha conversado com o Presidente Davi, no sentido de poder participar, contribuir com essa matéria, mas fico muito feliz com a escolha de V. Exa., caro Presidente eventual da sessão, Senador Weverton, uma pessoa que está aí em Brasília, está vivenciando essa questão. E eu tenho certeza de que não poderia o Presidente Davi ter feito uma escolha melhor.

    Mas eu queria, em função dos estudos que eu fiz, fazer o seguinte alerta a todos: o nosso Líder do PSD, Senador Otto, preparou um material muito interessante e o tem lá na Liderança do PSD, que é o calendário eleitoral de 2020.

    Nós estamos apenas e tão somente focados na questão da data do pleito – se vai ser em outubro, se vai empurrar para novembro, se vai ser na primeira semana de dezembro, e por aí vai –, e a gente esquece que existe uma série de regulamentações que é realizada pelo TSE e pelos TREs nos Estados, que tem como balizamento a data da eleição. Por exemplo: no mês de junho, agora, nós temos uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, 11... 12! Ou melhor: no mês de julho nós temos 12 datas de regulamentações que o TSE tem que providenciar junto com os TREs. Desde a escolha...

    Olha: "Dia 7 de julho: data a partir da qual, até 5 de agosto de 2020, o juiz eleitoral nomeará os membros das mesas receptoras e o pessoal de apoio logístico dos locais de votação para o primeiro e eventual segundo turnos [...]".

    É uma logística toda legal que precisa ser preparada a partir do momento em que a gente definir essa questão. Eu penso que esse assunto urge ser debatido. Nós temos que pegar e unificar, desde que possível, todas essas PECs, botar essa questão para discussão, porque, a partir do momento em que a gente decidir – Senado e Câmara –, o TSE vai normatizar a nossa decisão. E não há como fazer isso sem a participação do TSE. Então, nós já começamos bem de ter feito a reunião anterior, lá no TSE, junto com o Presidente, o Ministro Barroso. Essa é uma forma sensata, equilibrada, para a gente poder achar o caminho certo a ser seguido.

    E nós temos que pensar também nos agentes políticos que estão todos ansiosos, esperando essa questão. Eu penso que a população nem está aí para essa questão agora. Agora, quem é candidato, quem pretende se lançar, quem preparou esse tempo todo para poder ser Vereador, para poder ser Prefeito, o cara quer saber quando que ele vai ter que se descompatibilizar, se vai valer a regra que está valendo hoje, se quando mudar vai mudar também... Então, é uma série de questionamentos que, pessoal, não dá mais para esperar. Nós temos que encarar esse assunto, debater esse assunto e exaurir essa discussão da forma mais rápida possível. Eu tenho a certeza de que desse debate vai vir a luz. E eu espero que, com isso, a gente possa, andando ao lado da epidemiologia, que, na minha avaliação, vai nortear os nossos passos... Nós não vamos ter... Nós não estamos conseguindo nem fazer o Congresso funcionar direito; como que nós vamos abrir a porta para um eventual efeito rebote dessa contaminação do coronavírus numa eleição que se avizinha?

    Então, eu sou pró-democracia, respeito muito essa questão, mas eu sou médico, eu fiz um juramento pela vida. E aí eu quero dizer para vocês o seguinte: vai nortear muito a minha decisão exatamente essas questões epidemiológicas, porque a gente não tem claro o que que vai acontecer em outubro, em novembro, em dezembro, ou seja lá quando. Ou seja: infelizmente, esse inimigo oculto está norteando as nossas vidas. Quem ainda não viu isso faz assim, que uma hora você vai ver.

    Era isso.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2020 - Página 36