Interpelação a convidado durante a 67ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de debates temáticos destinada a ouvir o Vice-Presidente da República, Sr. Hamilton Mourão, convidado para discutir a criação do Conselho Nacional da Amazônia Legal e prestar informações sobre o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia.

Autor
Marcio Bittar (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Marcio Miguel Bittar
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Sessão de debates temáticos destinada a ouvir o Vice-Presidente da República, Sr. Hamilton Mourão, convidado para discutir a criação do Conselho Nacional da Amazônia Legal e prestar informações sobre o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 15/07/2020 - Página 35
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, CRIAÇÃO, CONSELHO NACIONAL, Amazônia Legal, PLANO, COMBATE, DESMATAMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

    O SR. MARCIO BITTAR (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AC. Para interpelar convidado.) – Primeiro eu quero cumprimentá-lo e dizer que estou com saudade do convívio com V. Exa. e com os outros colegas, mas compreendo este momento.

    Eu peço a Deus também agora, Davi, que olhe pelo País inteiro, mas que também me dê agora lucidez para que, nesses três minutos – é difícil –, eu possa expressar um pouco do que penso sobre esse tema e também sobre a Amazônia.

    Então, dirigindo-me agora especificamente ao Vice-Presidente da República, Gen. Mourão, e aos colegas, eu quero fazer, primeiro, um apelo: é fundamental que o Congresso Nacional, sem querer dar lição a ninguém, estude um pouco mais esse assunto. A Amazônia já serviu de argumentos completamente não científicos. A Amazônia era o pulmão do mundo, e não é coisa nenhuma; a Amazônia era a responsável pelo buraco da camada de ozônio, e agora ninguém mais toca no assunto porque ele não existe mais. Essa tese de que é o homem que muda o clima do Planeta é uma tese que nunca foi provada; e, mesmo não sendo provada, continuam a acusar que o roçado que se faz lá em Cruzeiro do Sul seria responsável por mudar o clima em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Sul e no Sudeste do País.

    Eu quero dizer, Vice-Presidente, Gen. Mourão, Presidente do Congresso Nacional, meu amigo Davi, que eu me envergonho, como brasileiro, de perceber que somos o único lugar do mundo que, tendo recursos naturais abundantes como tem o Brasil, abriu mão da sua riqueza, da sua soberania a troco de argumentos manipulados e que têm por trás o interesse econômico indisfarçado do mundo lá de fora, como é o caso da Noruega.

    Eu quero aproveitar para dizer aos meus colegas Senadores e ao Davi Alcolumbre o que já disse da tribuna do Senado: a forma como a Noruega estava bancando o Fundo Amazônia é um serviço de traição ao País. Ela estava criando no Brasil um exército de ONGs bancado por dinheiro de petróleo e gás, porque é disso que a Noruega vive – 51% do PIB da Noruega são de petróleo e gás. Ela, vivendo dentro de petróleo e gás, fazia campanha no Brasil com o argumento de que petróleo e gás nós não podemos usar porque esses são combustíveis fósseis e que isso vai aumentar a temperatura do Planeta. Pelo amor de Deus!

    Então, Vice-Presidente da República, eu peço que o Governo que eu ajudei a eleger e que eu ajudo aqui no Congresso Nacional pesquise, traga para perto de si cientistas brasileiros de primeira monta. Não é possível que a gente continue ouvindo que a Amazônia produz rios voadores. Isso é uma brincadeira de mau gosto. Se nós não somos responsáveis... A água da Amazônia vai e vem ao longo de milhares de anos, é um ciclo que basta a si mesmo. Não somos nós os responsáveis pela mudança do clima no Planeta; o responsável pela mudança do clima no Planeta é Deus.

    Eu só espero, Vice-Presidente, que o Governo que eu ajudei a eleger continue a luta para recuperar a soberania brasileira sobre a Amazônia e que se lembre de que o principal é ajudar a resolver o problema da miséria de 22 milhões de brasileiros que moram hoje na região mais pobre do Brasil que não é mais o Nordeste, é o Norte do Brasil.

    É isso o que eu peço a V. Exa., Vice-Presidente da República, que tem, aqui no Congresso Nacional, tido o meu apoio.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/07/2020 - Página 35