Interpelação a convidado durante a 67ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de debates temáticos destinada a ouvir o Vice-Presidente da República, Sr. Hamilton Mourão, convidado para discutir a criação do Conselho Nacional da Amazônia Legal e prestar informações sobre o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia.

Autor
Eduardo Braga (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Sessão de debates temáticos destinada a ouvir o Vice-Presidente da República, Sr. Hamilton Mourão, convidado para discutir a criação do Conselho Nacional da Amazônia Legal e prestar informações sobre o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 15/07/2020 - Página 40
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, CRIAÇÃO, CONSELHO NACIONAL, Amazônia Legal, PLANO, COMBATE, DESMATAMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

    O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM. Para interpelar convidado.) – Sr. Presidente, colegas Senadores, colegas Senadoras, meu caro Vice-Presidente Mourão, que tem parte aqui do Amazonas consigo e demonstrou isso na sua apresentação.

    Quero aqui dizer que realmente a Amazônia é a última fronteira. Nós somos a maior floresta em pé do mundo e, portanto, precisamos ser valorizados por termos a maior floresta do mundo. Agora, nós não preservamos e conservamos essa maior floresta do mundo de graça. Quem preservou e conservou foram os guardiões da floresta. Quem são os guardiões da floresta? Acima de tudo, o povo amazônida. Daí a importância de poder valorizar o povo, as pessoas. Creio que a palavra e a narrativa que o Presidente Mourão acabou de colocar são importantes para a nossa reflexão. O desenvolvimento sustentável é baseado na questão econômica, na questão social e na questão ambiental e nesta ordem: na questão econômica, na questão social e na questão ambiental.

     Presidente, veja, o maior programa de conservação ambiental do mundo é a Zona Franca de Manaus, patrocinada pelos brasileiros, pelo Governo brasileiro. A Zona Franca de Manaus equivale a vários fundos da Amazônia. No entanto, nós precisamos de mais recursos para podermos conservar a floresta em pé. Ninguém desmata ou ninguém derruba uma árvore, porque quer. Pergunte a uma mãe, que vê o seu filho chorando com fome, no interior do Estado do Amazonas, se ela vai derrubar uma árvore ou não para matar a fome do seu filho. Portanto, a questão do desenvolvimento sustentável é principalmente uma questão econômica. Veja, nós já tivemos a BR-319 asfaltada. O Amazonas perdeu uma estrada asfaltada, e nos proíbem de asfaltar a BR-319 há 20 anos. Não há senso, não há bom senso, não há equilíbrio nesse debate, mas, no entanto – e aqui eu quero cumprimentar o senhor, Presidente Mourão –, a narrativa é fundamental, baseada na ciência, na tecnologia e na educação. Portanto, são seis os grandes fundamentos desse programa: a questão econômica, a questão social e a questão ambiental, amparadas na educação, na ciência e na tecnologia.

    Essa última fronteira é atacada pelos vetores que pressionam essa última fronteira. Portanto, até o comando fiscalização e controle depende de uma estratégia, porque a Amazônia é muito grande. O senhor colocou muito bem: a força de trabalho na nossa região foi cortada profundamente nos últimos anos. São fundamentais a reposição de pessoal e o investimento cada vez maior em ciência e tecnologia para monitorar, para fiscalizar, para orientar, para poder valorizar efetivamente aqueles que cuidam da Floresta Amazônica.

    Portanto, eu quero finalizar dizendo o seguinte: para fazer o manejo florestal, seja público, seja privado, para fazer uma política de agricultura sustentável, nós precisamos resolver a questão fundiária. Eu quero dizer que, além de a questão econômica ser uma vontade política, o Brasil precisa compreender, do tamanho correto, como resolver a questão fundiária. E eu vou dar dois exemplos: primeiro, Estado de Roraima e Estado do Amapá, nós aprovamos no Congresso Nacional a solução para a questão das terras da União com relação a esses dois Estados, que, lamentavelmente, foi vetada – e o Congresso haverá de deliberar sobre isso –; a outra questão é que eu acho que não há polêmica, Presidente, com relação ao tamanho do ajuste fundiário para quatro módulos fiscais na Amazônia. Isso seria um grande benefício para o povo brasileiro. Como o ótimo é inimigo do bom, quiseram colocar seis módulos fiscais, e isso acabou criando uma grande polêmica.

    Eu faço um apelo ao nosso Presidente para que nós possamos objetivar essas discussões, valorizar economicamente a floresta em pé, fazer com que os guardiões, o povo da Amazônia, os amazônidas, sejam reconhecidos e que nós possamos legalizar a questão fundiária.

    No mais, cumprimento o nosso Presidente Mourão e desejo a ele muito sucesso. Essa narrativa vai fazer com que o Brasil reassuma a sua liderança e o seu papel no mundo como um país megadiverso e proprietário – do seu povo – da maior floresta em pé do mundo, a serviço da humanidade, mas eles precisam pagar por esse serviço.

    Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/07/2020 - Página 40