Discurso durante a 95ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a celebrar o dia do médico.

Autor
Leila Barros (PSB - Partido Socialista Brasileiro/DF)
Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a celebrar o dia do médico.
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/2020 - Página 10
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, MEDICO, BRASIL, IMPORTANCIA, TRABALHO, FAVORECIMENTO, VIDA HUMANA, PERIODO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para discursar.) – Boa tarde, Senador Izalci, eu saúdo V. Exa., que é requerente e está conduzindo esta sessão, este ato tão especial de homenagear os nossos médicos. Cumprimento também todos os médicos, todos os profissionais da saúde que estão presentes nesta sessão.

    Eu fiz um pequeno texto. Eu fui vítima da Covid, já tinha um respeito imenso pela categoria, pelos médicos, mas, quando a gente passa por tudo que eu passei – tive pulmão comprometido, tive vários sintomas –, a gente vê a força, a paixão, o comprometimento dos médicos, dos enfermeiros, dos profissionais da saúde na defesa da vida. Então, se me permitir, eu gostaria de falar sobre o momento que vivi.

    Os heróis da minha infância usavam capa, espada ou alguma outra arma. Eram bons de briga ou tinham algum superpoder que os diferenciava dos cidadãos a quem protegiam. Os de hoje vestem branco, são pessoas comuns e trabalham arduamente em benefício da sociedade. Médicos e médicas, esses são os nossos heróis modernos. Talvez as únicas semelhanças entre os heróis do passado e os atuais sejam a coragem e as máscaras, só que, no século passado, as máscaras serviam apenas para preservar a identidade civil do super-herói; hoje, elas são um equipamento indispensável para garantir a saúde e a vida de si próprio e dos demais.

    A pandemia provocada pelo novo coronavírus tornou ainda mais explícita a importância dos profissionais da Medicina. Eles foram convocados para nos defender contra o ataque fulminante de um inimigo desconhecido, que chegou sorrateiramente e foi conquistando espaço e abatendo vidas humanas. Com o destemor próprio dos heróis que exercem a profissão, os médicos não se acovardaram. Mesmo muitas vezes sem dispor das condições ideais para o enfrentamento da doença, eles arriscaram a própria vida para salvar as nossas.

    Médicos e médicas de todo o País e demais profissionais envolvidos nessa batalha das mais importantes que a humanidade já travou, vocês – vocês! – têm o respeito, a admiração e a gratidão de toda a sociedade.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, nós Congressistas, mais do que reconhecer e agradecer aos médicos por sua coragem e dedicação ao próximo, temos a obrigação de enfrentar o desafio de oferecer a eles melhores condições de trabalho. A forma de contribuir é defendendo o nosso Sistema Único de Saúde, o SUS. Nessa guerra contra a Covid-19, a rede do SUS foi o principal campo onde se travou a batalha da saúde contra a morte. Não fosse o nosso sistema público de saúde, os números dessa grande tragédia poderiam ter sido multiplicados. Quase 5,5 milhões de brasileiros foram diagnosticados com o novo coronavírus. Eu, inclusive, faço parte dessa estatística. Graças a Deus, uma equipe médica me ajudou a superar a enfermidade, porém pouco menos de 160 mil pessoas não tiveram a mesma sorte.

    Aos familiares e amigos dessas pessoas que partiram eu manifesto aqui o meu pesar e toda a minha solidariedade.

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, eu falava sobre como a tragédia da pandemia reforçou a necessidade de fortalecermos o SUS. É a nossa obrigação corrigir a proposta orçamentária, Senador Izalci, Senador Fabiano Contarato e todos os Congressistas, enviada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional. Nela, ao invés de ampliar os recursos da saúde, a equipe econômica, capitaneada pelo Ministro Paulo Guedes, está sugerindo o corte de R$40 bilhões em comparação aos gastos do ano em curso. É certo que agora, em 2020, as despesas cresceram em virtude do combate à pandemia, porém não podemos esquecer que há várias demandas reprimidas. Muitos atendimentos e cirurgias eletivas foram adiados e deverão provocar uma corrida ao SUS no próximo ano. Além do mais, a ciência já observa que o novo coronavírus, em muitos casos, deixa sequelas diversas, o que implica aumento da demanda por tratamento. Como se não bastasse, a crise econômica e o crescimento do desemprego obrigaram milhares de brasileiros a deixar de pagar um plano de saúde, podendo fazer crescer a clientela do sistema público. Com a nossa colaboração, nossos heróis modernos poderão fazer muito mais pela sociedade brasileira, sobretudo pelos que mais necessitam.

    As escrituras sagradas citam pessoas que, sem saber, hospedaram anjos. No nosso Brasil, há anjos que dedicam suas vidas pelas nossas e de nossos familiares.

    Meu muito obrigada aos médicos de todo o País!

    Parabéns de coração por tanto amor e dedicação ao trabalho!

    Gratidão a todos vocês!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/2020 - Página 10