Discurso durante a 26ª Sessão Deliberativa Remota (CN), no Congresso Nacional

Considerações acerca das notícias da imprensa sobre os incêndios na região amazônica. Comentário sobre a sojicultura e o desenvolvimento sustentável.

Elogio à atuação do Presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Autor
Mecias de Jesus (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/RR)
Nome completo: Antônio Mecias Pereira de Jesus
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Considerações acerca das notícias da imprensa sobre os incêndios na região amazônica. Comentário sobre a sojicultura e o desenvolvimento sustentável.
HOMENAGEM:
  • Elogio à atuação do Presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Publicação
Publicação no DCN de 24/12/2020 - Página 78
Assuntos
Outros > MEIO AMBIENTE
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • COMENTARIO, IMPRENSA, QUEIMADA, FLORESTA, REGIÃO AMAZONICA, REDUÇÃO, INCENDIO, INTERNACIONALIZAÇÃO, Amazônia Legal, PRESERVAÇÃO, AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL, MEIO AMBIENTE, ZONA RURAL, PRODUÇÃO, ALIMENTOS, ISOLAMENTO, SISTEMA NACIONAL, ENERGIA ELETRICA, ESTADO DE RORAIMA (RR), DEFESA, SOJA, CULTIVO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, SENADOR, DAVI ALCOLUMBRE, IMPORTANCIA, REGIÃO NORTE, LIBERAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, APROVAÇÃO, PROJETO, BRASIL.

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco/REPUBLICANOS - RR. Para discursar. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente Senador Davi Alcolumbre, colegas Senadores e Senadoras, Dr. Bandeira, Conselheiro Nacional de Justiça – com muita honra para todos nós do Senado Federal e do Brasil, pela sua competência, pelo seu preparo –, eu gostaria de abordar um tema recorrente, que parece confundir a cabeça de muitos brasileiros. Ele é sempre explorado de forma negativa pela chamada grande imprensa, a qual parece creditar maravilhas à atuação de forças internacionais com relação à, entre aspas, "preservação" de nossa Floresta Amazônica.

    Em meados deste ano, fomos bombardeados com fantasiosas notícias apontando a Amazônia brasileira sendo destruída por incêndios incontroláveis. Isso ocorreu mais ou menos no período em que o Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, enfrentava infindável número de incêndios florestais, os quais arrasaram uma área de 7.664.394km².

    Em agosto de 2020, por exemplo, a Amazônia teve redução de 5% de incêndios, quando comparado com o mesmo mês em 2019, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Deu-se pouco ou quase nenhum destaque.

    A imprensa, como se recorda, não fez o devido levantamento comparativo, não apurou razões para o desastroso fenômeno, preferindo especulações e colocações grosseiras, que tinham como objetivo politizar a questão brasileira.

    Pois bem, Sr. Presidente Davi Alcolumbre, Sras. e Srs. Senadores, o que se deve questionar são as razões que levam tantos brasileiros, alguns equivocados e outros mal-intencionados, a reforçarem corrente que deseja – abro aspas – "internacionalizar a Amazônia brasileira". Fecho aspas.

    São várias as autoridades de outras nações que passeiam livremente pelo território amazônico, desafiando normas e regras a respeito da melhor maneira de se agir com relação à sua integridade.

    Eles sequer comunicam ao Governo Federal a sua presença, comportando-se como se lidassem com nações independentes; como se não devessem qualquer explicação ou satisfação ao poder central do País.

    Basta, para isso, verificar a visita efetuada pelo Rei da Noruega à aldeia Yanomami, comunidade Watoriki (Demini), situada 150km a oeste de Boa Vista, capital do Estado de Roraima.

    A visita do rei ocorreu entre os dias 22 e 25 de abril de 2013, mas só foi noticiada depois que o monarca voltou ao seu país, pois sequer foi comunicada a sua presença às autoridades brasileiras.

    Esse é o nível de respeito e consideração que se dispensa ao Brasil, embora não se tenha lido ou ouvido críticas a tal procedimento na chamada grande imprensa.

    Os Estados da Amazônia se veem, hoje, prejudicados por políticas equivocadas, em que se destina tão somente 20% de sua área à produção de alimentos. A experiência dos arrozais no nosso lavrado foi arrasada por ondas delituosas bem organizadas.

    Ora, Sr. Presidente, enquanto o Sul e o Sudeste preservam 10% e trabalham em 80%, 90% de suas áreas, Roraima, na Amazônia, é obrigada a preservar 80% e trabalhar em 20% de suas áreas, sob a fiscalização intensa do Ibama e das fundações estaduais de meio ambiente.

    Roraima, por exemplo, chegou a exportar arroz para toda a Região Norte, até que, em 19 de março de 2009, o STF confirmou a homologação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, expulsando os rizicultores.

    Chegou-se a publicar, à época, Sr. Presidente, que tal medida “beneficiaria diretamente 20 mil indígenas”. O que se viu, Senador Eduardo Braga, foi a destruição de milhares de empregos, com os indígenas que ali trabalhavam obrigados a se deslocarem para Boa Vista, onde ficaram na mendicância, passando por necessidade.

    Não discutimos mais a demarcação da Reserva Raposo Serra do Sol, é apenas para registro, Senadora Zenaide. A Raposa Serra do Sol, para nós de Roraima, já é fato concreto, não se quer mexer em um milímetro disso. O que nós queremos, em Roraima, é o que se quer no Brasil: produzir, gerar empregos e melhorar a vida dos produtores e produtoras, na sua grande maioria, pequenos produtores que ainda suam as mãos, calejam as mãos com o machados, enxadas e foices para sustentar as suas famílias.

    Não fica difícil entender o porquê de outras regiões se desenvolverem e a maioria dos Estados da Região Norte permanecerem sacrificados, com uma preservação sem razão lógica, sem razão para atenderem a interesses alienígenas.

    Roraima, até hoje, encontra-se também excluído do Sistema Nacional de Energia Elétrica, isolado, sem energia...

(Soa a campainha.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco/REPUBLICANOS - RR) – ...condenado à escuridão e a limites lesivos à sua sobrevivência.

    Temos medo, Presidente Davi, e rogamos para que Deus abençoe V. Exa., a Bancada do Amapá, a sua família, o povo amapaense. Lamento profundamente pelo ocorrido no Estado do Amapá. Sei o quanto V. Exa. deve ter sido acusado, levianamente, pelos seus adversários, culpando V. Exa. pelo ocorrido.

    Nós vivemos a mesma coisa em Roraima, com uma diferença: não somos interligados ao Sistema Nacional de Energia Elétrica, e se aconteceu no seu Estado, que é ligado ao Sistema Nacional de Energia Elétrica, imagine o que pode acontecer com o Estado de Roraima.

    Então, Presidente Davi, receba em meu nome e em nome do povo de Roraima, a solidariedade pessoal a V. Exa., à sua atuação; ao querido Senador Lucas Barreto, ao Senador Randolfe, à Bancada do Amapá, porque, sob a sua liderança, trabalharam incansavelmente para resolver os problemas do Amapá, e eu, como vizinho do Estado do Amapá, sou testemunha e, como Senador do Brasil, também sou testemunha do seu esforço e da sua luta pelo Brasil e pelo seu Estado do Amapá.

    Roraima e a Amazônia devem ter economia autossustentável e precisam apenas que o Governo Federal ofereça condições de igualdade dispensadas a outros Estados e regiões. Nossos lavrados têm condições de produzir soja e grãos que gerem economia sustentável.

    Em sua tese de pós-graduação, apresentada à Universidade do Rio Grande do Sul, a Profª Luciana Gianluppi aponta caminhos no sentido de se removerem obstáculos à sojicultura roraimense.

    E mostra...

(Soa a campainha.)

    O SR. MECIAS DE JESUS (Bloco/REPUBLICANOS - RR) – ... Logo vou concluir, Sr. Presidente.

    E mostra que a sojicultura e o desenvolvimento sustentável não são trajetórias antagônicas no Estado. Abre-se um leque de oportunidades, perfeitamente materializáveis, através do incentivo e do estabelecimento de oportunidades para a conquista de objetivos, sobretudo, do povo amazônida e do povo de Roraima.

    Por tudo isso, Presidente Davi Sras. e Srs. Senadores, quero deixar aqui o meu brado de inconformidade, em função de vicissitudes enfrentadas especialmente pelo meu Estado, Roraima, renovando apelo ao Governo Federal pela nossa plena integração ao Território nacional.

    Nós também somos brasileiros! E vivemos num território que precisa resistir, com o apoio de toda a Nação, às investidas dos que pretendem dividi-lo com a finalidade única de saquear a Amazônia e saquear o Estado de Roraima.

    Quero aproveitar a oportunidade, Presidente Davi, para parabenizar V. Exa. A coerência e a determinação do Senador Davi Alcolumbre, à frente ao Senado Federal, como Presidente do Senado e do Congresso Nacional, a sua condição de amazônida, foram importantes para resgatar projetos essenciais para o Brasil e para o Norte brasileiro.

    Nas ações práticas de inserção nacional, há de se estimar o espírito conciliador do Presidente Davi, de V. Exa., a sua empatia no trato pessoal e o caráter elevado nas suas deliberações. Davi viabilizou a liberação de recursos importantes para o Norte do Brasil, para todos os Estados.

    Aprovamos reformas de iniciativa do Governo Federal, como a reforma da previdência, apoio aos Estados, apoio aos Municípios, Auxílio Emergencial, projetos importantes de interesse do povo brasileiro e que V. Exa., com sabedoria, humildade e discernimento, matou no peito, chamou para a sua liderança e conduziu o Senado da República, o Congresso Nacional, para aprovar medidas importantes que o povo brasileiro haverá, em breve, de reconhecer.

    O registro, Presidente Davi, o registro positivo do seu mandato como Presidente do Senado e do Congresso Nacional será brevemente reconhecido. Assim que se assentarem as emoções, as disputas políticas, V. Exa. será consagrado como um dos maiores Presidentes do Congresso Nacional e do Senado Federal da República.

    Como representante do Estado de Roraima, agradeço o trato com o meu Estado, comigo, com a nossa gente.

    Feliz Natal a V. Exa.! Feliz Natal e Feliz Ano Novo a V. Exa., ao seu Estado, a todos os Senadores e Senadoras do Brasil, a todos os assessores e assessoras do Senado e dos Senadores da República e a todos os servidores e servidoras do Senado da República.

    Muito obrigado, Presidente Davi.

    Um forte abraço a todos!


Este texto não substitui o publicado no DCN de 24/12/2020 - Página 78