Discurso durante a 109ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada ao debate sobre o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada ao debate sobre o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 18/12/2020 - Página 90
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, AUMENTO, QUEIMADA, DESMATAMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) – Não, Presidente. Eu estou assistindo à CNN, está passando uma matéria sobre a situação do Vale do Itajaí, em matéria de chuvas. A gente que reclamava tanto de falta de chuva... Tivemos mortos e feridos e pessoas que restaram desabrigadas nos Municípios de Ibirama, de Apiúna, Ascurra, Rio do Sul e aqui mesmo, na Grande Florianópolis, em Palhoça, Garopaba, tivemos uma incrível e concentrada precipitação de chuvas. Era isso que eu estava acompanhando ali na CNN. Só numa cidade, sete mortes e mais de 20 desaparecidos. Então, é uma situação complicada.

    Mas eu gostaria de deixar aqui consignado, Senador Heinze, deixar aqui registrada a minha manifestação de aplauso pela sua iniciativa. O senhor conduziu aí – eu estou em Santa Catarina –, conduziu com destemor, com disciplina germânica, com persistência germânica uma grande reunião.

    Eu assisti à boa parte das apresentações. Esse conjunto me ilustrou muito, além do que eu já conhecia. Quero que o senhor coloque como bibliografia desta reunião a CPI da Amazônia, concluída em 1989, cujo Relator foi o nosso querido e saudoso amigo Senador Jarbas Passarinho – não foi pouca coisa –, com dados e informações a respeito do que os nossos irmãos do Norte, de várias latitudes, pregam para nos ajudar ou nos acusam.

    Em 1991, como Senador, eu participei de uma reunião na Assembleia Legislativa de Roraima, quando da decretação da Reserva Ianomâmi, em que vi esses grupos perfilados para nos ajudar.

    Então, eu acho que esta sessão representou uma convergência de tecnologia, de respeito à verdade, mas, acima de tudo, de busca inteligente de soluções, com foco na renda do povo da Amazônia, na sustentabilidade da sua vida. E me congratulo que o senhor, lá do nosso querido Rio Grande do Sul, tenha prestado esse serviço ao País e à Amazônia, ouvindo e regendo esta orquestra de inteligências, de experiências, como nós pudemos aqui constatar.

    Objetivamente, para que esta sessão seja um degrau a mais no nosso caminho, mas um degrau sólido, eu entendo que o relatório desta sessão deve ser conciso e objetivo com foco naquilo que o senhor resumiu há pouco: como é que nós vamos tirar da miséria – a expressão é pesada, mas é verdade –, com essa renda muito baixa, essas pessoas que trabalham, mas cuja rentabilidade do trabalho é desigual quando comparada à rentabilidade, em termos de benefícios para a própria família, de outras atividades em outros lugares do mundo.

    Então, eu acho que essa objetividade deverá usar a técnica, a tecnologia, a ciência, os indicadores – eu me dedico muito a essa questão –, indicadores de sustentabilidade, que são, talvez, os mais recentes e de difícil elaboração – nós não temos séries históricas expressivas nisso –, e, com base nesse conjunto de proposições, começar a ter uma política de, em vez de receber acusações, apresentar reivindicações, e apresentar reivindicações para o mundo, para o mesmo mundo que quer nos indicar rumos, para o mesmo mundo que interfere, que nos sanciona, nos penaliza, nos culpa, que tenta nos encher de contrições e remorsos.

    Eu acho que a sua iniciativa, conduzida com muita pertinácia, tem que ter um resultado, não imediato, porque essas coisas têm de amadurecer e há de haver persistência. Mas nós temos de fazer essa luta em nome do Brasil, e eu me congratulo com o meu querido amigo Luis Carlos Heinze, por este serviço que ele presta não apenas ao Rio Grande do Sul, não apenas à agricultura, à agropecuária, ao setor primário do Brasil, mas à Amazônia e a todos nós que queremos um futuro mais justo e mais sustentável.

    Cumprimentos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/12/2020 - Página 90