Pronunciamento de Reguffe em 11/02/2021
Interpelação a convidado durante a 4ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de Debates Temáticos destinada ao comparecimento do Ministro de Estado da Saúde, Eduardo Pazuello, convidado a prestar informações sobre as dificuldades enfrentadas pelo País para imunizar a população contra o novo coronavírus (Covid-19) e sobre as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para promover a vacinação em todo o território nacional. Interpelação ao convidado.
- Autor
- Reguffe (PODEMOS - Podemos/DF)
- Nome completo: José Antônio Machado Reguffe
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Interpelação a convidado
- Resumo por assunto
-
SAUDE:
- Sessão de Debates Temáticos destinada ao comparecimento do Ministro de Estado da Saúde, Eduardo Pazuello, convidado a prestar informações sobre as dificuldades enfrentadas pelo País para imunizar a população contra o novo coronavírus (Covid-19) e sobre as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para promover a vacinação em todo o território nacional. Interpelação ao convidado.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/02/2021 - Página 49
- Assunto
- Outros > SAUDE
- Indexação
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- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, COMPARECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), INFORMAÇÕES, DIFICULDADE, PAIS, IMUNIZAÇÃO, POPULAÇÃO, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), INTERPELAÇÃO, CONVIDADO.
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - DF. Para interpelar convidado.) – Obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Ministro, eu não sou daqueles que torce para governo dar errado. Quem me conhece sabe que eu não sou uma pessoa que torce para nenhum governo dar errado. Eu sou um brasileiro que ama este País, que me tornei político, que hoje sou Senador da República e que tenho uma responsabilidade com meus eleitores, com o Distrito Federal e com o País. Mas não torço para governo dar errado. Agora, nós temos a obrigação aqui, com a nossa responsabilidade, de apontar os erros do Governo e também da sua gestão.
O senhor falou aqui, respondeu a vários Senadores, mais ou menos dizendo o seguinte:" Não! Não podem reclamar de mim porque não tenho culpa disso, não tenho culpa daquilo". O senhor é Ministro de Estado da Saúde. Se nós não podemos reclamar com o senhor, nós vamos reclamar com quem? Porque o senhor é o Ministro da Saúde.
E aí eu quero colocar alguns fatos objetivos da sua alçada, da alçada do Governo Federal, da alçada do Ministério da Saúde, que, na minha opinião, de forma inequívoca, são extremamente angustiantes para quem está preocupado com esta pandemia.
Primeiro, esta pandemia era um momento de unir o País, era um momento para todos estarmos solidários uns com os outro. É um momento onde vidas estão sendo perdidas. Nós perdemos já neste País 235 mil vidas. O senhor, além de Ministro, deve ser pai, deve ser filho, deve ter família, deve ter amigos; provavelmente perdeu pessoas queridas também. Era um momento para todos estarmos solidários, era um momento para que o Governo unisse o País e não incentivasse divisão. E a vacina não é uma questão ideológica, a vacina é a chance de a humanidade de salvar vidas. Pode estar no seu controle – e está no seu controle – a chance de salvar uma vida, duas vidas, três vidas; uma única vida que seja salva já vale a pena qualquer esforço.
Vou colocar aqui dois fatos objetivos no âmbito do Ministério da Saúde. Se a única coisa que salva vidas para valer é a vacina, a vacina tinha que ser prioridade absoluta; não ser contestada como o foi por parte do Governo.
No dia 11 de março do ano passado, a pandemia foi reconhecida neste País por todos, inclusive pelo Senado Federal, que passou a ter home office, com os Senadores trabalhando das suas residências. No dia 15 de março do ano passado, já com a pandemia em movimento, o senhor assume o Ministério da Saúde. Sabe que dia foi emitida... Não, 15 de maio. Desculpe-me. Em 15 de maio. Desculpe-me. Perdão. No dia 15 de maio, o senhor assume o Ministério da Saúde. Sabe que dia foi emitida uma medida provisória buscando recursos para a compra de vacinas neste País? No dia 17 de dezembro. Ou seja, o senhor assumiu no dia 15 de maio, e a medida provisória para a compra de vacinas apenas no dia 17 de dezembro.
(Soa a campainha.)
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - DF) – Eu sou um crítico dessa coisa de ter muita medida provisória no Brasil, e por todos os Governos, não é só este, não; todos os Governos querem legislar por medida provisória. Medida provisória era para ser apenas quando fosse algo de extrema relevância, algo urgente, urgentíssimo, como o caso dessa vacina. O Brasil deveria ter feito a medida provisória no início disso e ter dito o seguinte: "Vamos comprar vacina, desde que tenha a eficácia comprovada, onde quer que ela esteja, porque isso salva vidas". Só no dia 17 de dezembro foi emitida essa medida provisória.
Para as seringas o Governo só foi fazer um pregão no dia 29 de dezembro de 2020; aliás, um pregão que só conseguiu comprar 3% das seringas necessárias para a vacinação, e isso é do âmbito do Ministério da Saúde.
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - MG) – Para concluir, Senador.
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - DF) – Vou ser breve, Sr. Presidente, e vou concluir.
Então, é importante... O pedido, o apelo que eu queria fazer ao senhor: que se agilizasse essa questão da vacina. É a única coisa que salva vidas. O Governo deveria coordenar todo o movimento no País inteiro, deveria agilizar isso o quanto pudesse. Isso salva vidas. Pode ser um amigo seu, um ente querido seu. Então, esse era o pedido que eu queria fazer ao senhor – não é nem como Senador, não, é como cidadão deste País –, ao Ministro da Saúde do meu País. Nós temos que agilizar a vacinação neste País, que é a única coisa que salva vidas.
E, para não tomar muito tempo – eu tenho outros questionamentos, mas não vai dar tempo –, eu queria fazer apenas um ao senhor. Eu queria que o senhor dissesse, com clareza, uma coisa que é curiosidade nacional. Estou recebendo aqui no meu celular mensagens de pessoas querendo que eu pergunte isto...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - DF) – Quando cada um vai ser vacinado? Há um planejamento objetivo do Ministério da Saúde de quando serão vacinadas as pessoas acima de 70 anos que não o foram ainda? Quando serão vacinadas as pessoas acima de 60 anos que ainda não o foram?
E, por último, por último mesmo, Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - MG) – Para concluir.
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - DF) – Sr. Ministro, há pessoas acima de 80 anos numa fila, com sol a pino, um do lado do outro, contaminando-se ali, com sol a pino. É até uma falta de humanidade. Então, eu queria que o senhor exercesse a sua autoridade como Ministro da Saúde e tentasse fazer com que se abrissem mais postos de vacinação, porque não é possível concentrar tudo em alguns lugares só e haver aquele amontoado de pessoas no momento em que a gente precisa ter um distanciamento.
Então, eu queria agradecer ao Presidente do Senado a benevolência do tempo...
(Interrupção do som.)