Discurso durante a 12ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.

Autor
Rose de Freitas (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Rosilda de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2021 - Página 10
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, HOMENAGEM, CHEFE, FAMILIA, NEGRO, VITIMA, VIOLENCIA DOMESTICA, ATUAÇÃO, ATIVIDADE PROFISSIONAL, COMBATE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA.

    A SRA. ROSE DE FREITAS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, é difícil não se emocionar com o seu discurso, Presidente.

    Nós temos, no Dia Internacional da Mulher, às vezes, nos conciliado nas ideias do quanto caminhamos. Nós caminhamos muito, muito, basta lembrar que, não faz muito tempo, só em 1932, nós tivemos direito ao voto.

    V. Exa. aborda no seu discurso que a mulher, até para sair de casa para trabalhar, precisava da autorização do marido. V. Exa. relembra...

    Estou com dificuldades. Quem puder me ajudar...

    V. Exa., em seu discurso, nos traz hoje – algo marcado em nossas almas – um dado muito específico. Passamos por muitas Presidências, por muitas em que demos verdadeiros murros em ponta de faca para conseguirmos colocar uma ou outra matéria ou, quem sabe, fazer uma semana meia-boca de matéria das mulheres, para que a gente pudesse avançar nas iniciativas da Daniella, da Leila, do Paim, do próprio Amin, da Zenaide, do Paulo Rocha, avançar em iniciativas de lei que pudessem significar mais conquistas para as mulheres.

    Hoje, é tão difícil, Presidente, podermos estar aqui comemorando o Dia Internacional da Mulher, até porque os levantamentos mostram que, à frente dessa luta em combate à pandemia, são as mulheres que mais morrem; são as mulheres que, somadas, significam a maior mão de obra dentro da enfermagem, dentro da área médica, entre as atendentes, auxiliares; enfim, são as mulheres que estão na linha de frente ajudando, com a sua sensibilidade, com a sua humanidade, com o seu compromisso. São mulheres que passam meses sem ir a casa ver o seu filho, a sua mãe, a sua família. São as mesmas mulheres, Sr. Presidente! Sãs mesmas que, quando o pai morre, cuidam da mãe que fica sozinha. São as mesmas que assumem os filhos de outras mulheres. São as mesmas que, quando algumas amigas perdem os seus entes mais queridos, se somam no esforço de compartilhar a dor e apontar a saída para os problemas.

    É um momento muito conturbado para que possamos celebrar, como nós gostaríamos, o dia 8 de março. Este momento cobra uma atenção especial que as suas palavras registraram. E o que eu considero um avanço aqui nesta tela? As suas palavras... Mais do que suas palavras, o seu compromisso, que não precisou ser cobrado, Sr. Presidente. O senhor partiu imediatamente para a ação, não só para colocar em pauta uma reivindicação antiga... Imaginem vocês que eu tive seis mandatos de Deputada Federal e em todos os momentos nós reivindicávamos a participação das mulheres no Colégio de Líderes. Estamos vendo que isso, efetivamente, foi praticado e estará em votação amanhã.

    Nós estamos brigando há muito tempo para termos mais matérias de interesse das mulheres nas pautas. Sabemos como somos tratadas. A cada um dos colegas que aqui estão, alguns muito especiais... A minha mesa aqui está cheia de flores. Deixem-me mostrar para vocês: são flores aqui e flores ali, todas dos nossos colegas Parlamentares. Mas o que estava escrito no cartão do Telmário, no cartão da Defensoria, dos assessores do Senado, dos funcionários da Casa era que nós não desanimássemos. E não vamos nos desanimar. Temos o Presidente Rodrigo Pacheco por dois anos, Nilda Gondim, e sabemos que teremos um parceiro não apenas eventualmente no Dia Internacional da Mulher, mas teremos um parceiro por dois anos, companheiro do dia a dia, Leila Barros, que vai lembrar do que nós falamos na lista que foi enviada hoje para a reunião de Líderes, da perseguição. Ele não se esqueceu. Ele também é autor de uma matéria que nós fizemos questão de incluir por sugestão de todos os Parlamentares.

    Zenaide, eu disse uma vez que é tão importante que a gente não se sinta só, como o povo brasileiro estava se sentindo há pouco tempo, nessa pandemia, com a falta de amparo institucional do Governo para tomar as decisões cabíveis na hora certa. Nós não estamos falando de roteiros, nós não estamos falando de histórias; nós estamos falando de vidas.

    Eu aproveito aqui para registrar os parabéns ao Governador Wellington Dias, com quem eu não tenho intimidade nem convivência assídua, pelo gesto, que mostra no seu rosto o desespero que todas nós mulheres estamos sentindo para procurar o apoio necessário para termos vacina – vacina!

    Nisso também, Presidente, o senhor não falhou, o senhor não se omitiu, não descuidou, porque muitas vezes o que para nós importa é que não se descuidem de nós: as outras, aquela que está ali do lado, a companheira do dia a dia, a mãe desta humanidade inteira – mais de 50% da população –, mulheres sobrecarregadas de trabalho, mulheres sofridas, mulheres que estão por décadas e décadas e décadas lutando para confirmar o direito de um salário igual. Só isto: mesma função, salário igual! Parece incrível que em 2021 nós estejamos falando desse mesmo assunto sobre o qual, repetidas vezes falamos, Paim, reiterando o direito elementar da igualdade.

    Portanto, suas palavras, mais do que suas palavras, seus gestos, eu quero lhe dizer que eles estão na alma de todas as Senadoras, de todos que estão assistindo, de todos que sabem como é importante ter no nosso ombro ao lado alguém que comungue dos nossos sonhos – não são ambições; são sonhos –, das nossas lutas e das nossas conquistas.

    Pelo tempo que durar esta caminhada e nós estivermos juntos nessa estrada, eu quero dizer que o senhor se expôs diante de nós como um companheiro, e é por isso que eu quero lhe falar muito obrigada por essa abertura, muito obrigada por estarmos nessa quadra da vida e da história do País fazendo o que está fazendo e, sobretudo, ombreando com todas nós, mulheres.

    Muito obrigada, Presidente, que é filho de uma mulher, companheiro de uma mulher! Só tenho a dizer que V. Exa. faz jus ao dizer que somos iguais e que caminharemos juntos para vencer várias etapas enquanto o senhor estiver sentado a essa mesa. Que Deus lhe augure muitos bons dias na sua luta pelo Brasil, por justiça social e, sobretudo, por igualdade entre homens e mulheres.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2021 - Página 10