Fala da Presidência durante a 12ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.

Autor
Rose de Freitas (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Rosilda de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2021 - Página 37
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, HOMENAGEM, CHEFE, FAMILIA, NEGRO, VITIMA, VIOLENCIA DOMESTICA, ATUAÇÃO, ATIVIDADE PROFISSIONAL, COMBATE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA.

    A SRA. PRESIDENTE (Rose de Freitas. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – Parabéns, Eliziane.

    Eliziane, quero até lembrar para você um fato tão importante que, enquanto você estava falando, me veio à memória.

    Na época da Constituinte, uma mulher foi autora de um projeto importante sobre as mulheres. E eu me lembro de que na televisão, um canal muito importante focalizou uma outra mulher, que não era aquela mulher. E eu fiquei muito indignada e perguntei ao jornalista por que não havia sido aquela mulher que teria aparecido na televisão, se ela que era a autora. Nós todas outras éramos, subscrevemos o projeto dela. E eu me lembro da resposta, que hoje não cabe mais. Dizia assim: "Ela não é o padrão de beleza que a televisão exige". Ela era, na verdade, uma mulher negra; era a Benedita. Eu nunca engoli isso, e isso ficou atravessado na minha garganta. Então, hoje nós sabemos... Estamos vendo – não é Nilda, Leila, Eliziane? – nos canais, através da propaganda comercial, através dos debates, a inserção de mulheres falando sobre assuntos, e eles ainda insistem que a mulher só fale sobre a mulher. Mas pergunte à Leila sobre economia, pergunte à Nilda sobre finanças, pergunte à Eliziane sobre matérias outras e afins, agricultura e tudo o mais. Nós sabemos, nós sabemos tomar posição. Queriam nos colocar só no nosso quadrado, como se só mulher falasse de mulher. Eu, muitas vezes, entrei em reunião sem ser Líder. Eu entrava na reunião – porque esse projeto de haver uma mulher na Liderança já foi tantas vezes secretado da pauta da Câmara, da pauta do Senado –, e alguém me dizia assim, até colegas queridos: "Olha aí, lá vem a Rose com a pauta das mulheres ou lá vem a Eliziane com a pauta das mulheres".

    Então, quero dizer que as pautas da luta feminina são muitas, são muito mais amplas, e nós estamos há décadas e décadas nelas. Então, por isso que eu valorizo o papel de um Paim, de (Falha no áudio.)

    ... hoje, do nosso Presidente, hoje, Eliziane, de quem não precisamos cobrar. Ele já tem um projeto de resolução. Nós nos sentamos só para contribuir, porque ele está querendo ir na frente, mas junto conosco, ombro a ombro, lado a lado. É muito importante.

    Há a complexidade toda da vida, que nós conhecemos tão bem – e você muito mais –, da vida social e da inserção da mulher no mundo contemporâneo.

    Vejam bem, quando eu estive na ONU, eu disse à Secretaria da Mulher na ONU, na ONU Mulheres: nós não vimos na ONU uma pauta para tratar da saúde da mulher, nunca tivemos. Está na hora de a ONU se dedicar a tratar de assuntos relativos às mulheres. Ou, por acaso, é desconhecida a violência que a mulher sofre no mundo inteiro? Como eu estava representando o Brasil, tive a oportunidade de falar isso. As mulheres se entusiasmaram bastante. Espero que agora, no próximo encontro, depois de passada a pandemia, a gente possa tratar da questão dos direitos trabalhistas, da saúde, da sexualidade, da contracepção e da violência contra a mulher. Espero que isso aconteça. São questões que nós precisamos que estejam presentes, todos os dias, na vida política do nosso País.

    A Leila levantou a mão, o Wellington levantou a mão. Queriam completar alguma coisa? Leila?


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2021 - Página 37