Fala da Presidência durante a 12ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.

Autor
Rose de Freitas (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Rosilda de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Mulher e a homenagear as mulheres chefes de família, as mulheres negras, as mulheres vítimas de violência doméstica durante a pandemia e as mulheres que atuam diretamente no combate à pandemia do Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2021 - Página 43
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, MULHER, HOMENAGEM, CHEFE, FAMILIA, NEGRO, VITIMA, VIOLENCIA DOMESTICA, ATUAÇÃO, ATIVIDADE PROFISSIONAL, COMBATE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA.

    A SRA. PRESIDENTE (Rose de Freitas. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES) – Obrigada, Izalci! Muito obrigada! Muito obrigada!

    Nós queremos agora terminar a sessão, se vocês me permitirem.

    Eu não tinha condições emocionais quando comecei a sessão. Eu não queria falar, e o Izalci sabe disso.

    Eu tenho uma mãe com 97 anos de idade, a Dona Lourdes. À minha mãe eu queria dizer – não sei se ela está me ouvindo, mas provavelmente sim – que, no tempo dela, as coisas eram muito... Eu vivi esse tempo com ela, um pedaço dessa estrada. Quero dizer para a minha mãe, a Dona Maria de Lourdes, que eu não estava lá naquela época para ajudar a mudar, mas, através dela, de tudo o que ela me ensinou, eu lutei para mudar. Quero dizer para ela: "Acho que escrevi no seu coração de mulher lutadora e guerreira as palavras que você me ensinou de perseverança e de determinação".

    Quero dizer para a Giulia que eu espero que ela colha os frutos dos projetos da Leila, da Nilda, da Carmen Zanotto, da Eliziane, da nossa querida Zenaide, do Paulo, do Paim, do Rodrigo, do Wellington. Que ela acolha esses projetos e que ajude, como instrumento social, a construir um mundo melhor, uma sociedade melhor!

    Nós temos muitas coisas por que lutar. Por meio dessas lutas, nós, que falamos de empoderamento e de protagonismo, sabemos que a mulher só se faz empoderada se tomar para si as rédeas do seu destino.

    Quero dizer para a Sophia, que já é minha neta, que ela, como o seu menino, Leila, vai viver em um mundo muito melhor, em que o menino, ao sair da escola, não vai chegar a casa e dizer: "Pai, eu consegui hoje passar a mão nas nádegas daquela minha colega. Eu encostei meu braço no seio dela. Estou 'azarando' aquela menina". Isso hoje é dito não no sentido da poesia ou no sentido de um compartilhamento de uma paquera, mas no sentido do assédio, pois se ensina que só se é homem quando se sabe "pegar" uma mulher. Nós queremos mais do que isso! E a Sophia vai viver essa época. A Sophia vai viver uma época em que homens e mulheres vão falar a mesma linguagem.

    Dizem que nós somos só ternura, que somos mulheres frágeis. Nós somos fortes. A história nos fez fortes! Ela é muito lenta para conceder para a gente, Izalci, tudo aquilo a que nós temos direito. Mas, cada vez que um homem se portar do nosso lado...

    Eu criei um filho, o Gabriel. Vocês não sabem que homem excepcional ele é! Ele é o meu melhor companheiro. Foi ele que me estimulou a lutar. Quando eu saí das nossas marcantes torturas, eu encontrei nele instrumento para colocar na sociedade um homem e uma mulher capazes de mudar este mundo. É isso que nós queremos fazer.

    Se nós não mudarmos tudo, Leila, faça com que seu filho seja instrumento disso.

    Façamos todas nós, Eliziane, Nilda, com que eles pensem na mulher como nós queremos ser tratadas, compreendidas e compartilhadas no dia a dia.

    Então, Dona Lourdes, muito obrigada!

    Giulia, boa sorte!

    Sophia, o mundo é seu!

    A todas as mulheres, um grande abraço, um grande beijo!

    Eu aprendo a cada dia um pouquinho mais. Às vezes, a Zenaide me pede tolerância. Às vezes, a Eliziane me esquenta a cabeça. Às vezes, a Simone me ensina mais. Às vezes, a doçura da Leila me ensina mais capacidade de diálogo.

    Às vezes, você, Nilda, me ensina como ser uma mãe orgulhosa dos filhos que criou.

    Portanto, ao Rodrigo Pacheco, a todos os que aqui estiveram, muito obrigada!

    A vocês, queridas amigas, é só mais um dia, mas podem ter a certeza de que é um dia muito importante na nossa vida.

    Muito obrigada.

    Que Deus esteja junto conosco hoje e junto com as mulheres que estão aí enfrentando a pandemia!

    Nós podemos muito mais, muito mais!

    Obrigada.

    Boa noite!

    Há que se declarar encerrada a sessão?

    Está encerrada a sessão.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2021 - Página 43