Discurso durante a 18ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada à análise, com representantes de instituições e empresas, sobre a viabilidade do fornecimento de vacinas e de oxigênio no Brasil, detalhando quantitativos e prazos conforme as suas estruturas produtivas, de modo a reduzir os efeitos danosos do novo coronavírus (Covid-19).

Autor
Rose de Freitas (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Rosilda de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada à análise, com representantes de instituições e empresas, sobre a viabilidade do fornecimento de vacinas e de oxigênio no Brasil, detalhando quantitativos e prazos conforme as suas estruturas produtivas, de modo a reduzir os efeitos danosos do novo coronavírus (Covid-19).
Publicação
Publicação no DSF de 24/03/2021 - Página 11
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, REPRESENTANTE, ENTIDADE, EMPRESA, VIABILIDADE, FORNECIMENTO, VACINA, PRODUTO INDUSTRIALIZADO, BRASIL, QUANTITATIVO, PRAZO, ESTRUTURA, PRODUÇÃO, COMBATE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA.

    A SRA. ROSE DE FREITAS (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - ES. Para discursar.) – Eu queria inicialmente agradecer o apoio de todos os colegas que participaram também assinando esse requerimento. Vou ser breve. O mais importante é o que temos a ouvir.

    Eu gostaria, antes de mais nada, agradecer a presença dos representantes dos institutos científicos públicos, das empresas nacionais, dos produtores de vacina, dos laboratórios, de todos que gentilmente aceitaram o convite formulado pelo Senado Federal.

    Presidente, o momento é de grande aflição. Em razão de tudo a que nós estamos assistindo, não preciso ser redundante. O alastramento da doença provocada pelo coronavírus se deu em razão não só da falta de políticas públicas, mas da falta de planejamento eficiente para enfrentar esta dramática situação. Nós nos baseamos hoje, para informações nossas – pasmem os senhores que estão presentes nesta sessão –, nós nos baseamos em dados coletados pelo consórcio de veículos de comunicação dos secretários de Estado, já que o Governo Federal, não só é desinteressado e controverso no combate à pandemia, se omitiu, se ausentou deliberadamente e nos deixou nesta situação em que você ouve a todo momento, nas palavras da Kátia ou do Randolfe ou do Amin, que essa discussão nacionalmente colocada é o enfrentamento da pandemia. Como?

    Senhores que estão aqui hoje para nos prestar algumas informações que nos serão caras, acho que o Brasil está esperando por este momento para saber tão somente o que foi demandado pelo Governo. O Governo comprou quantas vacinas, quantas unidades? Há alguma dificuldade para adquirir as vacinas? Qual a capacidade de produção das vacinas contra Covid? As afirmações que os senhores e senhoras vão nos prestar serão muito importantes para que nós possamos enfrentar a dificuldade. Nós vimos o documento dos empresários e banqueiros, já estamos vendo agora das centrais sindicais, dos sindicatos, das confederações, todos perguntam onde está a vacina e como podemos adquiri-la.

    O Governo mandou uma iniciativa para o Congresso que fala da possibilidade de que todos no setor privado possam adquiri-las, contanto que doem 100% para o Governo; no segundo momento, podendo adquirir, ele confisca 50%. Portanto, nós não temos nenhum planejamento. Nós temos iniciativas, coloquialmente falando, sobre essa questão das doses de vacinas, se foram encomendadas pelo Governo Federal a algum laboratório de qualquer um dos senhores, quando serão entregues? É possível produzir na escala que foi contratada? Em que tempo? Qual é o cronograma de entrega dessas vacinas ao Governo Federal e à população brasileira? O que pode ser feito no curto prazo para que nós possamos ter essa vacina produzida, a exemplo do ocorrido no Reino Unido, para proteger o Brasil? E de que forma, enfim...

    Sou do Congresso Nacional, estou no oitavo mandato e, em todas as minhas ações, tenho muita dificuldade de praticar qualquer atitude demagógica, que não seja com a responsabilidade que temos de encontrar juntos a saída para que o Brasil possa salvar vidas, combater a pandemia. Como o Congresso Nacional pode cooperar para que haja o aumento da produção, para que as vacinas possam efetivamente, senhoras e senhores, chegar à população brasileira – me baseio um pouco nas palavras do Presidente – para cuidar, salvar vidas de brasileiros?

    Os brasileiros não têm... Se eu estou angustiada no recinto em que estou, com a incumbência que tenho, com a responsabilidade que tenho, imaginem uma dona de casa dentro de sua casa, trancada com seus filhos sem comida, sem capacidade de produzir nada e chegar muito perto até da vacina para salvar a sua vida, cuidadora que é da sua família.

    Sr. Presidente, mais uma vez – sei das suas incumbências, das suas responsabilidades, estamos lado a lado, ombreados –, queria colocar que a única coisa que eu prezo neste momento é que V. Exa. possa nos unir num pacto nacional. Se o Presidente estiver junto, aplausos, se não estiver, una esta Nação com estes homens e mulheres de bem que estão nesta sessão para que a gente possa dizer que estamos de fato fazendo alguma coisa além de apelar, pedir, implorar. Vamos nos unir, temos força, somos o Congresso Nacional!

    Eu posso terminar minhas palavras dizendo que nunca pensei que, como ex-presa política, seria uma Constituinte, mas fui; nunca pensei que seria oito vezes eleita pelo meu Estado – não tenho empresários, não tenho padrinho político –, mas fui! A fé do povo é maior do que imaginamos. Neste momento ele precisa da nossa fé, do nosso trabalho e da nossa capacidade de unir de ponta a ponta este País para salvar vidas.

    Sr. Presidente, eu ouvi uma coisa que me dói muito falar. Eu ouvi falar sobre o kit de medicamentos para intubar pacientes e ouvi dizer que muitas vezes os pacientes recebem morfina para poderem chegar ao ponto de suportar o procedimento, têm até, muitas vezes, uma parada cardíaca para poderem ser intubados e depois serem ressuscitados, mas muitas vezes não conseguem ser ressuscitados porque faltam até medicamentos. Este País precisa urgentemente de todos nós!

    Era o que queria dizer e, mais uma vez, repito que deposito toda a minha fé de que, unidos, todos esses laboratórios poderão nos mostrar o caminho que poderemos juntos perseguir para ajudar enfim a população brasileira.

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/03/2021 - Página 11