Interpelação a convidado durante a 18ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Interpelação a convidado da Sessão de Debates Temáticos destinada à análise, com representantes de instituições e empresas, sobre a viabilidade do fornecimento de vacinas e de oxigênio no Brasil, detalhando quantitativos e prazos conforme as suas estruturas produtivas, de modo a reduzir os efeitos danosos do novo coronavírus (Covid-19).

Autor
Mara Gabrilli (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Mara Cristina Gabrilli
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Interpelação a convidado da Sessão de Debates Temáticos destinada à análise, com representantes de instituições e empresas, sobre a viabilidade do fornecimento de vacinas e de oxigênio no Brasil, detalhando quantitativos e prazos conforme as suas estruturas produtivas, de modo a reduzir os efeitos danosos do novo coronavírus (Covid-19).
Publicação
Publicação no DSF de 24/03/2021 - Página 38
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • INTERPELAÇÃO, CONVIDADO, SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, REPRESENTANTE, ENTIDADE, EMPRESA, VIABILIDADE, FORNECIMENTO, VACINA, PRODUTO INDUSTRIALIZADO, BRASIL, QUANTITATIVO, PRAZO, ESTRUTURA, PRODUÇÃO, COMBATE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA.

    A SRA. MARA GABRILLI (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - SP. Para interpelar convidado.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Queria parabenizar a fala da Senadora Kátia Abreu. Senadora, pode contar com todo o meu apoio.

    Eu quero, além de agradecer aos convidados, agradecer a iniciativa da Senadora Rose de Freitas. Nesse momento tão trágico que a gente atravessa, esse debate é de extrema importância.

    Queria também fazer uma homenagem ao nosso querido Major Olimpio, nosso Senador. Queria fazer essa homenagem na pessoa da Cláudia, sua esposa, e seus filhos, e através deles queria expressar meus sentimentos pelas famílias dos quase 300 mil brasileiros mortos. Que Deus possa trazer conforto aos seus corações. Eu sei que o Major vai fazer muita falta, aquela voz firme, aquele homem corajoso no combate à corrupção, que nos deixou no pior momento, na pior semana da pandemia, quando vários Estados tiveram seu sistema de saúde colapsado. E a gente no Brasil aparece em manchete porque agora somamos 25% do total de pessoas que morreram por Covid no planeta. Esse está o nosso Brasil.

    Meu Deus, a gente teve um quarto das mortes do mundo! Como estão as famílias se sentindo, nossas famílias brasileiras? Protegidas, seguras de que serão vacinadas a tempo? Seguras de que seu ente querido será atendido, de que será atendido na UTI, de que vai ter oxigênio? Mais um Ministro da Saúde que afirmou que dará continuidade ao que está sendo feito. É sério isso? Vai dar continuidade ao que está sendo feito, isso significa que a gente vai continuar contando mortes aos montes? É isso que está acontecendo. A gente quer ver uma mudança de postura concreta, caso contrário, ao invés de a gente discutir o próximo Ministro da Saúde, a gente tem que discutir o próximo Presidente. Os médicos e profissionais de saúde estão desesperados, cada dia mais. E o nosso Presidente teimando, o nosso Presidente negando a gravidade da pandemia e promovendo acintosamente aglomeração por todo o País, ainda prescrevendo remédios sem eficácia, e o pior: nocivos à saúde das pessoas.

    Eu tenho amigos intensivistas de UTI que já estão há um ano trancados e só choram de depressão e de indignação, porque não dá. Cada pessoa que morre, eles não conseguem desvincular da imagem do Presidente promovendo aglomeração. Eu queria saber para qual hospital o Bolsonaro sugere encaminhar aquelas pessoas que se aglomeraram na frente dele, no aniversário dele – caso elas tenham se contaminado? E a gente sabe que muitas se contaminarão e já se contaminaram ali.

    Para onde, Bolsonaro, você vai encaminhar essas pessoas? Por que o senhor não vai visitar um hospital? Já que o senhor se considera tão imbatível, por que o senhor não vai dar uma olhada nessa "gripezinha", de que o senhor já chamou? Dá uma olhada. Vai lá no hospital do Distrito Federal, dá uma olhada nos corpos dos entes queridos acumulados nos corredores. Por que não vai enxugar uma lágrima de uma mãe que perdeu um filho? Em vez disso, o senhor foi lá aglomerar, matar mais gente. É esse exemplo que a gente espera de um Presidente? Não! A gente espera um Presidente que tenha um pingo de amor para dar. Esse seria o exemplo de um ser humano.

    A gente está à beira de um desastre, amigos Senadores. O que a gente vai esperar mais? Já morreram quase 300 mil pessoas, 300 mil brasileiros. Morreram nossos Senadores, três Senadores morreram. E a gente exige o mínimo de respeito pelas famílias que estão sofrendo. A gente exige o mínimo de respeito e que se trate dessas vacinas de fato como prioridade nacional.

    E, olhem, amigos Senadores, do fundo do meu coração, o meu sentimento hoje é de que o Jair já era!

    Desculpe o desabafo, Sr. Presidente. Eu digo que não só o meu Líder Izalci, mas outros Senadores já contemplaram as minhas perguntas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/03/2021 - Página 38