Pela ordem durante a 21ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Exposição dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Temporária destinada a acompanhar as questões de saúde pública relacionadas ao coronavírus. Considerações sobre o cronograma de vacinação contra a Covid-19, a falta de insumos hospitalares, a importância de uma coordenação nacional no enfrentamento da pandemia e a necessidade de mudança de comportamento da população para redução do contágio.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Exposição dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Temporária destinada a acompanhar as questões de saúde pública relacionadas ao coronavírus. Considerações sobre o cronograma de vacinação contra a Covid-19, a falta de insumos hospitalares, a importância de uma coordenação nacional no enfrentamento da pandemia e a necessidade de mudança de comportamento da população para redução do contágio.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2021 - Página 16
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • EXPOSIÇÃO, RELATORIO, TRABALHO, COMISSÃO TEMPORARIA, ACOMPANHAMENTO, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA, CRONOGRAMA, CONTRATAÇÃO, VACINA, FALTA, PRODUTO FARMACEUTICO, COORDENAÇÃO, AMBITO NACIONAL, IMPORTANCIA, UTILIZAÇÃO, EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI), AFASTAMENTO, NATUREZA SOCIAL.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Pela ordem.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores e toda a população que nos assiste neste momento – toda a população, como nós, extremamente angustiada –, na condição de Relator da Comissão temporária da Covid eu quero aqui agradecer ao Senador Confúcio Moura, que me incumbiu de ocupar este espaço para comunicar sobre os nossos trabalhos, os trabalhos da Comissão.

    Sr. Presidente, não é fácil condensar em apenas cinco minutos todas as questões que discutimos, e, acima de tudo, não é fácil traduzir em palavras o clima de apreensão, de inquietude e de angústia de todos nós.

    É nítida, Sr. Presidente, a preocupação generalizada no que diz respeito ao calendário de vacinação. Vários colegas lembraram que a maioria da população ainda se acha no escuro quanto à pergunta: quando chegará a vacina no braço de cada brasileiro, no meu braço e no braço de todos?

    O Senador Confúcio Moura nos apresentou um cronograma bastante completo e atualizado sobre as vacinas já contratadas pelo Brasil, detalhando as que já foram entregues e as previstas para entrega até janeiro de 2022. Mas, Sr. Presidente, nos chamou muito a atenção esse cronograma porque, apesar de já termos contratado vacinas suficientes para vacinar uma vez e meia a população brasileira, infelizmente essas vacinas só chegarão ao braço dos brasileiros após milhares e milhares de mortes, portanto muito mais tarde do que deveriam. Isso porque, ao contratar – dizemos que contratamos 500 milhões –, não temos a certeza da chegada dessas vacinas. Como comerciante, eu sempre digo: quando você faz um pedido, você não tem ali a certeza do faturamento. Mesmo quando está faturado, você não tem ainda a certeza da chegada da mercadoria, tendo pago antecipado ou não. E, como apontaram os Senadores Esperidião Amin e Oriovisto Guimarães, não podemos esquecer que um cronograma é apenas isto: números num pedaço de papel. E, como eles disseram, esses números não se transformam automaticamente em brasileiros vacinados.

    Por isso, uma das alternativas que já colocamos é que a indústria brasileira já se colocou à disposição de produzir aqui no Brasil vacinas em tempo recorde. Para isso, nós precisamos da transferência de tecnologia. Inclusive, hoje, já aprovamos um requerimento, de minha autoria – e eu quero agradecer a toda a Comissão –, para que, na segunda-feira, tenhamos uma reunião com a Anvisa, o Ministério da Ciência e Tecnologia e outras autoridades, Butantan, Fiocruz, no sentido de saber, de uma vez por todas, como está se dando essa transferência de tecnologia; se nós temos condições, com a indústria local, de começar a produzir o quanto antes possível para garantir também mais essa alternativa de abastecimento.

    E ainda, Sr. Presidente, na reunião de hoje, o Senador Nelsinho Trad nos fez um relato dramático da situação vivida lá no Mato Grosso do Sul, principalmente na capital do seu Estado, Campo Grande, mas que, infelizmente, se tornou cena em todas as unidades de saúde do nosso País. Ele alertava, inclusive, que as UPAs no Brasil hoje estão sendo usadas para intubar as pessoas. E isso leva a um desespero, porque, com a pessoa intubada, a possibilidade de faltarem os insumos – que já estão faltando em todo o Brasil – é um outro grande problema. Por isso, vivemos tempos de UTIs superlotadas; falta de insumos básicos, como oxigênio; exaustão física e psicológica das equipes de trabalho, às quais, aliás, peço licença para apresentar a minha solidariedade e fazer um agradecimento especial por tudo o que estão fazendo em defesa da vida do nosso povo.

    Sr. Presidente, eu peço só um pouquinho mais de tempo.

    A questão dos insumos precisa ser equacionada imediatamente, mas temos consciência de que, sem reduzir por meio de prevenção a enxurrada dos novos casos, estaremos apenas enxugando gelo.

    Outra deliberação, Sr. Presidente: a urgente necessidade de uma voz única, de caráter nacional, conclamando a população a respeitar o isolamento social, a usar máscaras, a adotar medidas simples que evitarão a contaminação e a necessidade de medidas mais dramáticas, medidas drásticas para evitar a doença e a morte. Há um sentimento de que seria fundamental instituir uma campanha midiática massiva, contundente, nacional, deixando claro à população que, sem uma mudança profunda no nosso comportamento no dia a dia, não conseguiremos controlar essa pandemia.

    Também seguimos debatendo o papel que a iniciativa privada pode realizar para ajudar o povo brasileiro a se imunizar mais rapidamente. Afinal, a cada dia que passa o número de mortes vai aumentando drasticamente.

    E ainda, Sr. Presidente, registro as oportunas considerações feitas pelas Senadoras Daniella Ribeiro, Zenaide Maia, Rose de Freitas e, ainda, pelos Senadores Marcos do Val, Styvenson Valentim, Izalci Lucas e Otto Alencar.

    Sr. Presidente, quero ainda registrar a reunião, hoje, do Comitê de Coordenação Nacional de Enfrentamento da Pandemia de Covid-19, ou, como o estão chamando, Comitê Integrado contra a Covid. Lá, juntamente com o Deputado Arthur Lira e o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, V. Exa. expressou, de forma muito contundente, que nós temos que ter união, ou teremos caos no Brasil, e é por isso que todos nós estamos aqui, neste momento, apreensivos, mas na busca dessa união de todos. Claro que os desesperados desempregados estão à procura de uma solução, e nós já a aprovamos, e a ajuda emergencial também tem que chegar a todos aqueles que precisam.

    Quero encerrar desejando aqui ao nosso novo companheiro Alexandre Luiz Giordano muita energia e muita iluminação, para que seu mandato possa ser coberto de êxito.

    E aqui, mais uma vez, uma homenagem ao nosso querido Major Olimpio, que se foi por essa doença que tem causado essa situação de caos no mundo, mais especialmente no nosso País, que passa de 300 mil mortos, recorde superado a cada dia. E aí, faço também, mais uma vez, em nome da nossa Comissão e de todos nós, a demonstração de sentimento à família do Major Olimpio. Eu tenho certeza de que ele, lá do céu, estará aqui nos ajudando, nos trazendo a força e a energia para sobrepormos toda essa dificuldade que é enfrentar esta pandemia.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2021 - Página 16