Discussão durante a 21ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Comentário sobre o regime militar a partir de 31 de março de 1964, que durou 21 anos. Considerações sobre a substituição, pelo Presidente Jair Bolsonaro, dos comandantes das Forças Armadas e do Ministro da Defesa.

Autor
Jorge Kajuru (CIDADANIA - CIDADANIA/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
DEFESA NACIONAL E FORÇAS ARMADAS:
  • Comentário sobre o regime militar a partir de 31 de março de 1964, que durou 21 anos. Considerações sobre a substituição, pelo Presidente Jair Bolsonaro, dos comandantes das Forças Armadas e do Ministro da Defesa.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2021 - Página 71
Assunto
Outros > DEFESA NACIONAL E FORÇAS ARMADAS
Indexação
  • COMENTARIO, GOLPE DE ESTADO, MILITAR, SUBSTITUIÇÃO, COMANDANTE, FORÇAS ARMADAS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA DEFESA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para discutir.) – Presidente Rodrigo Pacheco, 31 de março. Há 57 anos, Pátria amada, os militares assumiram o poder no Brasil, com o apoio de parte da população, a pretexto de preservar a democracia, e instalou-se um regime ditatorial que durou 21 anos.

    Os chamados anos de chumbo ficaram para trás com a redemocratização: primeiro, com a vitória de um Presidente civil no Colégio Eleitoral, em 1985, e, depois, com a Constituição aprovada em 1988. O Brasil passou a viver aquele que era e é o maior período democrático de sua história, com as Forças Armadas cumprindo o seu papel como instituições de Estado.

    Chegamos a 2021, e os brasileiros, em número cada vez maior, vivem uma indagação cotidiana – e eu coloco o ponto de interrogação –: vamos seguir vivendo em democracia? Essa dúvida foi alimentada na véspera do 31 de março, com a saída do Ministro da Defesa e a troca de três Comandantes das Forças Armadas, sem uma informação oficial do Executivo, que tem no comando um ex-Capitão do Exército, eleito pelo voto direto, o que não era permitido no regime militar.

    Na nota que comunicou sua saída, o ex-Ministro da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva, disse que, em dois anos no Governo Bolsonaro, preservou as Forças Armadas como instituições de Estado. A pergunta óbvia é: assim continuará sendo?

    Há ainda outra questão, para mim obrigatória: o que nós do Parlamento vamos fazer para que o País siga em normalidade institucional? Para mim, que vivi parte da vida na ditadura e parte na democracia, não tenho dúvida sobre o que é melhor. Por isso, referendo frase postada hoje pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso: "apesar da crise dos últimos anos, o período democrático trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] da América Latina". Arroubos autoritários fazem parte da história do Brasil. E fecho lembrando Winston Churchill: "A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor do que ela".

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2021 - Página 71