Discussão durante a 23ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Convite à sociedade e aos Senadores para participarem de reunião da Comissão Temporária destinada a acompanhar as questões de saúde pública decorrentes do coronavírus que discutirá sobre a capacidade de produção de vacinas e contará com a presença de representantes da Fiocruz, do Instituto Butantan, do Sindicato da Indústria e Produção de Saúde Animal (Sindan) e outros. Preocupação com a descoberta pela Universidade de Minas Gerais de nova variante do coronavírus.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Convite à sociedade e aos Senadores para participarem de reunião da Comissão Temporária destinada a acompanhar as questões de saúde pública decorrentes do coronavírus que discutirá sobre a capacidade de produção de vacinas e contará com a presença de representantes da Fiocruz, do Instituto Butantan, do Sindicato da Indústria e Produção de Saúde Animal (Sindan) e outros. Preocupação com a descoberta pela Universidade de Minas Gerais de nova variante do coronavírus.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2021 - Página 62
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • CONVITE, SOCIEDADE, BANCADA, SENADO, PARTICIPAÇÃO, SESSÃO, COMISSÃO, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), TRANSMISSÃO, TELEVISÃO, COMENTARIO, PRODUÇÃO, VACINA, PAIS, INSTITUTO BRASILEIRO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), FUNDAÇÃO INSTITUTO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), DESCOBERTA, VARIAÇÃO, DOENÇA, PERIGO, MANAUS (AM).

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discutir.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores companheiros e toda a população que nos assiste, falar do sofrimento de todos nós nesse momento em que a cada dia vemos o Brasil bater recordes de mortes é praticamente chover no molhado. Mas eu estou vendo aqui a Senadora Rose, e, na sua pessoa, Senadora Rose, pela sua sensibilidade de mulher, como a de todas as Senadoras que aqui já falaram também, é claro que eu também quero aqui deixar a minha angústia e a minha tristeza nesse momento.

    Amanhã, pela manhã, às 9h, nós vamos ter a sessão da Covid, que será transmitida pela televisão, por todos os meios de comunicação da Casa. E eu quero aproveitar para convidar os brasileiros, principalmente os Senadores e outros, para que possam também participar e prestar muita atenção naquilo que nós vamos discutir. Essa sessão de amanhã... Eu quero, inclusive, agradecer ao Presidente Confúcio Moura, que atendeu o meu pedido – aliás, à Comissão toda, que aprovou o requerimento de minha autoria –, porque essa sessão estava marcada para segunda-feira e, ao apelo da Senadora Kátia Abreu e outros, ele conseguiu, então, antecipar essa sessão para amanhã.

    Amanhã, então, nós teremos, pelo requerimento, representantes do Instituto Butantan, da Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério das Relações Exteriores e também da Anvisa. Ainda acrescentei no requerimento o representante do Sindan, que é o sindicato da saúde animal, das empresas produtoras de vacina, um grande parque que já nos ofereceu três das suas indústrias – e pode haver outras – com grande capacidade de produzir vacinas para atender a demanda brasileira e quem sabe até de outros países. Isso em apenas 90 dias, Senador Jaques Wagner – em apenas 90 dias! –, eles garantem que, havendo a transferência tecnológica e a aprovação da Anvisa, eles têm a capacidade de produzir o volume necessário, 200 milhões, 300 milhões de vacinas, até 400 milhões de vacinas, em 90 dias. E amanhã nós vamos discutir exatamente isso.

    O Butantan já afirmou, também o Ministro das Relações Exteriores afirmou, que foi contratada já essa transferência de tecnologia, tanto é que o Butantan está se preparando, está ampliando a construção de uma fábrica. Até hoje nós não produzimos nenhuma dose de vacina no Brasil. Às vezes, a imprensa tem dito que se está fabricando. Não, nós estamos apenas envasando a vacina, que vem em grandes bombonas, ou seja, utilizando o IFA, que todos hoje já conhecem. E, ao contrário, nós podemos, a partir da célula-mãe, que é a transferência à célula-semente, reproduzir aqui nas nossas indústrias essa vacina tão necessária com a mesma tecnologia de produção da vacina de febre aftosa.

    Sr. Presidente, quero pedir apenas mais uns segundos para concluir.

    Acho que amanhã – eu gostaria, inclusive, de pedir a V. Exa. que, se possível, pudesse também participar dessa nossa audiência – nós teremos a resposta definitiva: se o Butantan tem já essa transferência de tecnologia contratada e se é possível já, então, disponibilizá-la para as indústrias brasileiras.

    Nós já perdemos, sim, muito tempo, essa discussão já vem desde o início do ano. Felizmente, o atual Ministro, que tomou posse na quinta-feira, na sexta-feira nos atendeu, e esse documento do Sindan também nós enviamos para o Presidente da República. E eu quero fazer justiça, porque o Presidente da República também ligou imediatamente para o Ministro para que tomasse providências e reuniões já aconteceram, inclusive no comitê do qual V. Exa. participou junto com o Presidente da República, o Ministro da Saúde e o Presidente Arthur Lira.

    Então, quero aqui chamar a atenção da população, principalmente das lideranças, porque amanhã, às 9h, nós nos reuniremos e deveremos ter a palavra desses institutos, também do Ministério das Relações Exteriores e da Anvisa, acerca da definição dessa capacidade de o Brasil poder fabricar as vacinas em nosso País, até porque a própria OMS já respondeu à Senadora Kátia e ao Senador Aécio, que são os Presidentes das Comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara, que o mundo não tem vacina e que o Brasil tem condições, e pode, fabricar aqui no Brasil essas vacinas.

    Então, esse desespero de todos nós... Vamos esperar que amanhã a gente tenha, então, a resposta definitiva. Não podemos conviver com essa expectativa de o Brasil chegar, ao final de junho, com mais de 500 mil mortes e esse mês ser o mês das trevas, no qual vamos ter aproximadamente 100 mil mortes, porque as vacinas não chegarão mais em tempo de evitar essa situação.

    Aliás, Presidente, se o senhor me permitir, eu gostaria até de ler aqui uma notícia que chegou agora à tarde. Hoje a Universidade de Minas Gerais informa a descoberta de uma nova e potencialmente perigosa variante do coronavírus que, segundo os cientistas, tem uma combinação inédita de 18 mutações do coronavírus. Dizem que, entre essas mutações, estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1, originada em Manaus, e também com a P2, do Rio de Janeiro, com a sul-africana e a britânica, todas associadas a uma maior transmissão da pandemia. E, pelo que informam, essa variante replica muito mais depressa do que os vírus que causaram a primeira onda da pandemia de 2020, ou seja, em outras palavras, Sr. Presidente, aquilo que chamamos de mês das trevas pode ser apenas uma caricatura de algo pior para a vida de nosso povo. É a Universidade de Minas Gerais que passa essa informação infelizmente, mais uma informação extremamente perigosa e preocupante para todos nós.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2021 - Página 62