Discussão durante a 29ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Apreensão com a situação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em razão do elevado número de mortes no Brasil e no mundo. Comentário sobre a falta de vacinas, medicamentos e outros insumos hospitalares em diversos Estados. Defesa da licença compulsória de vacinas contra o vírus.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Apreensão com a situação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em razão do elevado número de mortes no Brasil e no mundo. Comentário sobre a falta de vacinas, medicamentos e outros insumos hospitalares em diversos Estados. Defesa da licença compulsória de vacinas contra o vírus.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/2021 - Página 70
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), QUANTIDADE, MORTE, PESSOAS, MUNDO, BRASIL, COMENTARIO, FALTA, MEDICAMENTOS, INSUMO, EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI), MATERIAL HOSPITALAR, CRISE, ESTADOS, DEFESA, QUEBRA, SUSPENSÃO, PATENTE DE INVENÇÃO, VACINA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discutir.) – Boa noite. Meus cumprimentos, Presidente Rodrigo Pacheco. E, na mesma linha, eu cumprimento todos os Senadores e Senadoras, autores e Relatores das proposições do dia de hoje. Acir Gurgacz, Marcos Rogério, Roberto Rocha, Nilda Gondim, Marcos do Val, Paulo Rocha, meu Líder, Omar Aziz, Irajá, Carlos Viana, Esperidião Amin.

    Presidente, eu volto a falar da pandemia. A Covid-19 continua matando. Quase 3 milhões de pessoas no mundo, quase 400 mil vidas no Brasil. São números de guerra, que colocam a humanidade frente ao seu maior desafio no século.

    Mas creio que há de se buscar, com todas as nossas forças, uma aliança planetária. O problema não é desse ou daquele, é de todos. Vejam o que está acontecendo com o meio ambiente: florestas queimadas, cortadas, águas poluídas. É uma agressão à natureza.

    No Brasil, faltam vacinas, medicamentos, insumos, anestesia, seringa, luvas, relaxante muscular, oxigênio. Há paciente sendo amarrado para ser entubado. Onze Estados pedem socorro. É um desespero.

    Não liberar a licença compulsória de vacinas para o combate à Covid-19 é um atentado à dignidade humana. Dez capitais do Brasil já pararam de vacinar.

    Ah, se tivéssemos a consciência da compaixão, da fraternidade, da solidariedade, o mundo estaria, com certeza, bem melhor. Todos poderiam produzir a vacina. Tem potencial, produza! Afinal, que caminho nós estamos seguindo? Civilização ou a barbárie? A barbárie se estabelece quando não há mais senso crítico de nada, onde só a febre do ouro interessa. Ela se consolida na ignorância, na violência, na rudeza dos que olham seu semelhante com o ódio e a intolerância na morte. Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo; temos que seguir a lei do esperançar, do amar, da luz, da vida. A pandemia escancarou de vez a fome, a pobreza, a miséria: cem milhões de pessoas no Brasil não se alimentam direito – cem milhões –, 50 milhões passam fome. Só quem passa fome, Presidente, sabe o que é essa dor, que corrói o corpo, a alma e o espírito.

    Colocar armas nas mãos da população é provocar a insanidade coletiva. A ONU diz que quase metade das mortes violentas no mundo são causadas por arma de fogo. O porte de arma aprisiona, com certeza; o livro é que liberta. Pandemia, fome, pobreza, miséria, armas – onde vamos parar? Como dizia Cazuza, numa das suas canções: vamos pedir piedade, piedade para os que não sabem amar, piedade para aqueles que só vivem para contar o dinheiro, o lucro e a riqueza.

    Era isso, Sr. Presidente, um depoimento rápido, mas que fiz com muito amor à vida.

    Vacina para todos!

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/2021 - Página 70