Interpelação a convidado durante a 19ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada ao comparecimento do Sr. Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, a fim de prestar informações sobre a atuação do Ministério nos esforços para obtenção de vacinas contra a Covid-19.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Interpelação a convidado
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada ao comparecimento do Sr. Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, a fim de prestar informações sobre a atuação do Ministério nos esforços para obtenção de vacinas contra a Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 25/03/2021 - Página 62
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DESTINAÇÃO, COMPARECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), SOLICITAÇÃO, INFORMAÇÃO, ATUAÇÃO, AQUISIÇÃO, OBTENÇÃO, VACINA, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para interpelar convidado.) – Em primeiro lugar, eu quero cumprimentá-lo de maneira muito sincera e pessoal pela sua postura correta, pela atitude correta de Presidente do Senado e do Congresso na manhã de hoje, quando foi constituído este compromisso com o povo brasileiro de colocar a unidade acima das diferenças. Diferenças, esta reunião demonstrou que não faltam. Então, eu quero falar com o Ministro. Fui o responsável pelo convite nas duas ocasiões em que ele foi à Comissão de Relações Exteriores em 2019 – eu fui o signatário do convite. E, lá, debatemos as nossas diferenças.

    Hoje, eu quero procurar algo que construa, com base naquilo que o senhor se comprometeu em nosso nome hoje de manhã. Primeiro, Brics. Das cinco siglas, tirando África do Sul e Brasil, os outros três produzem – e o Ministro escutou hoje de manhã isso na Câmara dos Deputados – dez das vacinas mais comercializadas. Acho que nem o senhor, Presidente, sabia disso. Seis da China, duas da Rússia e duas da Índia. Dez vacinas. Eles fabricam 60% das vacinas contra a Covid. Então, o que a China quer? A China quer continuar sendo um bom parceiro, grande parceiro, de acordo com as suas conveniências, e nós temos que habilitar as nossas. Esquece essa coisa de pedir desculpa; eles também não vão pedir. Só para dar exemplo: o Biden chamou o Putin de assassino. Não pediu desculpa e voltaram a conversar, porque os países estão acima disso.

    Aliás, o Putin deu uma aula na resposta ao Presidente Joe Biden, está aí nas redes sociais.

    O que interessa são os interesses dos países, e nós temos interesse em ter mais vacinas. Já! Sejam as 100 milhões, sejam as 110, sejam as 120, seja até a estratégia que o Confúcio lembrou: vamos dar a primeira dose, a segunda vamos dar mais tarde, porque a primeira dose – segundo o Confúcio Moura e eu acho que ele tem razão – já me dá alguma resistência.

    China... O que a Índia quer? Ministro, apoio a tese da Índia. Nós precisamos da Índia. Converse com o seu antecessor no Ministério, José Serra, que, como Ministro da Saúde, deu um show de inteligência na quebra de patentes. O Brasil já fez isso com habilidade sem brigar com ninguém, V. Exa. pode ajudar nisso.

    E a Rússia? A Rússia tem, em vários aspectos, a tecnologia. Ela é a ponta, ela é o estado da arte em vários setores da tecnologia.

    Portanto, nós temos três aliados preferenciais que fabricam 60% das vacinas disponíveis no mundo neste momento, que é o que nos une hoje. Ajude nisso, chame todos os seus companheiros do Itamaraty e explore essas portas, combinando sempre com o Ministério da Saúde, que é quem define a nossa prioridade.

    E, finalmente, o que os Estados Unidos, agora sob a égide democrata, querem? Querem conversar sobre a Amazônia. Em todo gabinete de Senador democrata tem o mapa da Amazônia. É o novo new deal deles, o novo sonho. Então, nós temos que ter, e o Vice-Presidente Mourão sabe isso, nós temos que criar mecanismos que valorizem o nosso esforço, internacionalizado, mas gerido por nós, de administrar a nossa parte da Amazônia e o mundo amazônico todo, valorizando; eles têm que pagar por isso. Não interessa incriminá-los, interessa que eles nos ajudem, mas que nós não percamos a rédea e, se não tomarmos a rédea, muito incômodo vamos produzir.

    Então, nos ajude nisso, o senhor tem talento e o Itamaraty tem a expertise para ajudar o Ministério da Saúde a bater nas portas que podem nos atender com vacina,

    Quando eu tiver a réplica, eu vou conversar sobre o que os Estados Unidos estão fazendo com a Pfizer: geopolítica.

    Muito obrigado.

    Por enquanto é isso, nos ajude nisto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/03/2021 - Página 62