Discussão durante a 34ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Desaprovação da condição do Brasil de país exportador de matéria prima, e defesa da agregação de valor no desenvolvimento de produtos e de menor dependência de tecnologia estrangeira, com ênfase na produção de vacinas e do insumo farmacêutico ativo (IFA) para combater o novo coronavírus (Covid-19). Exemplificação da situação da Índia e apoio à industrialização do Brasil.

Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Desaprovação da condição do Brasil de país exportador de matéria prima, e defesa da agregação de valor no desenvolvimento de produtos e de menor dependência de tecnologia estrangeira, com ênfase na produção de vacinas e do insumo farmacêutico ativo (IFA) para combater o novo coronavírus (Covid-19). Exemplificação da situação da Índia e apoio à industrialização do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2021 - Página 32
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • DESAPROVAÇÃO, SITUAÇÃO, BRASIL, EXPORTADOR, MATERIA PRIMA NACIONAL, NECESSIDADE, AGREGAÇÃO, VALOR, PRODUTO, REDUÇÃO, DEPENDENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, PRODUÇÃO, VACINA, PRODUTO FARMACEUTICO, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), COMPARAÇÃO, INDIA, APOIO, INDUSTRIALIZAÇÃO, PAIS.

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discutir.) – Sr. Presidente, eu gostaria de novamente saudar V. Exa., os nossos Senadores e Senadoras, e eu vou falar sobre Covid e vacina, mas inicio homenageando o que o Senador Izalci falou: realmente, é impossível nós não aprendermos. Aliás, junto com a ciência e tecnologia, é nossa obrigação analisar que a pandemia e, se Deus quiser, a pós-pandemia têm que iluminar a nossa compreensão de que nós não podemos ser apenas exportadores de matéria-prima, porque agora o negócio está bom, a commodity melhorou de preço. Vários governos surfaram nesta onda, que vai e passa. Talvez – e, aí, eu olho para o meu amigo Paulo Paim – o Governo mais beneficiado pelo preço das commodities tenha sido o do período do Presidente Lula. Aquilo permitiu uma porção de coisas para o Brasil, mas passou.

    Nós temos que criar vergonha e olhar para a necessidade de agregação de valor e de menos dependência de coisas óbvias. E, agora, a que mais nos dói é a vacina! Quer dizer, nós estamos agora sofrendo os reflexos nos interesses dos produtores do insumo farmacêutico: o IFA! Mas eles também têm as suas necessidades.

    Basta olhar o que está acontecendo na Índia: 300 mil, 350 mil casos por dia. Fala-se que, se fosse uma estatística da exatidão, nós já estaríamos na casa de milhões de pessoas afetadas e mortas. São 350 mil casos por dia! Imagine você o que significa isso! E eles é que nos fornecem... Eles respondem, a Índia responde por 60% da produção de vacinas, fora os fármacos. Eu tive o privilégio de visitar a China e a Índia no ano 2000, para visitar as fábricas dos sais básicos, dos fármacos básicos.

    Então, nós temos que aprender. E a fala do Senador Izalci dá o start para isso. Será que, nem na hora da dor, nós vamos compreender que nós não temos o direito de depender de outros povos, que têm os seus interesses, que têm as suas prioridades? Eles têm boas relações conosco, mas o cidadão de lá que não der prioridade para o seu povo estará traindo a sua pátria, como nós também a estaríamos traindo. Então, na negociação, você tem que se colocar no lugar do outro: até onde ele pode ir? Eu não posso pedir que ele faça o que eu não faria. Não é ético e não é humano!

    Então, faço aqui um apelo para que nós nos debrucemos, a partir dessa questão do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e inovação, sobre realmente um grande debate sobre o que será a reindustrialização inteligente do Brasil. Essa é a expressão que eu uso, que não é muito boa, mas que trata de preencher os vazios, os elos fracos da nossa cadeia de necessidades e de possibilidades.

    Era esse o recado, a advertência que eu assumo para mim e que, creio, deveria ser do Senado, do Governo brasileiro, para que nós honremos o nosso compromisso com o nosso País.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2021 - Página 32