Fala da Presidência durante a 45ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia da Defensoria Pública.

Autor
Fabiano Contarato (REDE - Rede Sustentabilidade/ES)
Nome completo: Fabiano Contarato
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia da Defensoria Pública.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2021 - Página 30
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, DEFENSORIA PUBLICA.

    O SR. PRESIDENTE (Fabiano Contarato. Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES) – Muito obrigado.

    Olha, eu estou muito feliz – e já vamos nos encaminhar para o encerramento –, mas eu não poderia deixar aqui de registrar o meu agradecimento profundo a quem faz toda essa sessão funcionar. Quando eu era Presidente da Comissão de Meio Ambiente, eu não cansava de agradecer aos servidores que lá estavam. Aqui, eu quero agradecer à Ludmila – que muito bem me recebeu e está aqui –, ao Iago, à Renata, ao Sóstenes, ao pessoal da técnica, da TV Senado, do Prodasen, da Comunicação, enfim, ao fotógrafo, todos vocês.

    Quero, mais uma vez, fazer um apelo, como sempre fiz, Senador Paulo Paim, em defesa dos funcionários terceirizados, porque, assim como o Estado criminaliza a pobreza, esses servidores terceirizados são criminalizados muitas vezes. Eu não canso de falar: nesta da Casa do povo, na primeira semana em que tomei posse, eu fiz um ofício à Secretaria-Geral; nesta Casa do povo, que diz que representa o povo, os funcionários efetivos e comissionados não são submetidos ao detector de metal, mas os terceirizados o são; a população que vem aqui não pode entrar no elevador em que um Senador estiver. Isso tudo me assusta, porque eu não fui eleito pelo povo? Nós temos que... Há muita coisa para ser feita: uma faxina, uma faxina moral em vários aspectos.

    E eu quero, aqui, agradecer a todos os terceirizado, a todos os servidores, a esses que eu citei e todos aqueles que eu não citei; agradecer aos servidores das Defensorias Públicas que estão aí nos rincões do País, às Defensorias Públicas Estaduais, à Defensoria Pública da União. Não poderia deixar também de falar nas Procuradorias municipais, que também sempre estão ali atentas; dos advogados dativos que ainda existem, que estão lá onde o Estado está ausente.

    Eu quero voltar a reafirmar o meu compromisso como Senador, mas, acima de tudo, como ser humano. Eu acho que essa coisa do Senador Paim – quando ele fala: "Eu amo vocês" – é uma coisa que a gente, quando tem isso embutido no coração da gente, é a certeza de que nós não desejamos nada absolutamente mal para ninguém. E nós estamos vivendo um momento de muita intolerância, de muito ódio, de muita polarização, mas eu quero falar para vocês que, enquanto Deus me der vida e saúde, eu vou ser um eterno defensor do ser humano. É aquilo que São Paulo diz: "Eu não vivo, mas Cristo vive em mim".

    E eu faço esta invocação a vocês: todo dia, independentemente da religião, eu falo que a minha religião é o amor, e o meu Deus é o outro. Então, todo dia, quando você acordar, faça esse teste: quando você passar por uma pessoa que você nunca viu na vida, uma pessoa em situação de rua, uma pessoa moradora do seu bairro, seu vizinho, quando você olhar nos olhos dele, enxergue Cristo. Eu tenho certeza: você vai exercer mais o amor, o respeito, a caridade, a compaixão, a humildade. Eu não tenho dúvidas de que defender a vida humana é sair em defesa de Deus em todas as suas concepções. Por isso, talvez, a minha identidade tão grande com a pauta dos direitos humanos na defesa de uma sociedade melhor, de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

    Contem sempre comigo, com este Senado, com o Senador Paulo Paim, que eu tenho certeza já demonstra isso a vida toda, na defesa intransigente da Defensoria Pública, porque defender a Defensoria Pública é defender os pobres, os negros, as mulheres, os índios, quilombolas, deficientes, LGBT, todas essas pessoas que clamam, que constantemente estão recebendo portas na cara fechando, violando seus direitos.

    Eu quero agradecer muito! Hoje para mim foi um dia muito especial, falando para vocês, publicamente, que o meu sonho era ser defensor público, mas quis Deus me direcionar como delegado de polícia – e eu amo ser delegado de polícia também. Mas quero falar que hoje estou aqui como Senador, mas com humildade para falar, assim como lá no poema de Irene, quando ele falava na discriminação:

Irene preta,

Irene boa,

Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:

– Licença, meu branco!

E São Pedro bonachão:

– Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

    Eu digo para vocês: vocês não precisam pedir licença. O Senado da República é da Defensoria Pública, porque é da população brasileira.

    Cumprida a finalidade desta sessão especial remota do Senado Federal, agradeço as personalidades que nos honraram com suas participações. Aprendi muito e estou aprendendo constantemente com todos vocês.

    Declaro encerrada esta sessão.

    Um forte abraço a todos!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2021 - Página 30