Discussão durante a 47ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Voto de pesar por ocasião do falecimento do médico anestesista Dr. Walter Duailibi, ocorrido no dia 17 de maio de 2021.

Crítica ao Governo de Angola pela deportação de brasileiros residentes no país pertencentes a igrejas evangélicas. Repúdio ao tratamento desumano conferido a essas pessoas. Convite dirigido ao Embaixador de Angola no Brasil para que preste esclarecimentos a respeito da referida situação.

Autor
Nelsinho Trad (PSD - Partido Social Democrático/MS)
Nome completo: Nelson Trad Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Voto de pesar por ocasião do falecimento do médico anestesista Dr. Walter Duailibi, ocorrido no dia 17 de maio de 2021.
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Crítica ao Governo de Angola pela deportação de brasileiros residentes no país pertencentes a igrejas evangélicas. Repúdio ao tratamento desumano conferido a essas pessoas. Convite dirigido ao Embaixador de Angola no Brasil para que preste esclarecimentos a respeito da referida situação.
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2021 - Página 50
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Matérias referenciadas
Indexação
  • VOTO DE PESAR, MORTE, MEDICO, ANESTESIOLOGIA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
  • CRITICA, PAIS ESTRANGEIRO, ANGOLA, DEPORTAÇÃO, BRASILEIROS, IGREJA EVANGELICA, TRATAMENTO, COMENTARIO, CONVITE, EMBAIXADOR, COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES (CRE), SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, ITAMARATI (MRE).

    O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS. Para discutir.) – Estou aqui ao meu lado com o Senador Vanderlan, no PSD, na Liderança, a quem, em nome dele e no de V. Exa., saúdo todos os colegas.

    Hoje foi dia de a gente ler alguns votos de pesar. Eu tenho uma inserção em ata do voto de pesar pelo falecimento do médico anestesista, lá na minha cidade, no meu Estado, Dr. Walter Duailibi, e de condolências à sua esposa Ana Nazza.

    O Dr. Walter Duailibi tinha 75 anos e se destacou como um dos pioneiros da anestesiologia no Mato Grosso do Sul. Não existe uma família lá que não tenha passado, através do seu profissionalismo, nas mãos sagradas do Dr. Walter Duailibi, um exemplo de profissional ético, correto e que deixa realmente um legado muito grande a todos nós. Ele idealizou o serviço de anestesia, o primeiro serviço de formação profissional de anestesiologista do Mato Grosso do Sul.

    Meus sentimentos à esposa e aos filhos.

    Sr. Presidente, o outro assunto que eu quero abordar, vez que sou integrante da Comissão de Relações Exteriores – a gente é demandado nessas questões – é a deportação que está ocorrendo em Angola dos brasileiros que entraram em conflito através de uma briga, pelo que a gente está vendo, de igrejas evangélicas naquele país.

    O que me indigna nessa história é a forma compulsória de tratamento que esses brasileiros estão recebendo para poder sair do país onde estão e vir ao Brasil, sem a condição de poder dialogar com seus parentes, sem a condição... O primeiro grupo veio sem ter a condição de pegar os seus pertences. Alguns nem a roupa para fazer uma muda na viagem conseguiram pegar; não conseguiram falar com seus companheiros, com suas companheiras, ou seja, uma maneira extremamente ruim, primitiva de tratamento do ser humano a que nós estamos sendo submetidos naquele país.

    Acabo de receber uma notícia de que mais 12 brasileiros foram deportados hoje lá de Luanda.

    Eu tive hoje contato com a Embaixadora Cláudia Buzzi, que é Chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério das Relações Exteriores, que me posicionou sobre o esforço diplomático que o Chanceler atual tem feito com a sua contraparte naquele país.

    Eu entendo, Sr. Presidente, que...

    Não vou entrar no mérito dessa briga, mas um mínimo de dignidade, um mínimo de respeito humano precisa haver até mesmo para se promover uma deportação.

    Eu acho e compreendo que essa situação vai ter um tensionamento maior, porque ela não se cessou. É uma questão que já foi judicializada, e, se ela já foi judicializa, há que se esperar o resultado final da Suprema Corte naquele país. Não se pode prejulgar sem dar direito de defesa, o que a gente tem observado que lá tem ocorrido.

    De tal sorte, a gente convidou o Embaixador de Angola no Brasil para que possa prestar esclarecimentos a respeito dessa situação diante da Comissão de Relações Exteriores, porque essa indignação é de um Parlamentar que representa o povo brasileiro no Senado da República, como é o nosso caso, diante de um tratamento desumano a brasileiros que não estão morando e trabalhando no nosso País.

    Então, eu faço esse registro apelando para que o Itamaraty tome todas as medidas cabíveis necessárias para o bom restabelecimento do relacionamento entre Brasil e Angola, que sempre foi exemplar. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola em novembro de 1975. Nós falamos a mesma língua. Temos, com os países africanos, um laço de amizade muito forte. E, realmente, é inconcebível o que está acontecendo com os brasileiros missionários da fé, que estão sendo tratados como bandidos naquele país.

    Eu faço aqui esse apelo, deixo este registro da minha indignação diante do que está ocorrendo lá em Angola.

    Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2021 - Página 50