Pela ordem durante a 70ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Leitura do voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador José Paulo Bisol, conforme Requerimento nº 1721, de 2021.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Leitura do voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador José Paulo Bisol, conforme Requerimento nº 1721, de 2021.
Publicação
Publicação no DSF de 30/06/2021 - Página 44
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Matérias referenciadas
Indexação
  • LEITURA, HOMENAGEM POSTUMA, VOTO DE PESAR, MORTE, JOSE PAULO BISOL, EX SENADOR, DEFENSOR, DIREITOS HUMANOS, LUTA, DISCRIMINAÇÃO, RACISMO.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Pela ordem.) – Se V. Exa. me der dois minutinhos, eu vou explicar o que é.

    É só para eu ler o voto de pesar do meu querido amigo, que foi Constituinte comigo, um homem que marcou seu tempo. Então, eu faço a leitura rápida, Sr. Presidente, da justificativa do voto.

    Faleceu no sábado, 26 de junho, aos 92 anos, o ex-Senador José Paulo Bisol, advogado, desembargador aposentado, político, jornalista e escritor. Ele era um poeta que vivia o sofrimento dos humildes e dos discriminados. De corpo e alma, demonstrava as suas inquietudes. Quem o conheceu sabe que assim ele era. Sr. Presidente, suas mãos, em gestos fortes, edificavam cenários do Brasil real, suas palavras eram vulcões em erupção, trazia a verdade com solfejos de prata. Homem do seu tempo, dos dias intermináveis, das horas e dos minutos que insistiam em não seguir em frente, das noites de insônia e das permanentes leituras.

    No ano de 1982, elegeu-se Deputado Estadual pelo meu Rio Grande. Em 1986, elegeu-se Senador da República, com participação destacada – fui prova disso, porque eu estava lá –, na Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Foi filiado ao MDB, foi um dos fundadores do PSDB. Posteriormente, passou ao PSB e, por fim, ao PT, em junho de 2000. Em 1989, foi candidato a Vice-Presidente da República ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Foi injustiçado, conversou muito comigo. Foi injustiçado e renunciou à Vice-Presidência. Assumiu, naquele período, o Aloizio Mercadante. De 1999 a 2002, foi Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, do Governo de Olívio Dutra. José Paulo Bisol deixa esposa, três filhos, nove netos, um bisneto e milhares de amigos e admiradores por todo o País. A todos, pêsames e solidariedade.

    Leon Tolstói escreveu, em seu diário, há mais de cem anos: "Não há nada que tenha tanto efeito e eleve todos os homens para o mesmo sentimento quanto uma obra de vida, ainda mais uma vida humana inteira."

    Termino, Sr. Presidente.

    Vida longa aos ideais de José Paulo Bisol, um grande brasileiro, incansável, lutador pelos direitos humanos, por justiça social e contra todas as formas de discriminação e de preconceito.

    Obrigado, Presidente, por esta oportunidade de fazer uma homenagem a um grande amigo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/06/2021 - Página 44