Pronunciamento de Jorge Kajuru em 30/06/2021
Discussão durante a 71ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal
Comentário sobre a possibilidade de prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia da Covid-19.
Considerações sobre o silêncio do Presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação às denúncias do Deputado Federal Luis Miranda sobre corrupção no Ministério da Saúde na compra de vacinas para o combate à covid-19.
- Autor
- Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
-
SENADO:
- Comentário sobre a possibilidade de prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia da Covid-19.
-
SAUDE:
- Considerações sobre o silêncio do Presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação às denúncias do Deputado Federal Luis Miranda sobre corrupção no Ministério da Saúde na compra de vacinas para o combate à covid-19.
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/07/2021 - Página 33
- Assuntos
- Outros > SENADO
- Outros > SAUDE
- Indexação
-
- COMENTARIO, POSSIBILIDADE, PRORROGAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PANDEMIA.
- COMENTARIO, AUSENCIA, PRONUNCIAMENTO, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DENUNCIA, DEPUTADO FEDERAL, CORRUPÇÃO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), AQUISIÇÃO, VACINA, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - GO. Para discutir.) – Eu lhe agradeço e vou ser rápido.
Eu fiquei muito feliz como Senador, comandado pelo mineiro Rodrigo Pacheco. Eu vi na CNN a sua entrevista e aqui, rapidamente, entre aspas, cumprimento esta declaração coerente, independente, oportuna – e não oportunisticamente, como se falava antes no Senado –, que diz o seguinte: "A prorrogação de uma CPI não é uma vontade pessoal do Presidente de uma Casa legislativa. A mesma Constituição que garante a existência de uma CPI assegura a sua prorrogação". Daí o senhor autorizou a prorrogação da CPI do Covid, e ninguém mais do que eu tinha que fazer esse reconhecimento público para que o Brasil saiba dessa sua decisão. Parabéns, Presidente!
Bom, eu vou falar de coração aqui, não vou ler nada. No mês de julho de 2019, recesso aqui no Senado, primeiro mês, primeiro semestre do meu mandato, eu recebi um calhamaço assim de documentação, com provas cabais de escândalo em Detran, Denatran, que envolvia desde Governador a diretores dessas empresas estatais, e uma documentação farta sobre alguém que estava para ser escolhido Ministro das Cidades do Governo Bolsonaro.
O que eu fiz com essa documentação toda? Passei para a imprensa, em primeiro lugar para o jornal O Globo – o Lauro Jardim deve se lembrar disso – e, após passar à imprensa, foi a única vez da minha presença, podem ir lá registrar, no Palácio do Planalto, lá fui entregar ao Presidente da República Jair Bolsonaro. E por que que eu sempre falava que confiava na palavra dele de que ele não roubaria e não deixaria roubar? Porque ele deu o exemplo para mim. Ao receber aquela documentação minha, ele imediatamente a entregou ao Ministro Sergio Moro, que tomou providências, ao Ministro Tarcísio de Freitas e ao Diretor da Polícia Federal, que foi, inclusive, lá no palácio, na audiência comigo, Fábio Galvão. E ele cumpriu o que ele prometeu para mim naquele dia. Portanto, eu tinha que fazer esse registro obrigatoriamente, gostando ou não do meu partido na época – graças a Deus, ex-partido!
Bom, diante disso, eu sempre, em qualquer entrevista, como na do dia 15 de março passado, na Jovem Pan, ao programa Direto ao Ponto, eu voltei a falar desse assunto: que eu tinha uma prova de que o Presidente, diante de uma documentação recebida por mim, tomou providências. Agora, eu lamento, Presidente Bolsonaro, o que está acontecendo. Esse assunto ficou para o passado, porque o senhor está, há cinco dias, em silêncio profundo: não desmente o Deputado Luis Miranda, não dá nenhuma resposta, xinga apenas os Senadores todo dia, mas o senhor não fala do assunto e fica uma situação difícil, delicada. Qual é o motivo? O senhor tem medo de ter sido gravado por ele, como me parece que ele lhe gravou? O senhor está com medo de quê? Por que não responder a esse Deputado sobre denúncias gravíssimas que ele fez. Foram palavras ao vento? Desminta-as, Presidente!
É isso que eu queria falar, para mostrar os dois lados, em dois anos e meio, de meu mandato. Esse primeiro e esse último, que é realmente decepcionante o silêncio do Presidente da República.
Obrigado, Presidente Rodrigo Pacheco.
E, mais uma vez, parabéns pela sua decisão de prorrogar a CPI.