Fala da Presidência durante a 74ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Quadrilheiro Junino.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar o Dia do Quadrilheiro Junino.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2021 - Página 56
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA, CORRELAÇÃO, FESTA JUNINA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020, que institui o Sistema de Deliberação Remota do Senado Federal, em atendimento ao Requerimento nº 271, de 2021, do Senador Izalci Lucas e outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. A sessão é destinada a comemorar o Dia do Quadrilheiro Junino.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Hamilton Teixeira dos Santos, Presidente Nacional da Confederação Nacional de Quadrilhas Juninas; Sr. Sérgio Luiz Santos Pereira, Presidente da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas; Sr. José Pereira da Silva, Presidente de honra da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas; Sra. Michelly Miguel, Presidente da Federação das Quadrilhas Juninas e Similares do Estado de Pernambuco; Sr. Francisco Jozivaldo Ferreira, Presidente da União Junina; Sra. Samara Rosa de Albuquerque Ribeiro, Diretora da União Junina; Sra. Maria Eduarda Leles dos Santos, quadrilheira campeã da União Junina; Sr. Claudeci Ferreira Martins, Presidente da Quadrilha Junina Campeã Nacional de Samambaia, aqui do Distrito Federal; Sra. Vilma Campos Paz Bezerra, Presidente e fundadora da Quadrilha Junina Chapéu de Palha, do Gama, DF; e o Sr. Robson Vilela, Diretor da Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno.

    E agradeço a presença, neste momento, da nossa querida e amiga Senadora Nilda Gondim.

    Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.

(Procede-se à execução do Hino Nacional. )

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) – Assistiremos, agora, a um vídeo institucional.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) – Quero cumprimentar a minha querida amiga Senadora Nilda Gondim, o Senador Veneziano Vital do Rêgo, cumprimentar o Sr. Hamilton Teixeira dos Santos, que é o Presidente Nacional da Confederação Brasileira de Entidades Juninas; o Sr. Sérgio Luiz Santos Pereira, também Presidente da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas; o Sr. José Pereira da Silva, Presidente de Honra da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas; a Sra. Michelly Miguel, Presidente da Federação das Quadrilhas Juninas e Similares do Estado do Pernambuco; o Sr. Francisco Jozivaldo Ferreira, Presidente da União Junina; a Sra. Samara Rosa de Albuquerque Ribeiro, Diretora da União Junina; a Sra. Maria Eduarda Leles dos Santos, Quadrilheira campeã da União Junina; o Sr. Claudeci Ferreira Martins, Presidente da Quadrilha Junina Campeã Nacional de Samambaia, daqui, do Distrito Federal; a Sra. Vilma Campos Paz Bezerra, Presidente e também Fundadora da Quadrilha Junina Chapéu de Palha, aqui do Gama, do Distrito Federal; e o Sr. Robson Vilela, Diretor da Liga Independente de Quadrilhas Juninas do DF e Entorno.

    Senhoras e senhores, a escritora Rachel de Queiroz dizia que cada coisa tinha a sua hora e cada hora o seu cuidado. É com esse cuidado que hoje estamos aqui para celebrar uma das manifestações culturais mais importantes do nosso País, que são as festas juninas, com a sua música, as suas comidas típicas e, sobretudo, a sua dança.

    Estamos aqui hoje, homenageando os milhares de brasileiros que fazem da quadrilha junina o ponto alto desta festa que movimenta todas as cidades e embala todo o Brasil por, pelo menos, 30 dias. Além da alegria, da dança, da música e das comidas típicas presentes nessas comemorações, os três santos católicos, Santo Antônio, São João e São Pedro, são homenageados no mês de junho. Os folguedos são intensos no mês de junho. Entretanto, grupos profissionais se apresentam em festas e participam de concursos durante vários meses por ano.

    A preparação com ensaios, seleção de temas, confecção de roupas começa no mês de janeiro. Os grupos viajam, se apresentando e concorrendo em festivais espalhados por todo o Brasil. Aqui na Capital Federal, os nossos grupos já colecionam títulos e prêmios tanto no nível local quanto no nacional. Já levaram as nossas quadrilhas a se apresentarem em vários países da Europa. Hoje, os Estados têm suas próprias entidades e nacionalmente são representadas na Confederação que as congrega.

    As festas juninas chegaram ao Brasil com a vinda da Corte Portuguesa. Inicialmente, era uma festa restrita aos palácios, mas, pouco tempo depois, se tornou popular, com a união dos rituais indígenas para celebrar a agricultura na colheita da mandioca e do milho e a vinda dos jesuítas com suas festas religiosas.

    Alguns estudiosos afirmam que as festas juninas trazem grande influência da cultura dos portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Segundo eles, da França, veio a dança, quadrille, os fogos de artifícios chegaram da China e a dança com as fitas teria vindo de Portugal e da Espanha. Há controvérsias sobre essas influências, mas é certo que a quadrille francesa chegou ao Brasil, se popularizou e se fundiu com as danças que já existiam em nossas terras.

    Quem já dançou quadrilha, conhece os termos franceses abrasileirados, como "anavantur", "anarriê", "travessê" e "sangé", que, juntos com os portugueses "caminho da roça", "aí vem chuva", "olha o túnel" e "a ponte caiu", entre outros, compõem os passos e gestos da quadrilha junina.

    Neste contexto, cabe lembrar que o grande escritor nordestino, paraibano Ariano Suassuna, com muita propriedade nos ensina que "toda arte é local antes de ser regional, mas, se prestar, será contemporânea e universal".

    Senhoras e senhores, para além da alegria da música, da dança e dos folguedos, as festas juninas trazem números que surpreendem. Somente nas festas de Caruaru, Campina Grande, Mossoró, Aracaju e Santo Antônio de Jesus, são mais de 7 milhões de pessoas que participam. Se pensarmos em termos de Brasil, esse número chega a 30 milhões de pessoas. Gera-se emprego e renda. Os comerciantes dizem que o aumento nas vendas chega a 15%.

    Embora estejamos passando por uma crise inimaginável com a pandemia do coronavírus, a esperança por dias melhores já está voltando aos corações e mentes dos brasileiros. Tenho certeza de que sairemos dessa pandemia, e nossas celebrações voltarão brevemente, porque somos um povo forte, guerreiro e temos uma fé inquebrantável.

    Dias melhores virão e vamos celebrar com nossas quadrilhas as festas juninas e em cada canto deste País. O Brasil vai ultrapassar essa crise e voltaremos a festejar a nossa cultura e nossas tradições.

    Celebrar, nesta sessão virtual, o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino é a nossa sincera homenagem para todos vocês que fazem, com muito amor e dedicação, a preservação da nossa cultura popular em cada canto deste País.

    Faço esta homenagem como sempre tenho feito ao longo dos anos. Essa data jamais poderá passar em branco, pois representa o reconhecimento e o agradecimento ao povo nordestino, responsável pela cultura das festas juninas, que saiu das fazendas e dos rincões para todas as regiões, e, hoje, é universal. E, certamente, vai permanecer, geração após geração, aqui e em outros cantos do mundo.

    Senhoras e senhores, já chegando ao final deste pronunciamento, eu tomo a liberdade de render minhas homenagens especiais a duas personalidades. representantes das nossas quadrilhas aqui no Distrito Federal.

    Tenho a honra de destacar minha querida amiga, Vilma Campos Paz Bezerra, baiana de nascimento, que aqui chegou pioneira nos anos 60 e fundou em 1983, a Quadrilha Chapéu de Palha e criou o Grupo Teatral Luarte, do Gama. Prestou grandes serviços à cultura popular e à juventude na área social; disputou e foi premiada em vários concursos por longos anos, em todo o Distrito Federal; foi presidente da escola de samba Mocidade Independente do Gama, mas é com a Quadrilha Chapéu de Palha, que, até os dias de hoje, Vilma Campos vem fomentando a cultura popular no Gama, mesmo com todas as dificuldades que enfrenta para manter o trabalho social que realiza por meio do movimento cultural que lidera.

    Outra homenagem especial vai para o meu querido José Pereira, maranhense de nascimento, registrado em Teresina, no Piauí, e que chegou em Brasília, em 1968, e foi morar na Ceilândia, onde criou seu movimento cultural: a quadrilha José Pereira, vitoriosa desde 1996. A quadrilha foi fundada para dar oportunidade aos jovens de participarem das festas juninas e dos festivais da Associação dos Moradores do Setor O.

    Hoje, vive em Vicente Pires e se destaca pela fundação da Liga de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno, sendo também o fundador da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq), da qual é Presidente e batalhador em defesa de políticas culturais para as entidades irmãs dos Estados brasileiros.

    A esses dois guerreiros da nossa cultura popular brasileira, Vilma e Zé, as minhas sinceras homenagens.

    Meus amigos e minhas amigas, no início deste pronunciamento usei uma frase da grande escritora cearense Rachel de Queiroz, que repito: "Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado". Hoje, o nosso cuidado e o nosso carinho vão para esses homens e mulheres que fazem da dança e da música a alegria de todos nós.

    Estamos aqui, em festa, celebrando o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino, uma homenagem a todos que amam nossa cultura, nossas tradições e, sobretudo, acreditam no nosso País e em nossa gente, que trabalha e produz.

    Viva Santo Antônio, viva São João e viva São Pedro, os nossos padroeiros juninos e de fé desse nosso grande Brasil.

    Obrigado.

    Vamos agora assistir a uma contação de história em homenagem ao Dia do Quadrilheiro Junino.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) – Antes de passar a palavra para os nossos convidados, eu concedo a palavra ao nosso Vice-Presidente do Senado Federal, Senador Veneziano Vital do Rêgo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2021 - Página 56