Pronunciamento de Eduardo Girão em 07/07/2021
Pela ordem durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Elogio ao pronunciamento do Presidente Rodrigo Pacheco relacionado à nota do Ministério da Defesa na qual critica a declaração do Senador Omar Aziz, Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, acerca do envolvimento de militares das Forças Armadas em atos ilícitos no Ministério da Saúde.
Criticas à CPI em razão da politização e da condução dos trabalhos.
- Autor
- Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
- Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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SENADO:
- Elogio ao pronunciamento do Presidente Rodrigo Pacheco relacionado à nota do Ministério da Defesa na qual critica a declaração do Senador Omar Aziz, Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, acerca do envolvimento de militares das Forças Armadas em atos ilícitos no Ministério da Saúde.
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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
- Criticas à CPI em razão da politização e da condução dos trabalhos.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/07/2021 - Página 54
- Assuntos
- Outros > SENADO
- Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
- Indexação
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- ELOGIO, PRONUNCIAMENTO, PACIFICAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, RODRIGO PACHECO, NOTA OFICIAL, MINISTERIO DA DEFESA, CRITICA, OMAR AZIZ, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), ATO ILICITO, MILITAR, FORÇAS ARMADAS, MINISTERIO DA SAUDE (MS).
- CRITICA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ATUAÇÃO, DISPUTA, POLITICA, DESTAQUE, APURAÇÃO, CORRUPÇÃO.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Pela ordem.) – Muitíssimo obrigado, Presidente Rodrigo Pacheco. Eu não poderia ser omisso e não vir aqui utilizar esse microfone junto aos colegas Senadores para parabenizá-lo pela sua fala visando à pacificação, visando à união, que é urgente em nosso País. A situação está a cada dia ficando mais delicada. Nas ruas, nas feiras, nos mercados, a gente vê a nossa Nação dividida, completamente dividida. Senador Jean Paul Prates, um barril de pólvora está virando o Brasil, e isso é extremamente perigoso. E o senhor, que veio de Minas Gerais, uma terra com tantos humanistas, pacifistas, que o senhor tenha essa disposição de acompanhar um pouco mais de perto a CPI. É um apelo que eu lhe faço. Tudo está sendo politizado no País e não há meio-termo, Senador Esperidião Amin, não há meio-termo. Ou você tem que ser contra o Governo, ou você tem que ser a favor do Governo. Não existe um caminho do meio, de equilíbrio. É uma cegueira política jamais vista, irracional. Politizou-se o futebol, campeonato de futebol foi politizado na cara de todo mundo. Politizou-se tratamento médico, tratamento médico se politizou neste País.
Com todo o respeito, eu só tenho que ter gratidão por fazer parte dessa CPI, porque eu estou aprendendo muito com os colegas. Até no momento de renúncia, em alguns momentos em que a gente vê injustiças acontecendo, parar, respirar, se centrar para não entrar na emoção que permeia essa CPI o tempo inteiro, mas não tem como tirar a conotação politiqueira dela. Não tem! Quem acompanha essa CPI desde o início, vê as manipulações explícitas que acontecem nela. É vergonhoso, no momento em que a gente vive, a intimidação de testemunha, a indução de resposta. É algo que é aberração por cima de aberração. Isso é reprovável e é um péssimo exemplo que a gente dá para a nossa população no momento em que a gente precisa pacificar, como disse o Presidente Rodrigo Pacheco. O que a gente está vendo ali é inclusive colegas de Senado ameaçando uns aos outros, agredindo uns aos outros. Olha o exemplo que a gente está dando para o povo brasileiro!
Sabe o que aconteceu, Senador Rodrigo Cunha? Nesse final de semana, no Ceará, eu fui dar uma rodada e conversar com as pessoas na feira. Senador Giordano, gente chegou até mim e disse: "Eu gosto de ver é briga. Eu gosto de ver é um atacando o outro. Eu deixo ligado para ver a confusão". Ainda quem assiste a essa CPI está com esse sentimento perigosíssimo. Muita gente deixou, Senadora Leila, de assistir, porque viu o que está acontecendo. Está claro o que está acontecendo!
Hoje, um dia triste. Hoje, um dia... Desproporcional à medida que aconteceu. Eu pedi acareação. Durante o depoimento lá, eu fiz a solicitação, Senador Rodrigo Pacheco, que eu acredito ser justa e equilibrada, e pedi a acareação dos dois: do Roberto Dias e do Dominguetti, porque estava havendo inconsistência. Mas se chegar ao ponto...
Eu estava sentadinho ao lado do Senador Esperidião Amin, ali, na ponta direita, quando veio a notícia da prisão, da voz de prisão. Esta sessão já tinha começado, e todo mundo falando: "Olha, mas tem que encerrar, tem que encerrar". Já estávamos votando e acontece, aos 47 minutos do segundo tempo, uma decisão extremamente, no meu modo de entender – respeito quem pensa diferente –, arbitrária, precipitada, que joga mais gasolina, querosene para apagar esse incêndio do Brasil, Senador Dário Berger, que a gente precisa ter coragem para enfrentar.
Corrupção, nós temos que investigar, faz parte, está lá! Nos dois requerimentos que foram apensados, um do Senador Randolfe Rodrigues para investigar ações e omissões do Governo Federal, Senador Portinho, e o outro meu, assinados por 45 colegas – muitos estão aqui – para investigar o Governo Federal, sim, mas também os bilhões de reais que foram enviados para Estados e Municípios...
E eu pergunto aos colegas aqui, Senador Angelo Coronel, pergunto a vocês, porque eu acho que é unanimidade, Senador Roberto Rocha, Senador Zequinha Marinho, Senador Vanderlan... Até a Oposição sabe que não faltou dinheiro. Não faltou dinheiro no combate à pandemia – a gente tem que reconhecer –, mas sobraram escândalos de corrupção, Senador Carlos Fávaro. A Polícia Federal já fez mais de 70 em Estados e Municípios. O Consórcio Nordeste é uma vergonha! Eu me sinto envergonhado, já me encaminhando para o fim, Senador Rodrigo Pacheco. Envergonhado! Como é que essa CPI não quer olhar para o Consórcio Nordeste? Estão lá as provas, eu mostrei tudo: relatório de TCU, relatório de CGU. Já foi autorizada a convocação do Ministro Wagner Rosário, que quer ir à CPI, mas a CPI não quer ouvir. Ficam protelando, empurrando com a barriga. Só querem olhar um lado, e a gente tem que olhar a corrupção onde ela estiver.
Para encerrar, eu quero fazer um apelo aos colegas. Eu acho que chegou a hora da serenidade, de darmos o exemplo e procurar fazer diferente daqui para a frente. Fazia cinco meses que a gente não se reunia no Plenário? Mais ou menos isso. Estamos tendo a oportunidade neste dia, que eu acho que é o ápice... Nós chegamos ao ápice da arbitrariedade dentro dessa CPI, e por isso a gente precisa ter responsabilidade, porque tudo que a gente planta a gente colhe, e esta Casa precisa dar o exemplo.
Então, eu lhe agradeço muito pela oportunidade, Senador Rodrigo Pacheco, e lhe faço um apelo: acompanhe mais de perto essa CPI. Ela pode trazer resultados importantes para o Brasil, como a CPI do Mensalão trouxe, como outras CPIs que quiseram olhar toda a verdade, e não apenas parte dela. Então, eu lhe faço este apelo para que o senhor possa, de alguma forma, socorrer a República do Brasil, porque o momento é extremamente delicado e precisa de pessoas com serenidade, com boa vontade, com o desejo de fazer o bem como o senhor tem.
Muito obrigado.