Discurso durante a 89ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o número expressivo de pessoas no Brasil que não querem se vacinar contra a Covid-19. Citação de matéria da jornalista Flávia Mantovani.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Combate a Epidemias e Pandemias:
  • Preocupação com o número expressivo de pessoas no Brasil que não querem se vacinar contra a Covid-19. Citação de matéria da jornalista Flávia Mantovani.
Publicação
Publicação no DSF de 13/08/2021 - Página 30
Assunto
Política Social > Saúde > Combate a Epidemias e Pandemias
Indexação
  • PREOCUPAÇÃO, PESSOAS, OPOSIÇÃO, VACINAÇÃO, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA, CITAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNALISTA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar. Por videoconferência.) – Boa noite, Presidente Rodrigo Pacheco, Senadores, Senadoras, autores e relatores do dia de hoje. Belos projetos: Jayme Campos, Marcos Rogério, Marcos do Val, Dário Berger e Deputada Paula Belmonte.

    Presidente e Senadores, eu estou muito preocupado com pesquisa recente que diz que número expressivo de pessoas no Brasil não querem se vacinar: 22% dos brasileiros dizem que não pretendem se vacinar, segundo uma pesquisa divulgada já amplamente pelos meios de comunicação.

    Claro, nós temos aí a propaganda absurda que é feita dizendo que a vacina não é necessária. Por isso, eu volto a uma matéria, Sr. Presidente, que até citei ontem, da Flávia Mantovani, onde ela diz que, nos Estados Unidos, 90% dos mortos são aqueles que não se vacinaram de julho pra cá.

    Pacientes graves dão depoimento para tentar convencer outros céticos a se imunizarem. Diz a médica:

"Estou recebendo pessoas jovens e saudáveis no hospital com infecções muito graves por covid. Uma das últimas coisas que eles fazem antes de serem intubados é implorar pela vacina. Eu seguro a mão deles e digo que sinto muito, mas é tarde demais."

O relato é da médica Brytiney Cobia, do estado americano do Alabama, que escreveu um post em suas redes sociais contando como tem sido o seu dia a dia na "pandemia dos não vacinados" – como tem sido chamada a atual fase nos EUA, na qual há vacinas suficiente para todos, mas muita gente [...] [a exemplo desses 22% no Brasil, não querem se vacinar].

Cobia segue contando que, após a morte do paciente, diz a seus familiares que a melhor forma de honrarem a pessoa amada é irem se vacinar e encorajarem outros conhecidos [e parentes] a fazerem o mesmo.

[Aí, conta ela que] "Eles choram. E dizem que não sabiam. Eles achavam que era um hoax. Eles achavam que era político. Achavam que era 'apenas uma gripe' [ou um mal estar]. Eles gostariam de poder voltar atrás. Mas não podem. Então, [diz a médica] me agradecem e vão se vacinar. E eu volto ao consultório, faço a notificação da morte e faço uma oração para que [...] [essas perdas ajudem pelo menos a salvar outras vidas]."

Protesto antivacina em Michigan.

No Alabama, 94% dos internados e 96% dos mortos por covid são pacientes que não se vacinaram, segundo dados da Associação dos Hospitais e da Secretaria de Saúde do Estado.

Nos Estados Unidos como um todo [, Presidente], mais de 99% das mortes pelo coronavírus atualmente são de não vacinados, informou o Conselheiro da Casa Branca para a Crise Sanitária, Anthony Fauci, em julho.

[Repito:] Entre os hospitalizados, eles são 97%, disse também no mês passado Rochelle [...], diretora do Centro de Controle de Doenças do governo americano.

Alguns desses pacientes se recusam até a acreditar que têm covid-19, mesmo com os resultados dos exames e a confirmação dos médicos, contou um [...] intensivista ao New York Times. Mas outros se arrependem de não terem tomado a vacina e, depois que se curam, dão seu depoimento nas redes sociais [felizmente], em programas de TV ou em campanhas de saúde para convencer as pessoas céticas [a se vacinarem].

    Aí eu termino, Presidente, com uma frase forte que eles dizem:

"Se eu soubesse o que sei agora, definitivamente teria me vacinado", disse um trabalhador da indústria, Joshua Garza, morador do Texas, à emissora de TV ABC. Aos 43 anos, ele teve que passar por um raro transplante duplo de pulmão [transplante duplo de pulmão], após os seus pararem de funcionar depois da infecção do coronavírus.

Ele foi internado em fevereiro e, em abril, recebeu o transplante. Foram várias semanas de recuperação e ele ainda está se reabilitando. [Aí ele diz:] "Teria sido muito mais fácil tomar a vacina do que passar [...] [por aquilo que passei]".

    E o médico, naturalmente, foi na mesma linha em uma entrevista.

Garza diz esperar que a sua história inspire outras pessoas [não só lá nos Estados Unidos, mas também no mundo, no caso, no Brasil]. "Quando eles te dizem que os seus pulmões estão falhando, você vai dormir sem saber se vai acordar no outro dia [...] [se vai estar morto ou não].

    Espero, Sr. Presidente, que esses comentários reais, verdadeiros, sirvam de exemplo para aqueles do mundo e do Brasil que se negam a tomar a vacina, não reconhecendo a sua importância. Vacinas salvam vidas! Com isso, estamos trabalhando para que esses exemplos salvem vidas, e não permitam mortes cruéis como essas que estão acontecendo.

    Era isso, Presidente. Obrigado pela tolerância, como sempre, de V. Exa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/08/2021 - Página 30