Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da situação dos incêndios florestais no Estado de Mato Grosso do Sul. Preocupação com a perda da superfície de água doce no País, com destaque para o Pantanal. Apelo ao Líder do Governo, Senador Fernando Bezerra Coelho, para que o Governo Federal inicie uma campanha publicitária em massa pela racionalidade do uso da água. Pedido de que sejam levadas à COP 26 políticas públicas voltadas à proteção da água.

Autor
Simone Tebet (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Desenvolvimento Sustentável, Recursos Hídricos, Vegetação Nativa:
  • Registro da situação dos incêndios florestais no Estado de Mato Grosso do Sul. Preocupação com a perda da superfície de água doce no País, com destaque para o Pantanal. Apelo ao Líder do Governo, Senador Fernando Bezerra Coelho, para que o Governo Federal inicie uma campanha publicitária em massa pela racionalidade do uso da água. Pedido de que sejam levadas à COP 26 políticas públicas voltadas à proteção da água.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2021 - Página 80
Assuntos
Meio Ambiente > Desenvolvimento Sustentável
Meio Ambiente > Recursos Hídricos
Meio Ambiente > Vegetação Nativa
Indexação
  • REGISTRO, SITUAÇÃO, QUEIMADA, PANTANAL MATO-GROSSENSE, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), PREOCUPAÇÃO, PERDA, AGUA, SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INICIO, CAMPANHA, PUBLICIDADE, UTILIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para discursar.) – Obrigada, Sr. Presidente.

    Sras. e Srs. Senadores, eu acabo de receber do meu Estado, do Coronel Bombeiro Militar Djan, pedindo licença, inclusive, para entrar aqui no meu WhatsApp para prestar contas em relação às queimadas do Pantanal.

    Muitos Senadores me abordaram e ele nos tranquiliza, Sr. Presidente, porque, comparado ao ano passado, nós estamos, realmente, com um número de hectares queimados muito aquém – muito aquém – do que o ano de 2020, graças ao trabalho efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

    Então, houve uma redução significativa dos incêndios florestais, mas, apesar disso, Sras. e Srs. Senadores, nós estamos diante de uma realidade assustadora no Brasil. Em 30 anos, Senador Cid, o Brasil perdeu cerca de 15% da superfície de água doce. Repito: em 30 anos, o Brasil perdeu 15% da sua água doce. Só no meu Estado, que foi o mais impactado, o Pantanal, que é a maior bacia, a maior planície alagável do mundo, pasmem, perdeu, em 15 anos, 74% da sua água. O Pantanal, em 15 anos, perdeu 74% da sua planície.

    O que significa isso, nas palavras do Senador Randolfe? Quer dizer que, em uma década, daqui a dez anos, nós não vamos ter mais o Pantanal? Se nada fizermos, poderemos correr o risco de não termos mais o Pantanal.

    Estou falando do Pantanal, mas isso serve para a Caatinga, serve para todo o Cerrado, serve para a Floresta Amazônica. O Rio São Francisco já perdeu 10% do seu potencial de água, o Rio São Francisco, tão importante para levar água à população do Nordeste.

    O problema ambiental está diante dos nossos olhos e aí eu me dirijo ao Líder do Governo. Está na hora, Líder, querido Líder e Senador do MDB Fernando Bezerra, de o Governo Federal parar com negacionismo ambiental. É preciso campanha publicitária, campanha! Aquela máxima de que, "no Brasil, em se plantando, tudo dá" e de que o Brasil vai ser o último país do mundo em que vai faltar água doce não é mais verdade. Repito: o Pantanal perdeu 74% de sua água nos últimos 15 anos; o Brasil perdeu 15%. O que será da nossa agricultura? O que será dos nossos grãos? O que será da nossa população brasileira mais carente, que terá alimentos mais caros à mesa?

    Então, fica aqui um pedido ao Governo Federal: vamos começar, ontem, uma campanha publicitária da racionalidade do uso da água doce, da importância de se cuidar do meio ambiente em um desenvolvimento autossustentável.

(Soa a campainha.)

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – Aqui, para finalizar, Sr. Presidente, não é uma disputa do agronegócio com o meio ambiente; eles convivem perfeitamente bem. O agronegócio não é o vilão do meio ambiente, ao contrário. O agronegócio precisa do meio ambiente sustentado, sustentável, precisa de água para irrigar sua lavoura, precisa dos animais, das florestas. Então, não há um discurso... Não é incompatível no discurso e muito menos incompatível na prática.

    A Amazônia está tendo... Imaginem! A Amazônia, do Senador Eduardo Braga, está tendo que construir reservatórios privados! Isso é inimaginável no momento em que nós sabemos o que significa o Estado do Amazonas e toda a Amazônia Legal para o Brasil.

    Então, fica aqui esse pedido, lembrando, para finalizar, que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26, acontecerá, ainda neste ano, na Escócia. Nós temos que levar para lá não só o título de termos a Amazônia Legal, os maiores...

(Soa a campainha.)

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS) – ... e mais caudalosos rios do mundo de água doce. Nós temos que levar para lá uma ação efetiva e dizer que o Brasil tem política pública voltada à proteção da água, o bem mais precioso, voltada à proteção da Floresta Amazônica, políticas públicas que possam garantir a cada brasileiro e também ao mundo um desenvolvimento autossustentável.

    Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2021 - Página 80