Discurso durante a 103ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear os 70 anos de fundação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária – PANAFTOSA.

Autor
Acir Gurgacz (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RO)
Nome completo: Acir Marcos Gurgacz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Homenagem:
  • Sessão Especial destinada a homenagear os 70 anos de fundação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária – PANAFTOSA.
Publicação
Publicação no DSF de 31/08/2021 - Página 26
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, FUNDAÇÃO, FEBRE AFTOSA, VETERINARIA, VIGILANCIA SANITARIA, SAUDE, ANIMAL, PECUARIA, COMENTARIO, ESTADO DE RONDONIA (RO).

    O SR. ACIR GURGACZ (PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - RO. Para discursar.) – Boa tarde, Sr. Presidente Izalci, que preside esta sessão!

    Minha saudação a todos os nossos convidados que fazem parte desta grande Mesa em comemoração aos 70 anos de fundação do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (Panaftosa).

    Cumprimento todos os participantes deste evento pela importância em celebrar os resultados desse profícuo trabalho executado no Brasil e em todo o continente americano.

    O trabalho do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa precisa, realmente, ser comemorado pelos produtores rurais, pecuaristas, a indústria da carne e todas as pessoas envolvidas e beneficiadas com a defesa agropecuária e sanidade animal no Brasil e em todo o mundo, porque resulta, efetivamente, no crescimento da renda e melhoria da qualidade de vida para o nosso agricultor e também nas fontes de divisas para o nosso País. Este centro de excelência surgiu a partir de um acordo entre a Organização dos Estados Americanos e o Governo do Brasil, para apoiar os países no combate à febre aftosa, doença animal que estava presente em todo o continente americano.

    O Panaftosa foi criado em 27 de agosto de 1951 e continua até hoje vinculado à Organização Pan-Americana da Saúde e à Organização Mundial da Saúde.

    Neste momento histórico, somos os pioneiros desta (Falha no áudio.) ... e ao pessoal do quadro dessa instituição, que tanto tem contribuído para melhorarmos, dia após dia, a qualidade do nosso rebanho, da nossa carne, que hoje é referência mundial de excelência.

    O Panaftosa assinalou importantes marcos no combate para a erradicação da doença através de seus laboratórios de diagnósticos e produção de vacinas e do estabelecimento de programas regionais, como a Comissão Sul-Americana de Luta contra a Febre Aftosa, a Cosalfa, bem como o trabalho de parceria com os governos de diversos países, especialmente com o Brasil, onde atua em diversos Estados brasileiros, colaborando com instituições públicas e privadas.

    Ainda que a febre aftosa tenha sido a origem de sua criação, o Panaftosa foi expandindo o seu âmbito de atuação para as áreas de zoonoses e qualidade de alimentos. Graças a uma abordagem multissetorial, o centro conseguiu se destacar como uma instituição especializada nessas áreas, sendo pioneiro na implementação de programas para gestão de riscos sanitários sob o conceito de saúde única, considerando a interface entre humanos, animais e meio ambiente.

    Foi graças a esse trabalho que o Brasil está conseguindo se livrar da febre aftosa em seu rebanho bovino; primeiro, com a aplicação da vacina e, agora, muitos Estados já conquistando o status de livre de aftosa sem vacinação, como ocorreu recentemente no nosso Estado de Rondônia.

    Ao longo dessas sete décadas de caminho percorrido, é oportuno relembrar a história de lutas, de trabalho duro para melhorar a qualidade dos rebanhos e da nossa carne, celebrar as conquistas alcançadas, refletir e trabalhar ainda mais, olhando para o futuro nesse esforço coletivo pela erradicação da febre aftosa e para a melhoria da defesa agropecuária e sanidade animal do nosso País.

    Em todo o continente americano, eu destaco o trabalho feito em parceria com o Ministério da Agricultura em todo o Brasil, mas, especialmente, o trabalho realizado no nosso Estado de Rondônia, em parceria com a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia, o Idaron, e o Fundo Emergencial de Febre Aftosa de Rondônia, o Fefa, um fundo criado pela iniciativa privada para reforçar o sistema de defesa sanitária e garantir segurança aos produtores.

    O Estado de Rondônia é um exemplo da competência dessa rede de defesa agropecuária responsável pela qualidade de nosso rebanho e da nossa carne.

    Este trabalho conjunto iniciou-se em Rondônia, há 22 anos, portanto, em 1999, e contribuiu de forma decisiva para que o nosso Estado fosse certificado pela Organização Mundial da Saúde Animal, em 2003, como área livre de febre aftosa com vacinação e, neste ano de 2021, recebesse a certificação de área livre de aftosa sem vacinação.

    Essa certificação da qualidade de nosso rebanho, da nossa carne, certamente está sendo decisiva para a implantação de mercados externos, o que também resulta em divisas para o mercado interno e, especialmente, para a geração de emprego e renda em Rondônia e em todo o nosso País. Com mais de 14 milhões de cabeças de gado, Rondônia tem hoje o sexto maior rebanho bovino do País, sendo o 4º em exportação de carne e 8º produtor de leite.

    Em relação à Região Norte, o Estado possui o segundo maior rebanho, ficando atrás apenas do Pará, mas com a maior exportação de carne e produção de leite. Os últimos 70 anos foram de muito trabalho para a aftosa e para todos os pecuaristas, frigoríficos e o mercado de carne em modo geral.

     Com relação ao futuro, creio que temos que continuar vigilantes e trabalhando duro para manter as conquistas e avançar ainda mais. Para a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia, pelas palavras do seu Presidente Júlio Cesar Rocha Peres, que diz: O reconhecimento impõe desafios e será preciso manter o rigor dos cuidados sanitários e que o produtor rural terá papel ainda mais importante para garantir a manutenção desse novo status sanitário; para o Presidente do Fefa (Fundo Emergencial de Febre Aftosa de Rondônia), Sr. José Vidal Hilgert, diz o seguinte: "Trata-se de uma caminhada importante que começou com a constituição do fundo e com investimentos no fortalecimento do sistema de defesa e o status mundial de área livre de aftosa é um referencial de primeira linha, algo que os setores da produção almejam há muito tempo".

    Em um País de dimensões continentais, como o Brasil, de fronteira extensa com diversos países, qualquer descuido pode representar um enorme prejuízo para a saúde da população e para a nossa economia. Portanto, esse trabalho tem que ser de todos do Brasil e dos demais países do continente americano.

    Como Presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, estaremos sempre juntos com os demais Senadores atuando no sentido de fortalecer as instituições e nas discussões dos temas relevantes para a continuidade do trabalho.

    Parabéns a todos que trabalham nessa grande rede de sanidade animal e o nosso profundo reconhecimento aos pecuaristas, produtores rurais, agentes de defesa agropecuária e colaboradores desse setor, hoje em especial, o Panaftosa pela seriedade, competência e compromisso com o desenvolvimento do Brasil e de todo o continente americano.

    Eram essas minhas colocações, Sr. Presidente.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/08/2021 - Página 26