Fala da Presidência durante a 96ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear os Atletas Olímpicos Brasileiros que participaram dos jogos olímpicos de Tóquio 2020/2021.

Autor
Leila Barros (CIDADANIA - CIDADANIA/DF)
Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Desporto e Lazer, Homenagem:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a homenagear os Atletas Olímpicos Brasileiros que participaram dos jogos olímpicos de Tóquio 2020/2021.
Publicação
Publicação no DSF de 24/08/2021 - Página 9
Assuntos
Política Social > Desporto e Lazer
Honorífico > Homenagem
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, HOMENAGEM, ATLETA PROFISSIONAL, COMITE OLIMPICO BRASILEIRO (COB), PARTICIPAÇÃO, OLIMPIADAS, TOQUIO, JAPÃO, COMENTARIO, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, DISCUSSÃO, IMPORTANCIA, PLANO NACIONAL, ESPORTE.

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial remota foi convocada nos temos do ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, e em atendimento ao Requerimento nº 1.855, de 2021, da Senadora Leila Barros e outros Senadores, aprovados pelo Plenário do Senado Federal.

    A sessão é destinada a homenagear os atletas olímpicos brasileiros que participaram dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020/2021, na pessoa dos medalhistas olímpicos e do Comitê Olímpico Brasileiro.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Paulo Wanderley Teixeira, Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB); Sra. Laura Pigossi, tenista e medalhista de bronze; Sra. Luisa Stefani, tenista e medalhista de bronze; Sra. Eduardo Pedroso Frick, chefe da delegação de tênis; Sr. Jaime Oncins, técnico da delegação de tênis; Sr. Daniel Melo, técnico da delegação de tênis; Sr. Bruno Souza, Secretário Nacional do Esporte de Alto Rendimento do Ministério da Cidadania; Sra. Tatiana Lobo, chefe de equipe da Seleção Brasileira de Skate; Sra. Ketleyn Lima Quadros, judoca brasiliense e medalhista nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008; Sr. Kawan Figueredo Pereira, saltador brasiliense e medalhista nos Jogos Pan-Americanos de Lima em 2019; e o Sr. Roberto Valdemar, supervisor da Seleção Masculina de Futebol Olímpica.

    Eu convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) – Sras. e Srs. Senadores, internautas e telespectadores que acompanham os nossos trabalhos, acessando os veículos de comunicação e as plataformas de notícias do Senado Federal, quero saudar especialmente aos atletas que representaram a nossa equipe olímpica brasileira, ressaltando o imenso bem que esses briosos concidadãos proporcionaram a todo o nosso povo.

    O Senado da República reverencia nesta oportunidade as guerreiras e os guerreiros que, no cotidiano dos seus árduos treinos, abdicam de parte de suas vidas na construção de seus sonhos e abrem mão do convívio com seus queridos. São nossos heróis do cotidiano, a maioria desconhecida do público, até que a grande performance de visibilidade mundial os escrevem no panteão dos vencedores, na história do esporte do Brasil e em nossos corações.

    Saúdo também os demais convidados que participam desta sessão especial. Transmito um abraço carinhoso à comunidade esportiva e aos brasileiros e brasileiras que, como eu, torceram e se emocionaram com cada performance dos nossos atletas olímpicos.

    Aqui comigo, neste Plenário virtual, mas, presentemente, está a nossa judoca medalhista olímpica, "calanga" também de Brasília, como eu, a Ketleyn Quadros, e o atleta dos saltos ornamentais, o Kawan, que também é de Brasília e que também nos representou nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sejam bem-vindos os dois. Muito obrigada em nome do Senado Federal.

    Começo as minhas palavras com uma confissão: vibrei como nunca, me emocionei bastante e senti muito orgulho assistindo à participação do Brasil nesses Jogos Olímpicos. Eu, que tive a oportunidade de disputar três Olimpíadas, de repente me vi na condição de tiete, graças ao empenho, à dedicação, ao esforço e ao talento, obviamente, de todos os nossos atletas.

    Independentemente do resultado, eu saúdo todos os presentes, foi a melhor participação do Brasil em Jogos Olímpicos. Nossa delegação foi exemplo de superação, garra, amor, principalmente amor ao esporte. Então, quero parabenizar, em nome de todos os Senadores, em nome do Congresso, do Senado Federal, essa brilhante participação de todos vocês nessa edição em Tóquio.

    Quer queira ou não, nós brasileiros somos um povo especial e ímpar. A miscigenação e a nossa diversidade cultural nos permite ser alegres, vibrantes, calorosos e criativos. Essas características, aliadas ao nosso talento, competência, foco e, principalmente, à resiliência, nos capacitam ao pódio de qualquer disputa. É justamente isso que as 21 medalhas conquistadas representam; por isso, todos os atletas que foram a Tóquio são dignos da nossa homenagem e reverência.

    Sras. e Srs. Senadores, infelizmente, é bem comum no Brasil que os atletas sejam obrigados a extrapolar o campo esportivo para alcançar o pódio nas competições de maior destaque. Muito além do suor, da dedicação diária e das lágrimas provocadas pela dor, além da frustração no percurso, eles, em muitas ocasiões, têm de se tornar heróis para continuarem perseguindo seus objetivos.

    Não poderia deixar de citar também o grande trabalho dos clubes no acolhimento a esses talentos, que frutificam no Brasil a cada ano. Cito, por exemplo, alguns desses clubes: o Minas Tênis Clube, o Sogipa, o Flamengo, o Fluminense, Pinheiros, entre outros. Eu, particularmente, tive a oportunidade de treinar muito em dois clubes: no Minas Tênis Clube, que é formador, e o Flamengo. Então, a esses clubes e muitos outros que não estão ali nos grandes centros, mas que também realizam um trabalho diferenciado, eu quero cumprimentar; também as parcerias com as universidades, como a Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais, que celebrou, com a nossa universidade aqui, a UnB – nós temos também um atleta que treina nesse núcleo – e, com certeza, outras universidades que também, de certa forma, apoiam esse trabalho do esporte olímpico no Brasil. Então, também eu as saúdo e agradeço a todas elas.

    O que seria do esporte brasileiro sem o importantíssimo apoio dos clubes e dessas instituições, mas tudo isso ainda é insuficiente para alcançar os resultados que os outros países alcançam. No entanto, o Brasil ressente-se da falta de um projeto amplo, norteador das políticas públicas desse importantíssimo meio de construção da nossa cidadania, não apenas no alto rendimento – que é muito importante, aliás, é um espelho –, mas notadamente na base, na interação com as escolas públicas, como alicerce de uma política pública de saúde e educação de qualidade, principalmente no período pós-pandemia. Esse retorno é importantíssimo. O entendimento da importância do esporte.

    O Governo Federal precisa urgentemente – e eu digo isso porque o Congresso Nacional está preparado para debater – do Plano Nacional do Desporto, que esperamos desde 1998, quando entrou em vigor a Lei 9.615, conhecida como a Lei Pelé.

    Todos aqui sabemos, senhoras e senhores, dos benefícios que a prática esportiva provoca em uma pessoa e em uma sociedade como um todo. Quantos jovens poderiam ter tido uma chance na vida se tivessem tido a oportunidade de praticar esporte? Esporte é vida, é educação, é saúde, é caminho para uma vida saudável.

    Recentemente enviamos um ofício ao Ministério da Cidadania pedindo informações sobre o atraso. Lembro que, em 2019, presidi três audiências públicas aqui na Subcomissão permanente para tratar sobre o tema e, logo em seguida, foi realizada uma reunião – nós temos aqui o representante, o Bruno, que vai poder falar um pouquinho, depois, se puder – entre a Secretaria Especial do Esporte com o Conselho Nacional do Esporte para discussão do PND. Isso foi em setembro ainda, não é, Bruno? Acredito que de 2019 ou 2020.

    Vamos aqui cobrar esse documento para que ele chegue, pelo menos até o final do ano, para que o Congresso, enfim, possa discutir e deliberar sobre esse plano. Lembrando que esse plano não é deste Governo. Esse plano já vem... Há 23 anos o esporte vem esperando. Assim, eu quero que vocês entendam que o motivo dessa audiência é amplo, é maior do que qualquer campo político. É realmente uma discussão e uma união do esporte, para que possamos juntos, todos, debater a importância do esporte e, dentro da Casa – eu como representante e tantos outros que vocês estão vendo aqui –, nós temos o Senador Esperidião, o Senador Izalci, o Senador Marcos do Val... Na Casa temos muitos Senadores que entendem a importância do esporte e nós estaremos aqui de coração aberto para debatermos essas proposições que estão paradas aqui no Congresso e que a gente sabe que é muito importante para o esporte nacional como um todo.

    Sras. e Srs. Senadores, em Tóquio, a equipe olímpica brasileira conquistou os melhores resultados de sua história. Ficamos na 12ª posição no ranking, com 21 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze. Alcançamos o pódio em modalidades diversas, como surfe, esqueite, vela, canoagem, maratona aquática, natação, atletismo, ginástica artística, boxe, judô, tênis, vôlei e futebol. Por tudo o que as nossas guerreiras e os nossos guerreiros fizeram em Tóquio, esta Casa de leis, a Câmara Alta do Congresso Nacional brasileiro, não poderia deixar passar em branco sem prestar as devidas honras a quem se dedicou ao máximo, horas a fio de treinamento, para representar com dignidade o nosso povo, ainda mais num momento tão difícil para todos nós, que é uma crise sanitária.

    Os medalhistas brasileiros são dignos do reconhecimento de todo o povo brasileiro. E justamente porque todos os olhares se voltam aos que se provam melhores entre os melhores, exatamente porque os que trazem no peito o orgulho da premiação já se sentem gratificados, é que na presença desses bravos atletas, desses nobres medalhistas, nós desejamos render nossa mais profunda homenagem aos que, tendo competido com alma e coração, não obtiveram seu merecido lugar no pódio, mas têm o seu merecido lugar neste reconhecimento da Casa e, eu tenho certeza, de todo o povo também. São vencedores, são dignos da nossa mais profunda admiração e nos representam.

    Participar dos jogos e não conquistar uma medalha não é nenhum demérito. O fato de conquistar uma vaga e participar dos Jogos Olímpicos já é uma grande vitória e essa vitória é incontestável, visto que só os melhores do mundo são classificados para os jogos.

    Vencer importa. São metálicas as medalhas e é da natureza dos metais a condutibilidade da energia e do calor. A cada medalha obtida pelo atleta brasileiro, sentimo-nos todos energizados, aquecidos e inspirados por suas conquistas. Aos que voltaram de peito aberto, tenham certeza de que também nos inspiraram.

    É da vida de cada um de nós a alternância, incontornável, entre a queda e a ascensão. As imagens da premiação de um vencedor nos chegam com a edição refinada de um bom momento daquele ser humano que também sabe o que é perder. Aliás, no esporte a gente mais perde do que ganha e a gente sabe muito bem o que é cair, perder, levantar e vencer. Graças a Deus! Sabemos lidar muito bem com frustrações. Todos experimentamos quedas e, se não há vitória oficial a compensar as tantas horas de renúncias e treinos exaustivos, saiba o competidor brasileiro, ético, honesto, esforçado, resiliente, que a sua luta foi a sua vitória e a sua vitória é também a conquista de cada um de nós, a realização, e que somos todos muito gratos.

    Tudo o que vocês, atletas e equipes técnicas, fizeram nos Jogos Olímpicos de Tóquio entrou para a história do esporte brasileiro, mas mais do que isso, ficará para sempre gravado na história dos nossos corações. E a todos vocês eu rendo as minhas homenagens e, em nome do Senado Federal, o nosso muito obrigado.

    Eu passo agora, rapidamente, porque nós temos uma agenda cheia no Senado Federal e nós temos uma lista de oradores, mas nós temos presentes três Senadores, a quem eu gostaria de passar a palavra, porque eu sei que nós temos Comissões – existe muita coisa acontecendo –, para que eles possam, enfim, render as homenagens.

    Eu vou passar primeiro para o Senador Esperidião Amin... Não sei se ele ainda está presente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/08/2021 - Página 9