Presidência durante a 108ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Encerramento da Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir os resultados apresentados em relatório do IPCC e os impactos e recomendações para o Brasil.

Autor
Jaques Wagner (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Jaques Wagner
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Mudanças Climáticas:
  • Encerramento da Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir os resultados apresentados em relatório do IPCC e os impactos e recomendações para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 11/09/2021 - Página 29
Assunto
Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
Matérias referenciadas
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DEBATE, RESULTADO, RELATORIO, PESQUISA CIENTIFICA, MUDANÇA CLIMATICA, MEIO AMBIENTE, AMBITO, PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMATICAS (IPCC), ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), RECOMENDAÇÃO, BRASIL.

    O SR. PRESIDENTE (Jaques Wagner. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - BA) – Obrigado, Senadora Zenaide.

    Eu quero, antes de fazer o encerramento da sessão, mais uma vez agradecer a todos os convidados que se dispuseram a participar desta sessão temática que normalmente seria feita no Plenário do Senado, mas, evidentemente, em função de pandemia e de outras questões, nós a trouxemos para o espaço da Comissão do Meio Ambiente.

    Quero agradecer também a toda equipe da Secretaria-Geral da Mesa pelo apoio, à equipe aqui também da CMA, à minha equipe do gabinete, e reafirmar o que motivou esse pedido de sessão que não foi assinado só por mim, foi assinado por mais de uma dezena de Senadoras e Senadores.

    Eu creio que são evidências, Governador Casagrande, que são muito consolidadas. Não é uma opinião, é uma conclusão. Esse é o sexto relatório do IPCC, que foi criado em 1988. O primeiro deles a despertar mais interesse internacional foi o quarto relatório, de 2007, que já apontava essa marcha da insensatez, a forma como nós humanos estamos nos relacionando com o Planeta Terra e até a forma como estamos nos relacionando entre nós, com as discrepâncias sociais, e o nosso Brasil, infelizmente, é um desses que têm uma discrepância social que, na minha opinião, é um acidente absurdo: essa convivência com a opulência e a extrema pobreza.

    Então, eu quero chamar atenção, porque esse trabalho foi um trabalho feito... Eu quero insistir com isso, porque alguns ainda tentam nos levar para a armadilha de que isso é uma guerra ideológica. Neste caso não se trata de guerra ideológica, trata-se de estudos científicos. Aqui estiveram envolvidas mais de duas centenas de cientistas, inclusive vários cientistas do Brasil participaram. Se não me engano, em número de 25 ou 30 cientistas brasileiros participaram, e eu quero saudá-los a todos cumprimentando a Professora Mercedes Bustamante, que inclusive contribui conosco aqui na CMA, no Fórum da Geração Ecológica.

    Eu quero dizer isso porque às vezes vejo colegas querendo negar aquilo que é ciência. É impossível que alguém hoje duvide que a Terra é redonda, duvide que o Sol é o centro do nosso sistema solar, até porque a gente enxerga a Terra através dos nossos astronautas. Então, não há o que questionar.

    Assim como foi dito, inclusive por Sir David King, nós estamos caminhando rapidamente para diminuir o espaço terrestre em função das irresponsabilidades, conscientes ou não, que temos cometido. Só que agora os avisos, os alertas, os sinais de perigo estão acesos. Então, na minha opinião, e eu aproveito as suas palavras para dizer, eu não fico apontando o dedo, porque eu não estou atrás de culpado; eu estou atrás de solução. Então, eu não vou ficar apontando o dedo. A postura do Governo Federal para mim é triste, é irresponsável, mas eu não vou ficar me limitando a isso, que isso não resolve a nossa vida. Então, é preciso que os que têm responsabilidade nos Executivos, nos Legislativos estaduais, municipais e no Legislativo nacional, nós aqui, no Senado, que as empresas, que as fundações, as instituições da sociedade civil, nós nos juntemos para, urgentemente, tomar postura.

    E eu quero insistir – me dirigindo mais aos segmentos empresariais de que setor forem, da indústria, do comércio, dos serviços, da agricultura, do agronegócio –, todos nós sabemos da importância de cada um desses setores, mas nós sabemos da importância maior da preservação do nosso ambiente e da nossa casa maior, o planeta Terra. Então, aqui não se trata de estabelecer contradições para aqueles que queiram fazer o debate franco e aberto, o confronto de ideias, que, na minha opinião, é a alma da democracia, que é o único caminho possível para nós não vivermos as falsas dicotomias que alguns, na falta de argumentos, introduzem no debate nacional e internacional, para sobreviverem. E aqueles que são rasos de argumento precisam de um clichê: é isso, é aquilo, botam uma pecha, um xingamento e encerram por aí. Nós queremos, ao contrário, aprofundar. Aos que têm coragem de colocar as suas ideias no tabuleiro de debates, nós estamos aqui abertos para isso, ao Governador Casagrande e a todos os colegas.

    E, portanto, eu acredito que a nossa sessão temática de debates cumpre o seu papel, esclarecendo, trazendo dados, trazendo convergências para que a gente possa superar. E creio que todas as falas aqui, cada uma do seu jeito, têm contribuições a dar nessa caminhada que nós pretendemos fazer à frente da Comissão de Meio Ambiente, que eu considero uma Comissão hoje central para o nosso País. Dito isso, cumprida a finalidade desta sessão remota de debates temáticos, esta Presidência declara o seu encerramento, agradecendo a todos aqueles que nos acompanharam.

    Muito obrigado.

    Bom dia a todos e bom final de semana!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/09/2021 - Página 29