Presidência durante a 123ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a realizar o lançamento da obra inédita no Brasil ”Vozes do Brasil: Linguagem Política da Independência (1820-1824)”.

Autor
Randolfe Rodrigues (REDE - Rede Sustentabilidade/AP)
Nome completo: Randolph Frederich Rodrigues Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Presidência
Resumo por assunto
Cultura, Data Comemorativa:
  • Sessão Especial destinada a realizar o lançamento da obra inédita no Brasil ”Vozes do Brasil: Linguagem Política da Independência (1820-1824)”.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2021 - Página 45
Assuntos
Política Social > Cultura
Honorífico > Data Comemorativa
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, LANÇAMENTO, OBRA LITERARIA, LIVRO, POLITICA, HISTORIA, INDEPENDENCIA, BRASIL.

    O SR. PRESIDENTE (Randolfe Rodrigues. PDT/CIDADANIA/REDE/REDE - AP) – Professora Heloisa, a honra é nossa de tê-la nesse Conselho Editorial.

    A senhora fez uma boa alusão. Eu acho, querida Heloisa, querido Eduardo, que nunca foi tão necessária a convocação da força da história como está sendo agora. Eu acho, Professor Ildeu, que, ao passo em que nós vivemos um momento de crise, de ofensiva contra a ciência, de ofensiva contra o saber, de ofensiva contra nossa história, de ofensiva contra as instituições do Estado de direito, ao passo em que vivemos isso, talvez esta seja, paradoxalmente, a melhor forma de nós refletirmos sobre nossa Independência e sobre o País a que queremos chegar.

    Este ato de hoje é um ato do Brasil que pode ser, é um ato do Brasil que pretendemos alcançar. Este ato de hoje... Permitam-me dizer que, se há um ato de patriotismo em alusão ao 199º aniversário, Professora Heloisa, feito por você, pelo Marcelo e pela Nathalia, essa compatriota tão distante e tão brasileira, é este daqui: a produção desta obra. Se há um ato de patriotismo, é o que foi dito aqui por você, pelo Eduardo, é o que é feito no dia a dia pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, pelo Professor Ildeu e pela Professora Fernanda. Se há um ato de patriotismo, são as opções que brasileiros estão fazendo neste momento em defesa dos nossos valores democráticos, em defesa da vida. Esses são, real e concretamente, atos de patriotismo.

    Eu queria também, Heloisa, de igual forma, agradecer à Ilana, aos meus companheiros do Conselho Editorial Esther e Cristiano pelo esforço para termos conseguido produzir esta obra aqui, que teve o pontapé inicial da disposição de Nathalia, mas teve também o esforço aqui dos membros do Senado Federal e a sua determinação, Heloisa, para chegarmos até a produção desta obra, para chegamos até aqui.

    Este ato solene de hoje, esta sessão solene apresenta Vozes do Brasil, mas essas vozes têm que ser ecoadas. É nossa determinação fazer circular este lançamento por outros cantos do País, assim como é determinação do Conselho Editorial, a muito custo – repito: a muito custo... Enquanto alguns acham que celebrar a Independência é romper a ordem democrática, nós insistiremos que celebrar a Independência é resgatar a história que nos forjou como nação. Como você disse, é uma convocação de nós todos à história, para sabermos o País que queremos construir.

    O lançamento de Vozes do Brasil é o primeiro de alguns atos que faremos, de alguns vários atos que faremos, de celebração desse bicentenário.

    Temos ações de cooperação com a Universidade de Coimbra, com o jornal Folha de S.Paulo. Há a ideia do lançamento da produção jornalística de Oliveira Lima. Há a ideia, em parceria com a Folha de S.Paulo, de 200 anos, 200 livros, que identifica a nossa formação enquanto sociedade, enquanto povo, enquanto Estado nacional.

    Estamos com um projeto de cooperação com os Institutos Históricos e Geográficos de Pernambuco, de Minas, do Distrito Federal, com a Escola Superior do Ministério Público, cooperação com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e com a Academia Brasileira de Letras.

    Enfim, ao passo, caríssimo Eduardo, que o Executivo não celebra esses 200 anos, nós insistiremos em cumprir nosso papel nessa convocação da história que a Heloísa aqui frisou: fazermos a celebração. Fazermos a celebração, e tão importante, Natália, quanto a celebração é a reflexão.

    Este País é um País fantástico, de um povo formidável. Como dizia o Darcy Ribeiro, que aqui também é convocada a sua lembrança, a maior das realizações deste Território foi o seu povo, misturado, branco, negro, indígena, plural. Este é um País que se forjou como a quarta geografia do Planeta, apesar das adversidades. Este é um País que tem uma formação e um fermento cultural sem parâmetros no universo das nações. Como diz, Eduardo, na letra do Hino da Independência, o caldeirão cultural que nos forjou não tem igual no universo entre as nações.

    Este é um País que tem a riqueza fantástica da Floresta Amazônica, que eu e Reginaldo de lá provimos, tem a beleza também cultural e a beleza das praias nordestinas, tem a produção agrícola, que nos torna sui generis entre as nações do Planeta, tem a diversidade, inclusive europeia, que forjou os Pampas de Eduardo e o Sul deste País, tem a riqueza industrial que temos em São Paulo, em Minas Gerais. Enfim, é um Brasil de vários brasis.

    Um País como este, com um povo acolhedor como este, eu sempre digo que está fadado a dar certo, está fadado ao sucesso. Esse País não é o País que nós assistimos hoje. Não é e não será. Este País está determinado a ser uma democracia. Este País está determinado a ser uma nação que superará, e eu acho que esse é o desafio dos cem anos que virão, que nós celebraremos em 2122. Olha, fará tempo. Dos cem anos que virão, construir um País de igualdade, superar as gravíssimas desigualdades sociais e econômicas que nós temos.

    Esse ideal de país é presente em nós, e é por isso que nós temos que refletir sobre os 200 anos que chegaram até aqui, porque esse ideal de país será realizado. Como diz a música de Chico – não é, Eduardo? –, "Esta pátria ainda vai cumprir seu ideal" e vai ser muito maior que qualquer Portugal, para fazer a paronímia com a música belíssima de Chico Buarque. Será muito maior, com todo o respeito aos irmãos portugueses.

    Nathalia, mais uma vez o meu muito obrigado a você e à Universidade Católica de Washington.

    Reginaldo, por favor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2021 - Página 45